sexta-feira, junho 05, 2015

Acostumada com a dor e o sonho.

Preparando para entrar no meu inverno
ao tentar entender sentimentos que por ora são inventados
mas isso nada importa, já que são verdades
preparando para saber como vou povoar o meu mundo
e senti-lo sobretudo...sobre todos
sobre mim
já sei a poesia me acalma, faz expulsar emoções estanques
a música roda o pensamento, o tira dos vícios destas emoções
a arte representando um não-sei-quê de imagens robustas
enfim, meu mundo é povoado por estas
o meu esquema, os meus sentimentos
eu vou modificando, o meu olhar, meu olho vai inchando...
ontem o esquerdo, hoje o direito
será uma luz nova?
uma sexta na qual seletivamente meus prazeres se resumem
no desejo de fazer filosofia apenas,
escrever sobre o amor sem propriedade alguma.
Mas agora digo o que quero dizer a partir de algumas citações
seja por Proust ou Merleau-Ponty, ou cantando Janis,
ou lendo Lorca, Pessoa, Cecília..
Há uma concordância e uma paz de não desejar inventar sentimentos...ou prazeres.
Sinto a paz de uma lua cheia indiferente.
Há uma transfiguração de meu esquema corporal, atormentado ainda,
sabendo daquelas incontroláveis emoções, ou sentindo sem medo...sabendo
que são assim...
mas lutando pela modificação
agora o esquema é outro...começo a pensar em coisas que me povoava
dez anos atrás,
um tempo perdido...viver é perder tempo....
acho que esse treco de dar sentido pra vida vai caindo aos poucos...
sejam filhos, sejam amores, tudo arbitrário, inventado...
não sei, me acostumo a ficar só, sinto prazer agora, estou feliz por isto.
Isso não me parece bom numa análise, ich...me confundi...mas, me sinto melhor
em conformidade com o próprio tormento que é a vida e como significá-la.
Enfim, se vive, em família, como assim me sinto em casa, ao mesmo tempo
sei que todas estas casas não são minhas...mesmo esta que é.
Aumenta cada vez mais a minha fé em mim, sinto a obrigação de pensar em Deus que é amor.
Sim por que peço a Deus que não seja uma vida insignificante, não posso ter vindo aqui pra nada...
parece uma necessidade novamente de dar sentido, um humanismo, desprezível?
ah não sei...me confundo novamente....
Onde está o amor?
Está em mim? Acho que não.
Então como podes acreditar em ti? se não acreditas no amor?
Acredito que me amo e amo minha família, mais a mim...
Não sei, a filosofia me parece cada vez mais desprovida de paz, devido a multiplicidade
de significações possíveis que vou absorvendo,
mas fico em paz filosofando, mas é hoje
tu sabes que o conflito é saber que não se explora o mundo por textos...
ah hoje os hormônios devem ser naranjas por si mismos...estão em paz...
pareço ficar mais forte, mesmo que me veja fraca.
Sigo lutando por mim.
Pelo amor, já não sei mais. Mas se me amo, e luto por mim, luto pelo amor, certo?rsrs
Eu sou amor..rs pootz...Eu sou deus? ich....
Eu sou Sâmara, eu não sou um nome...rs
eu sou isso aqui que amo...ama? como? ah sei lá...
Enfim, acostumada com a dor e o sonho.