As montanhas amarelas e com pontos de luz
O rio azul
Eu a fugir de todos os homens e mulheres
Sinto me atacada todas as vezes que estou com alguém
Mesmo estranhos estão sempre a dizer merdas a meu lado
Dou o desconto de serem portugueses
Mas penso que é assim por todo lado
Eu não me acolho entre os homens
Querem me devorar
E eu fujo
Poderia ter ido ao jantar
Mas não poderia abrir a boca por que te impedem
De falar
Eu nasci no Brasil e isso nunca irá mudar
E as pessoas não parecem apreciar isso por aqui
Quando o fazem é sempre esperando eu sambar
Ou rebolar a minha bunda
E já estou cansada disso
Fui me meter em meio de homens brancos
Que se quer gostam de mulheres
Muito menos a pensar Aristóteles
Cala-te
Ou simplesmente
Não abras tua boca
Por que não querem te ouvir
És alguma tola que atravessa mares
Cala-te
Não sabes jogar
O brasileiro provavelmente tem caso com o Português
Poderoso
E ele permite que este fale para depois mostrar que não é bom
Tu não tens casos com ninguém
Estás só
E te dão as costas no café
E depois te convidam pra jantar os grandes
Mas é provavelmente pra te devorar
Não faz alianças e andas só
Não sabe ser política
E nem quer
Vê a falsidade do austríaco que parece mais alemão
Só que em má forma
Prazer em te conhecer
E nada a pessoa não responde nada
Que horror
Onde fui me meter
E depois pede desculpas
Não me reconheceu
Não me reconheceu
O português poderoso a dizer aos cochichos
Mas a meu lado
Que espera que as pessoas sejam civilizadas
Por estarmos na sala Pedro V, não havia nada especial ali
Mais uma imagem de preconceito e péssimo ambiente
O secretário a dizer sobre o Pedro V quando eu entro na sala
Que o tal príncipe não gostava de mulheres
Eu já sabia que era pra mim
E por isso já não sentei ao lado dele
Já que nem deixava que eu visse os oradores
Seus movimentos era pra tapá-los e que eu não os visse
Impossível
Todos me viram
Quando abri a boca o poderoso
Disse que não queria conversas cruzadas
Ou seja pra abrir a boca
Eu tinha de pedir permissão e não o fiz
No fim
Os espanhóis a me chamar pra juntar com eles
E eu com medo disse que eram muito famosos e eu apenas
Estudante
Me perguntaram de onde vim
Falei do Porto e da Sofia
E despedimos a agradecer
Era um lindo grupo de filósofos
Um dia eu vou encontrar pessoas lindas
Como aquelas novamente
Afinal minha simpatia pela Espanha
Nunca foi em vão
Mas se eu fosse pra alguma universidade de lá
As coisas seriam desérticas
Disse ao motherfucker austríaco que parecia
Simpático pelo zoom
Mas está obcecado pelo jogo e assim se percebe como
Cada um joga
A política como arte de fazer alianças
Não contigo Sâmara
Disse a ele que estou aqui mas vou subir
Adeus
Só pra ele calar aquela boca inchada
De veneno.
E estou a me envenenar no meio disso
Tudo
E sinto-me cada vez mais
Delusional.
Não sou civilizada o suficiente
Pra ser política
Nunca fui de grupos
Os homens sempre tem algum interesse
Ou desinteresse
Cansei de lutar com homens lembra?
Também não vou buscar mulheres pra juntar
Forças
To bem cansada do game,
Vou subir.