Lembro quando li "Um lugar ao sol" de Érico Veríssimo,
aquela bíblia de um cotidiano
chato e monótono,
a saga de um jovem,
e não sei pq lembrei agora,
acho que foi um feixe de luz...
um lugar ao sol...
o que ele queria dizer eu ainda não sei
bem o que era...
o sol brilha hoje e sempre...
e daí?
me deixe falar de minha angústia latente,
de não saber bulhufas de coisa alguma,
de querer sempre me dar alguma chance,
em uma espera que eu não sei bem de que...
e como dizem esses terroristas de almas,
se o inferno existe,
e se toda uma filosofia cristã me vem destorcida,
meu fim lá seria,
mas hoje como Sartre disse,
O inferno são os outros...
e a minha cabeça está confusa,
é culpa de quem?
essa minha insistente faculdade de cogitar,
imaginar,
viajar num mar desconhecido...
Óh imenso besteirol de coisas,
fadigada estou com meus 23 anos...
e meu grito é cada vez mais alto,
e perco a voz,
e me canso de gritar...
e minhas feridas da alma se dilatam com
cada grito meu...
pedem-me para calar,
numa melancolia transparente...
não, eu já me escondo,
ninguém sabe quem sou...
dentro de mim
ecoa..
e eu fico a escutar os ecos...
e ouvir minha própria voz me é ainda estranho,
porque eu nem sei quem sou,
e as demais perguntas existencialistas...materialistas...
e todas as esperas e memórias,
é estranho, muito estranho.
quarta-feira, outubro 25, 2006
terça-feira, outubro 24, 2006
Saberei eu?
Eu insisto em escrever,
e hoje me parece tolice,
enfim um Diazepan de ontem
me deixou indiferente...
será?
nossa, que ócio...
é como olhar pro infinito
e ficar sem palavras...
como um obelisco apontando pro
nada...
um nada infinito...
e se tudo for uma mentira,
uma tremenda brincadeira de mal gosto,
onde pelo menos pra mim
poucas coisas fazem sentido...
e eu tô perdida?
sim, lhe pedi conselhos...
mas somente quis ouvir sua opinião,
já sei o que quero...
e se for efemêro e fugaz,
o que é fato,
pra mim, pouco importa,
tô sendo levada?
nada, eu tô é bem sóbria...
narcóticos ineficientes...
transcendência do nada...
pseudotranscendência do nada...
e ao fim,
e ao infinito,
e ao prazer,
e ao desprazer,
saberei eu?
sexta-feira, outubro 20, 2006
Procurando...
Eu nesse fim de tarde,
procurando palavras,
sem me espelhar num horizonte
no finalzinho de um outono
e mesmo tendo as cortinas vermelhas
o crepúsculo não ficou mais
colorido que poderia...
Uma abelinha passeou por aqui...
e eu não tenho palavras pra falar de mim ou do meu "grande dia"...
me faltam símbolos, sentidos...
por isso os diários sempre se tornam um pouco exagerados,
tudo tem sua metáfora aumentada,
seja o que for...
fiz um chazinho de canela,
estou me animando para algum exercício...
físico...aff..
tenho que dar sentido pra isso?
procurando palavras e inspiração...
e nem no céu e nas cortinas estão...
bom, o chá tá gostoso!
sim...esse sim tá uma delícia...
e nem a abelinha a procura do mel sobre a mesa
o encontrou....
portanto,
o que são palavras?
O que vejo...
Vejo dor,
como sempre luzes acesas,
leio o amor,
sinto fragmentos de momento de solidão,
acompanhado ao ócio, ao tédio...
o que me satisfaria?
Simplesmente estar aqui?
Olhar pro céu?
O que torna agradável a relação do meu eu
com as satisfações que imprimo pra o meu
meio?
Linhas de pensamento me atraem, a confissão de um
empirismo sobrecarregado de epistemologias.
As idéias são mais enriquecedoras quando
florescem em almas inquietas,
como a minha...
