quinta-feira, dezembro 20, 2012

Adeus a um certo eretismo.

Desperto, não há dor 
estranhamento
o demônio não sacolejou meu 
espírito esta noite. 
Sacudindo-me pelos pés
fazendo a onda das dores acumularem
numa tensão junto à clavícula e à omoplata.
Depois de quantos anos?
Não sei o tamanho do tempo
do tormento
dos dias seguidos
que atravessou.
Duradouros nódulos,
minha doce tragédia espalda...
Desvaneceram-se
numa simples manhã..
Cadê? assim inesperadamente?
É o fim do mundo mesmo, acabou minha dor.
Donde estava mis encostos por la mañana?
Eu rio muito, eu transpareço, e sei que estão a ver.
E ainda posso seduzi-los...ah...
O cansaço robusto que impus,
meu Deus só assim é possível?
Correr, pedalar...que mais? 
é preciso nadar, voar? Lutar? ah e trabalhar..
Para no dia seguinte não precisar lastimar padecimento?
Miram, aproximam, eu posso abraçá-los.
Aliás posso não ser o que pensam,
e seduzi-los ainda.
Ouçam, são risos..
Sinto o prazer que sentem.
Eu posso virar-me e vê-los,
enfim.. eu só queria ser poeta e amada. 
Porém já consegui consolar-me,
as flores que apanho, dou-me.
Humanizo-me numa inteireza, 
permaneço firmando o mistério do que passou.
Agradeço à Deus, que na dor me despiu.
E me fez ver quem fui, para vislumbrar quem sou.