Que miras?
A ti...
Passeando no escuro,
olhos a buscam,
exibindo a cabeleira loira,
olhos esbugalhados verde e vermelho,
trazem a bandeira da alucinação.
Não quero mais um refém da minha imagem,
procuras uma musa?
Eu lhe entregarei algumas fagulhas que estourariam
e marcas vermelhas talvez nos serviriam como algum
fetiche...incendiariam teu corpo.
Acenderá com paixão e desejo,
poderemos nos comer por toda a noite...
Exauridos pela manhã, não haveria nada
a ser dito.
Eu faria o tipo livre, sem saber o que fazer ao certo.
Mas se a função é somente dar-lhe alguma
inspiração, vai ser fácil...
Surgiria em teus sonhos e o faria sorrir durante o sono.
Só não queira aprisionar-me,
musas são livres... mesmo quando impotentes..
Use-a, transforme-a...
na realidade
é só imagem..
Tirá-la da condição de imagem de sonho
para a realidade
é forte demais para uma musa
tão desanimada.
A musa é lembrança,
é saudade,
é poesia...
A musa é amor mesmo que distante.
É paixão.
Num romantismo que só a distancia
do que é sonho ao que é realidade.
A musa nem existe de
verdade..
Sâmara