Me detenho ao existêncialismo e a nada
no caos de minhas memórias, só sei onde parei,
agora,
minhas faculdades pensantes,
meus questionamentos crescem...
afloram...com ou sem filosofias,
e isento de ideologias falidas...
A razão sugeriu que eu visse o mundo
"além do véu",
eu sei descrever horizontes
e hei de fazê-lo muito mais...
quinta-feira, outubro 19, 2006
Sem saber..
Sem saber o porquê das coisas, perguntas na qual se fazem vários mortais.
Os que estão acordados,
olhando pela janela,
há algumas luzes acesas,
o Itaú me informa a temperatura e as horas por toda noite...
Lendo os "Cem sonetos de amor" de Neruda, sinto surgir em mim pensamentos
tediosos,
não pela estética em si,
mas estes me traem,
não posso evitá-los...
Por isso os questiono, tolice minha é claro,
mas de que me importa se a cada dia vou acostumando
com a vida que me aparece,
eu aprendo de vida, aprendo de morte.
Nunca estarei madura pra perceber o céu que me mostram.
Eu o vejo com olhos curiosos,
tudo é ambíguo demais..
e há homens que vivem dormindo,
como todos que não sabem
exatamente onde estão,
mas numa grande angústia vivem em vão,
são levados com o tempo...
Enfim, como disse Platão... uma vida não questionada, não merece
ser vivida.
Os que estão acordados,
olhando pela janela,
há algumas luzes acesas,
o Itaú me informa a temperatura e as horas por toda noite...
Lendo os "Cem sonetos de amor" de Neruda, sinto surgir em mim pensamentos
tediosos,
não pela estética em si,
mas estes me traem,
não posso evitá-los...
Por isso os questiono, tolice minha é claro,
mas de que me importa se a cada dia vou acostumando
com a vida que me aparece,
eu aprendo de vida, aprendo de morte.
Nunca estarei madura pra perceber o céu que me mostram.
Eu o vejo com olhos curiosos,
tudo é ambíguo demais..
e há homens que vivem dormindo,
como todos que não sabem
exatamente onde estão,
mas numa grande angústia vivem em vão,
são levados com o tempo...
Enfim, como disse Platão... uma vida não questionada, não merece
ser vivida.
domingo, outubro 15, 2006
Equilíbrio..
Vieram me pedir e chamar a atenção pra minha
instabilidade de humor...
e não acreditei no que estava escutando...
pediram-me equilíbrio...
e ainda me questionaram,
como poderia eu estar um dia tão contente e outro tão triste...
ah...puta merda...
tive que explicar que o que sinto não é tristeza e sim
melancolia...
O pior foi ainda escutar que isso não é saudável e eu tenho que mudar...
buscar o equilíbrio...ah...que asco...
essa foi boa,
vou cantar Raul...
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante,
do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...
na verdade não é bem isso que eu queria dizer...
o fato é que meu humor é muito mais volúvel,
e confesso isso não me incomoda...
sou introspectiva e te mostrarei o que eu quiser,
minha felicidade sou eu quem crio...
disseram que isso dá medo de se relacionar...
ah me poupem outra vez...
como o mar que a pouco eu mirava,
ele é constante na sua instabilidade...
se eu não sou tão previsível
isso me torna perigoso?
pode ser que sim...
melhor seria dizer
confuso demais pra mentes que procuram
a normalidade,
o padrão...
o óbvio.
Amo tanto minha melancolia e tudo que ela me proporciona
como fonte de inspiração que seria incapaz de imaginar
viver sem a mesma...
o hilário,
o cômico pra mim vem em segundo plano...
talvez eu seja cabeção demais mesmo!
instabilidade de humor...
e não acreditei no que estava escutando...
pediram-me equilíbrio...
e ainda me questionaram,
como poderia eu estar um dia tão contente e outro tão triste...
ah...puta merda...
tive que explicar que o que sinto não é tristeza e sim
melancolia...
