Agora eu escrevo pelo olhar do outro
aquele que queria ser destruído
mas se refaz..ao menos é o que diz,
e eu de fato gostaria de vê-lo inteiro..
Não como heroi, ou anti-heroi
mas como aquele que deixa de ser coisa
e assume-se humano, que se conserva em uma
filosofia do abraço...sem punição, seremos sarados
Como a consciência que busca unificar-se em
algum sentido,
que seja filosofia, formas e cores, natureza,
abraços..
Inultimente a moral faz-me aconchegar em sons de violino
que gritam sem cortar a pele, pois já o fazemos na alma..
sem entender o sentimento, os centímetros que nos separam,
e parece-nos como a cura para ambos...
Numa cura afoita, que pede abraços de novo..abraços novos.
O vinil já acabou, e agora, qual será a trilha da sexta treze
que não fez mais pessoas se transformarem em coisas
mas em subjetividades plenas de vida, complexas e falantes.
Continuo no Paganini? sim, vou só virar o lado do disco..
ah, agora são muitos violinos, nem tão cortantes
como um só...
Na noite passada tive um sonho,
me manipulavam pelo mamilo,
sem poder pensar, pelo toque que ligava o desejo e impedia-me
de ser livre,
por isso não fui sair pra ser coisa hoje...
E voltei com uma aliança ao lado, que com herdeiro
não soube ainda dar sentido..Mas o que passa, com o humano
que ri, com a boca aberta e os dentes todos à vista?
E me cheira, sem escrúpulos?
Sou eu, que canto violinos que abraçam?
sou eu?
O sangue que me tiraram hoje, foi só um exame..
A cerveja, foi só um deslanche pra ir embora com minha companhia
de narinas que escorreram em pura carência de aromas,
a mesma que eu me identifico...na busca.
Eu que busco o cheiro do ideal que não faz cortes em xadrez
num jogo mutilado, pois já estamos fartos dos cortes,
afinal o ideal é platônico quer queiram ou não..
por isso, estou em casa, na sexta treze,
sem ser coisa, o desejo melancólico hoje se tornou sublime
por aspirar e vislumbrar o belo que não nos humilha
ao nos tornar contentes por viver..
E ver, a vida que escolhemos ter,
afinal escolhemos tudo,
e não somos mais vítima,
somos filósofos,
seja no negro possuindo o ponto branco,
ou brancos contidos no ponto negro,
somos assim,
humanos..
Livres, para amar e sermos felizes...com finalidade de
ética nicomaquéia e comum aos comuns...
e não digo de discursos ilusórios,
digo de verdades de cada um..
E é tudo, a realidade não nos consome mais,
pois sou e você que a unificamos em nosso ser, ou pelo menos
tentamos..
Os violinos não cortam mais,
eles cantam o belo e o sublime.
E agora, ainda preciso de outro tom, para finalizar o pensamento,
posso escolher, as modulações,
a ver..pera..
Ópera de Verdi, pra anunciar meu grito
que tende a sonorizar as minhas misérias que não são definitivas.
Ich, acho que essa ópera não diz nada de mim,
meu grito não é sóbrio e harmonioso,
melhor tirar..pera...
Vai de Tristão e Isolda de Wagner..
e agora sim...tá lindo...
quase romântico,
mas tudo é invenção do meu romance..
E nada é em vão..muito menos o fim de Tristão e
Isolda...
que poderá não ser triste no fim do hoje,
pois somos inteiros e nos abraçamos,
sempre,
depois do beijo no canudo do suco
de maracujá do Mc Donalds...
após nossa dialética anti-capitalista do sujeito
como objeto-coisa.
Espero que amanhã faça sol pra eu ir ao CEU...
Primeira sexta treze, na qual eu pude recusar as sensações
pulsantes de homens-objetos, bailando numa batucada infinitamente
sem nenhuma subjetividade que vem dos rebolados das ancas...