Analíticos não aceitam o infinito
Depois dizem que é uma noção ambígua
Parece até continental falando
Aristotle they don’t know too
E me veem com modalidades potencial actual
Nem da cosmogonia, ou da forma explicar o movimento
Se é que explica alguma coisa
eles também não tem alma
Quando eu disse que tinha apontei para pontos do meu corpo
E falei das partículas sutis, do corpo como se fosse poeta
A tentar dizer que era o corpo
Ele não aceitou também
E passamos todo o jantar a discutir se é possível contar
Pensamentos
Contar proposições
Discutíamos sobre o Travis Frege Aristotle
E o último já tinha dito que não se soma pensamentos
Ad infinitum
Ou sentences
ele leu Dostoyevsky o que foi mais legal
E podemos falar de tantos personagens
E nos perguntávamos se éramos complexos
Um Michikin, ou Raskolnikov não são pessoas comuns
Nem Natashas ou Sonias
Eu dizia que sim, talvez eu me achasse tão complexa quanto
Mas ele só me via como a sua primeira vez que conhece uma brasileira
Do tacto desenvolver a racionalidade
O que foi insano
Depois ele provou que ambos queríamos ser tocados
E queríamos tocar
E deu um blackout com vodka
Ele parecia estar a dançar tecno com motivação
Os alemães e esse povo gosta de tecno pq São movimentos sei lá
Eu já tentei ser robô na adolescência tb
A dançar no Plan B
Wild horses
Quando começou a querer tocar demais
Fugi.
Eh domingo eu vim comer
Uma feijoada no mercado Bom Sucesso
A olhar para três imensas magnólias rosas
A deixar flores ao vento a espalhar pela rua
Está decidido que enquanto estiver sozinha por Portugal
Estarei a ouvir músicas lindas em vez de ter de lutar
Com o que ouço
Dos príncipes e princesas da saudade
Eles podem dizer o que quiser
Eu não vou ouvir mesmo, desse modo não ficarei mais triste
Quando perguntam-me estrangeiros
Se portugueses gostam de brasileiros
Eu respondo que amam e vou cantante agora
Comprar um sorvete
Caminhar pela Rotunda da Boa Vista
Ver o leão e a águia
Enfim nonsenses semantics
Obrigada Deus.