O pior foi ainda escutar que isso não é saudável e eu tenho que mudar...
buscar o equilíbrio...ah...que asco...
essa foi boa,
vou cantar Raul...
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante,
do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...
na verdade não é bem isso que eu queria dizer...
o fato é que meu humor é muito mais volúvel,
e confesso isso não me incomoda...
sou introspectiva e te mostrarei o que eu quiser,
minha felicidade sou eu quem crio...
disseram que isso dá medo de se relacionar...
ah me poupem outra vez...
como o mar que a pouco eu mirava,
ele é constante na sua instabilidade...
se eu não sou tão previsível
isso me torna perigoso?
pode ser que sim...
melhor seria dizer
confuso demais pra mentes que procuram
a normalidade,
o padrão...
o óbvio.
Amo tanto minha melancolia e tudo que ela me proporciona
como fonte de inspiração que seria incapaz de imaginar
viver sem a mesma...
o hilário,
o cômico pra mim vem em segundo plano...
talvez eu seja cabeção demais mesmo!
terça-feira, outubro 10, 2006
Meu narcisismo de hoje...
Estava eu a mirar uma foto minha,
bom,
tentava procurar em meus olhos não sei o que...
ver a cor que são realmente..
ou como seria olhar pra mim mesma...
confesso que senti esperança,
um otimismo qualquer que baixou...
queria escrever algo
e logo percebi que sou narcisista...
só falo de mim...
os outros só me servem de análise,
ultimante...
hoje fiquei assoviando...hahauhauah
as vezes é estranho,
falo de coisas que só eu sei...
acho que por querer falar tanto de mim,
o faço somente pra quem realmente quer escutar...
eu!
Nossa...cadê a minha hulmidade?
ultimamente costumo falar com Deus
só quando aperta mesmo...
e bombas nucleares em baixo da Terra,
coincidentemente o embaixador geral da
ONU é coreano...
mas isso pra mim pouco importa,
nunca gosto de falar de guerra,
tampouco de genocídios...
Política???
ah, não...é tão perca de tempo...
de religião talvez já gosto muito de discutir, de pensar de escrever...
não de fundamentalismos, por favor...
se for assim prefiro falar de meus dias sem importância
em vez de valores de uma humanidade desumana.
Eu busco pela transmutação dos valores que Nietzsche dizia,
sim, fui bastante influenciada...
confesso que acho Nietzsche bastante narcisista e presunçoso...
mas adoro a descrição de seu "Super-Homem"...são tão excitantes,
e os conselhos de Zaratustra são bem mais humanos,
não nos tornam decadentes humildes...
Ele não diz quem se humilha será exaltado...
mas sim que se humilha quer ser exaltado.
é muito mais perto de minha realidade,
uma realidade que me recuso a interpretar,
minha função, penso eu,
é de conseguir não me encaixar numa moral consumista,
parece de fato,
para recordar uma palavra de Zaratustra, que as coisas
se aproximam com vontade própria,
se oferecendo a comparações,
"aqui todas as coisas vêm acariciantes em busca
do teu discurso e te adulam: pois elas querem
cavalgar sobre tuas costas. Sobre todas as comparações tu cavalgas
em direção a todas as verdades; tudo o que é ser quer se tornar
palavra, tudo o que é vir-a-ser quer aprender a falar contigo"
Esta é a minha experiência com a inspiração,
libertadora,
e ao mesmo tempo que nos acorrenta,
por querer sempre falar de nossas
carentes pretensões...
memórias latentes,
traduzir o empírico, transformá-lo
em símbolos...
dar algum sentido na angústia
pela falta do mesmo.
E melhor voltar ao verde do olhos
que me dá esperanças
e deixa mais feliz! Em estado de graça...
e hipnotizado pelos símbolos de beleza
em si encotrados,
cai no lago do esquecimento.
segunda-feira, outubro 09, 2006
Ultimamente...
