Para Marie,
13 de abril de 1811
Suba comigo aos cumes das montanhas
Desprende-te das nuvens
Deixe-nos estar aqui no éter,
Na luminosidade do incolor colo
O que a opinião no sentido tem lançado,
Metade de verdade e de ilusão é misturada,
As névoas sem vida estão dissipadas,
Sopro de vida e de amor ela tem mesclado.
Lá embaixo este vale do estreito nada,
Mera pena, que com pena se paga,
Sentido apático ao desejo interligado,
Nunca por seu coração foi habitado.
Do vale escuro se eleva a ti o maior ansiar,
Do interior dele se abre
Para ti a luz do bom e do belo,
Toma nessa colina matinal teu caminho.
Brilha mais vermelho o sol seus raios;
Indeterminado castigo tece
Pelo ensino e saber deste aroma
Para a imagem, na qual o desejo vive.
Mas fora dele não bate mais nenhum coração;
Como os tons de saudade ele recebe,
Manda eco sem alma ele novamente,
Em si mesmo ele permanece apertado.
Os sentimentos, que nos nervos se deleitam,
Tem trazido para si aspiração lisonjeira;
Neste nevoeiro a alma precisa murchar
Vento mais venenoso é essa fumaça de sacrifício.
Veja aqui o altar nos cumes das montanhas,
Em que a Fênix na chama morre,
Para na juventude eterna ressurgir,
Que ela apenas nas suas cinzas adquire.
Sob si foi varrido seu sentido,
Tinha-o para si mesmo reservado,
Agora deve seu ponto de ser-aí desfazer.
E a dor do sacrifício foi para ele difícil.
Mas sentindo uma imortal aspiração,
Algo o impulsiona além de si mesmo;
Mesmo se a natureza terrena temer,
Leva-o adiante nas chamas.
Tombam assim fortes laços que nos separam,
Apenas um sacrifício é o caminho do coração;
Expandir eu para você, você para mim,
Vá para o fogo o que nos isola!
Pois a vida é apenas mudança de vida,
Que o amor no amor cria;
As almas afins se consagram,
O coração torna-se sua força.
Suba o espírito nos livres cumes das montanhas,
Ele não se reserva nada de próprio;
Eu vivo, para me ver em ti, [e] tu para se ver em mim,
Assim gozamos o céu de felicidade.
Trad. Paulo Konzen