na tempestade há o susto
mas não há perigo grande demais
se o barco segue flutuando..
as ondas e ventos
poderão se agitar ora acalmar
num furacão é possível
quase voar
águas claras, profundas
imensas e nunca vistas
é possível banhar
quem sabe até mergulhar
pra ver uns corais
umas ilhas, portos
falésias
mirar a vida que encontra a vida do mar
um albatroz aquele
que se faz poeta e é
zombado por seus marinheiros
sem niilismo algum
de Baudelaire para guiar
a saber
a vida se faz no convés e acima dele
a flutuar com a ajuda do vento
resvalado nas velas
que os mesmos marinheiros estão a içar
não é no pensamento que se vive
há tormentas
e sonhos do corpo
que encontramos mais no crepúsculo
e vão se acalmar
num gozo num lar....
há de sentir sempre o balançar
e o rumo verdadeiro que é um ângulo
a rota
a rota tem como referência
aquela estrela mais brilhante do céu...hahaha
paralaxes....pouco importam
teremos um Norte magnético...
Vida carreira
hein?
como assim?
ondas
viram espumas
na areia
a viagem, imagino
um tubarão livre no oceano...
não,
sim,
vida toda no movimento das ondas
sem fim.
"-Claro que está asustado! Y yo! Pero está aquí, y eso es lo que importa". Richard Hughes