segunda-feira, dezembro 30, 2013

Tá se a verdade é a realidade
ok ótimo
eu já esperava que fosse
enfim
se é tudo o mesmo ou sempre o mesmo
insistente
se é diferente
é sempre
logo,
eu devo lavar as vasilhas e arrumar
organizar livros e papeis
calçados por tantos pés de meia soltos
e umas roupas sujas outras limpas
espalhadas por quase tudo
todos
num quarto
pensando e cantando
deitados
agora recolhendo
aaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

domingo, dezembro 29, 2013

Outras mesmas palavras.

Estamos em crise, não sei se penso em tudo, 
se o tudo é o agora fazendo o depois
ou é a estrada passada
eu não viajei, acreditei,
digo que fiz o quanto pude
e todas as minhas medidas parecem uma grande
mentira
vivi, nem amei como deveria, a mesma ladainha
criei novas visões
daquelas de saída
pra ver a via láctea
mas ainda continuo o fim do ano
em casa
sem ler
cybercultura
estética
talvez não tenha base alguma para conversar
com seres superiores, talvez sorria e fale de mim
dos meu juízos inúteis
ainda estou em casa
e não mudo meu mundo
meu cachorro nem quis viajar
veio pra casa pra fazer-nos companhia
tive passagens na mão para a metrópole grande
ver mais família e como o mundo é grande e eu
pequena...ohhhhhhh   e numa infantilidade
sonha com caras masculinas..
e fica em casa com vestido azul
comprido on-line.
A política e as festas são tão importantes
hummmm
e no vinil do Caetano
Outras Palavras...
por favor, Sâmara
outras palavras...
penso só em mim.

segunda-feira, dezembro 23, 2013

17 pingos em cada goteira a cada 2 segundos

sei de nada não,
amor
natal é família
analfabetismo aspirante à Filósofa
Frohe Weihnachten
ah filosofia
quanta emoção
survivor
I dont know, I dont know
vai dormir, Sâmara..
ah poesia
não sou indiferente ao real
imito? repito?
escuto o segundo não passando
E é batida
é cada segundo tentando pássaro
dá uma folga para o ponteiro
vira o relógio
Dionísio bóia..dormindo.
Vai dormir..
o segundo passa de novo
aqui e na África.

VIII

Descansa.
O Homem já se fez
O escuro cego raivoso animal
Que pretendias.

IX

Um mulher suspensa entre as linhas e os dentes.
Antiquíssima ave, marionete de penas
As asas que pensou lhe foram arrancadas.
Lavado de luzes,  um deus me movimenta.
Indiferente. Bufo. (Hilda Hilst)





sábado, dezembro 21, 2013

Eu com a minha pele somente
passo pela tela de minha teletela
invento um l'amour
com minha ovulação retrospectiva
o ano foi bom
minha estrela da vida inteira
foi construtivo? eh isso que disse
em relação a algumas conquistas
resumindo foi bom
eu digo de coisas
de pessoas
das minhas representações
a espalda está mais forte
a cabeleira amarelada
só isso¹



sexta-feira, dezembro 20, 2013

É tudo mentira, eu não amo e nem nunca amei,
nunca soube disso.
ficava na roça dias e dias com minha vó,
esquecia que tinha mãe, pai, irmãos...
Como disse meu irmão hoje: eu não tenho coração...kkkk
ignoro-o pois se sei de uma coisa que tenho
é coração...
mas então, senti um certo conforto num abraço hoje
pensei que deve ser a lembrança da mesma textura
num cabelo macio que provavelmente lembrava
daquele primeiro objeto que eu devo ter desejado
nos primeiros anos...O nome do pai que está morto.
ok, ok.
eu escuto os segundos passando, e lembro-me do que é importante
para a vida prática,
vi uma república mista imunda...prefiro viajar quilômetros que viver
em 2 metros quadrados...meu Deus, vivem pessoas em centímetros, verdade?
não ok, mas passemos...o ano passou, o amor....ah o amor....vai se fuder!
afinal, hoje é sexta a noite, amores se fodem maravilhosamente...
Ah Sâmara, pensas que amar é o que?
ich...mensagem...putz....
vai tomar banho, pelo menos vc trabalhou, resolveu aquela burocracia inútil
começou a olhar repúblicas
malhou, viu o ex sarado na academia que quer trair a atual contigo
se sentiu a mesma de sempre,
e dane-se o amor que não fode
pois precisa do outro
que
viajou
para a casa do Caralho.

quarta-feira, dezembro 18, 2013

Um soneto

De terrena feitura ou graça humana
Comparar-se não pode a semelhança
Co'a bella, de quem trago na lembrança
Subtil indício vivo, que damna.

