Estás enfurnada numa filosofia profunda e obscura,
fechada melancolicamente num mundo que criastes pra si.
Digo-lhe com toda certeza, precisas de um conselho,
e assim o faço a mim;
deves recorrer a uma filosofia fácil, sabes bem, aquela voltada ao senso
comum, incorre em ação...sabes que é essa que lhe fará bem...
Já és melancólica, não precisa de tanta metafísica, menina...
Menina nada...sem essa de apelo infantil.
Encontra somente incertezas em teus discursos,
já sabes estás segura num entendimento prático que o porvir lhe reserva.
Nasce vida em ti,
uma nova vida em si.
Sinto muito não sei quando poderá lutar por ti, os teus anseios mudaram de lugar
na lista das prioridades.
Uma boa notícia, permaneces viva, sobrevivente eu diria, não fugindo de toda a dramaticidade
casual...
Será que é a minha aniquilação? o que será meu eu diante do outro?
Será a possível luta pelo outro a base de minha força doravante?
Será, será....?
Não sei dizer se é mais bom que ruim,
recuso escutar o senso comum, o que vai ser inevitável...se sou o senso comum.
O que eu sou agora?
Sem conselhos por ora.