Olho pra vida com olhos cansados,
como se tudo que há já se tornou gasto...
Ultimamente a casa da mamãe tá dando
medo,
aliás quando eu estava me conformando
com a idéia de viver ali,
sai de casa...isso é ótimo!
todo mundo me pergunta se é revolta,
enfim,
quer que eu lhes deem motivos "mui fuertes"
para sair do ninho...
já não aguento mais responder,
é um saco.
Acabei de ler meu último livro,
e tô perdida...acho que vou começar A náusea...
de Sartre,
vamos lá..de dionísiaco ao existencialismo,
me pergunto o que eu estou fazendo comigo mesma...
que figurinha estou pintando,
não olho muito ao espelho...cada dia me vejo de um jeito...
e isso me é sempre muito esquisito!
acho graça na minha ociosidade por todas as noites...
é muita fumaça que eu faço!
e pouco fogo...haha
é claro algumas mais calorosas que outras...
ontem assisti 9 e 1/2 semanas de amor
estou forçadamente romântica,
recuo sempre ao amor,
tenho medo dessa coisa que já me mostrou ser
de tamanha
sagacidade em nos tornar e a ter
objetos de desejo...
e penso comigo,
como tá o meu desejo?
puxa..ultimamente não tô desejando ninguém...
e os desejos que são
não me satisfazem...
o que busco?
ah...não me perguntem pois não sei...
o amor?
ich...o amor é bem-vindo,
mas não venha sem avisar...hehe
como se tudo que há já se tornou gasto...
Ultimamente a casa da mamãe tá dando
medo,
aliás quando eu estava me conformando
com a idéia de viver ali,
sai de casa...isso é ótimo!
todo mundo me pergunta se é revolta,
enfim,
quer que eu lhes deem motivos "mui fuertes"
para sair do ninho...
já não aguento mais responder,
é um saco.
Acabei de ler meu último livro,
e tô perdida...acho que vou começar A náusea...
de Sartre,
vamos lá..de dionísiaco ao existencialismo,
me pergunto o que eu estou fazendo comigo mesma...
que figurinha estou pintando,
não olho muito ao espelho...cada dia me vejo de um jeito...
e isso me é sempre muito esquisito!
acho graça na minha ociosidade por todas as noites...
é muita fumaça que eu faço!
e pouco fogo...haha
é claro algumas mais calorosas que outras...
ontem assisti 9 e 1/2 semanas de amor
estou forçadamente romântica,
recuo sempre ao amor,
tenho medo dessa coisa que já me mostrou ser
de tamanha
sagacidade em nos tornar e a ter
objetos de desejo...
e penso comigo,
como tá o meu desejo?
puxa..ultimamente não tô desejando ninguém...
e os desejos que são
não me satisfazem...
o que busco?
ah...não me perguntem pois não sei...
o amor?
ich...o amor é bem-vindo,
mas não venha sem avisar...hehe
quinta-feira, outubro 05, 2006
Fala sério...
Ostracismo...
Esses dias atrás sem nenhuma inspiração...
foram os mais inspiradores...
foi quando não escrevi e nem li...
simplesmente escutei e falei,
numa dialética onde línguas se perderam...
me diz de ostracismo,
confesso que não soube o que era,
no meu real vocabulário essa expressão
ainda não tinha ganhado forma,
eu procurei e encontrei termos gregos para exilados políticos...
que boa...é quando alguém é expulso da cidade por 10 anos...
puxa,
pensei que eu me resumo no atual momento como
ostracismo voluntário
onde caímos no esquecimento
e queremos passar dez longos anos
longe
de coisas...
digamos pra nós,
de
escadinhas que impõem uma subida.
Eu simplesmente estou surpreendida
por tamanha crueldade
e curso que se faz numa vida,
sem melancolias,
mas realidades contraditórias,
tempos confusos,
memórias latentes...
mutantes,
logo voltou a inspiração a pairar...
Sâmara
terça-feira, outubro 03, 2006
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