Confusa e perturbada a mente ufana
Atar-se não consegue à temperança
Pois de cousas celestes a obridança
Acontecer não soe, que o peito sana.

Assi desta fremosa o lindo gesto
Apressou-se a chagar-me tam maltreito
Co'aprazível falar e douce riso,

Que, se não causa pejo o manifesto
desvairo, pera vã alma sem defeito,
A mi não censureis que perca o siso.

Mateus Alves, séc. XVI !

terça-feira, dezembro 17, 2013

Sonate für Violoncello und Klavier, op. 38

Somaram-se os toques do piano aos meus violinos imaginários
soube ser humilde em perceber a beleza que há na vida me ensinar
e saber do aprazível som e sentido que posso criar
soube-me ela suspender-me para ver minhas paranoias e medos
numa produção de sentido carecente...
aquela lei que criei de esperar a agressão, nem te conto não...
hoje soube da fragilidade que há
aprender a amar...sempre, aprender a amar...
e como sou covarde, fujo da entrega
finjo não entender por medo já perder...
Enfim, existirá um dia a possibilidade do cuidado?
Mas eu sei, eles sempre dão o melhor que tem,
todos,
o melhor que sabem, imagino...
Queria pintar amores para ti,  que representasses todo
o seu desejo de preenchimento como o que te envio agora,
fala de novo meu "anjo brilhante",
queres o meu amor?
Corando de vermelhidão intensa rubro toda a cara quando me
vem este sentir
que descontrola-me e desorganiza...
ah meu amor, eu te crio com tanto medo, há um bocado de tristeza
quando sinto que posso aprender a amá-lo...
Sim! é a maior invenção humana! é o que de mais forte posso sentir!
Ah será que são destas as tantas verdades "altas, nobres e verdadeiramente
lúcidas" que diziam o poeta?
Será que no fim do dia alguns como eu sentem que querem a glória de
serem amados?
não quero fazer disto uma aspiração inútil...
ah Sâmara, sua musa canta hinos românticos, desperta-a!
Sim! realizáveis! e minha história marcará, nem que seja na imaginação...
Eu vivo o amor? este ruborizar, o medo, o pensar, isto é amor?
não Sâmara, inventa algo mais nobre e sublime, vamos! tenta, tenta!
Ontem mesmo eu dizia que minha salvação era a arte, pois no fim estava
a sós com esta...
agora, fico com este sentir que transcende meu ser...
seria igual a teoria da arte que transcende as meras coisas,
o amor transcende o ser...em busca do outro???? ah me ensinem, me ensinem...
Mas a música, e na arte é o belo que quero, belo belo belo vê-lo velo o quero
e no amor? é sentir esse treco no peito? é belo isso?
Eu escuto Brahms pela segunda vez, pareço estar calma
pareço amar
minha alma parece não ser imune...
sinto sempre o quanto sou ridícula numa razão tão, tão, tão
tão sem razão...se o que importa são
cada segundo
no meu relógio de segundos
e o sentido que vou criar para a minha vida.
E um dia a realidade veja que a
Sâmara soube amar gloriosamente...
pois deixou de ser ridícula...

Trago seu amor

Por determinar como percebo eu
digo
num treino com fim de bolero de Ravel nas alturas
eu só
digo
que te amo sem tê-lo
em meio a fumaça e em cima de todas as roupas na minha cama
(neste momento estão sobre o teclado que não toco)
Eu o amo.
Não sei se invento,
escuto o ponteiro de cada segundo e sei que nos
últimos que passaram
eu te amei.
Não sei como, pois pareces meu irmão e não conheces mi habitación...
Eu sei que finges, (fuga e proteção) pois nunca está presente e sempre
chega de repente, só sei que sempre que está
eu o amo.

quarta-feira, dezembro 04, 2013

Teatro mental

As impressões são irrelevantes, afinal é só o meu teatro mental
eu posso acreditar que são melhores? um engano!
eu mergulhada na projeção de um ideal estético como afirmação
do meu ser antropológico
ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh suprema beatitude de pensar-me consciente de mim
observando o real...
que falácia...és uma grande fraude...
és como Raskolnikov, um estudante miserável que sonha, acredita
ser um gênio...tens um machado, uma teoria? tens algo que possa dividir?
não interessa o que pensas
tu, com o que ameaças?
é demasiado amarelo!
"e há tantos gênios-para-si-mesmos sonhando,
com tantas certezas, eu, que não tenho nenhuma, sou mais certo,
ou menos certo? Não, não creio em mim...Há tantas
aspirações nobres e lúcidas e quem sabe se realizáveis, a história quem
sabe, não marcará nenhum" (lembrando da Tabacaria, Álvaro de Campos)
Agora que meu irmão foi pra guerra, para a África,
com tribos muito desenvolvidas
que saltam, e não vão até o chão como a gente...e campos de refugiados...os maiores do mundo...
outros ficam aqui, pensando...para a Guerra e para a África, tem noção?
o importante pra se dizer nesses lugares, hein Sâmara??
aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
cavo a própria realidade que me exaure de tanto enrugar
a testa
como se fosse tão complexa e representasse algo no mar infinito da realidade,
eu sou só mais uma que mergulha...
pra que?
me digam para que?
Ah..por que fazer arte é amplo demais... numa pergunta de quem ainda não sabe nada
da vida...é uma iniciante.........foco, foco..foco..rugas na testa...
o foco está ali...
eu o vi, logo quando cheguei, foi como um tiro, eu senti o peito num espasmo de uma palpitação inútil,
e quanto mais o tempo passa, mais ridícula me sinto... mais presa no meu próprio teatro...
a terapia, eu não sei mais...acho que não sei...
o fluxo....eu estou cansada, diria do amor agora, mas hã???? férias, é melhor...
Muitas provas seguidas, aprovada Sâmara? poliglota?
quero ver...
A forma estética aprovada vinda de discursos, um projeto aceito,
uma utopia antropológica...Uma mistura de A última gargalhada que
veste um papel que se aprova e se faz homem ali, junto ao Homem que ri, aquele
mostra ao outro, sorrisos cirúrgicos...mas e o concreto, o real?
Este, agora, só aquece...só é quente...e eu fico lembrando de todas as minhas
reações ridículas perante a minha realidade, o meu olhar que diz do coração que pula
no peito, vendo o vermelho vestido descendo as escadas sem encontrar com o meu amarelo,
há lentes, há cigarros, livros e eu lhe digo, que não há nada Sâmara, a não ser o seu 
teatro mental,
e tudo isto me parece tão inútil..afinal, eu não sou Danto, nem Wittgenstein, Kant...porra nenhuma...
E pretendo falar como se fossem eles...ahhhhhhhhhh como vc é ridícula, Sâmara.
Poderia dizer as suas míseras impressões políticas na Antônio Carlos, das pichações pintadas no viaduto, eram importantes as pichações revolucionárias, rsrs do outdoor da Coca-Cola com a foto do Papai Noel dizendo: Otimismo, um pouco a frente e da chegada à Universidade, um jipe do exército saindo com um soldado negro lindo no seu teatro mental de poder que sorri. Me vi, enfim, pensando-me como filósofa que acima observa a realidade e sorri, poderia tentar ter considerações nobres, altas e lúcidas..poderiam ser úteis...tamanha ingenuidade...
Poderia dizer da Mostra de filmes de Expressionismo alemão...mais inútil ainda...dizer o que?
o quanto me apraz sentir obras primas como aquelas? o que importa para o mundo, todos já sabem dos clássicos, Sâmara...
Poderia calar-me, mas não posso. Como ignorar meu testemunho?
Por mais inútil que seja,
é precioso, pois é realidade concreta e, não do dever-ser...que cansa!!
Mas se o meu concreto tá cristalizado no meu teatro mental? é possível?
O que fazer?
duvidar de tudo não vai resolver, só sentir tbm não...só contemplar tbm não...
ich...Eduque-se, cresça, apareça, mude...
"Ela significará o indizível ao representar claramente o dizível." Witt
Ich möchte ein Bier! vai, pede uma cerveja dizendo com sons que saem da garganta seca
do alemão, Uiiii que genial, aaarrrhhh Sâmara..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................