Eu nunca sei quando as estórias acabam. Por isso sempre
fico preso entre uma e outra, ou entre nenhuma e nenhuma
outra; entre um recomeço sem fim e um fim sem término.
Talvez por ser mais espectador, ou coadjuvante, do que
protagonista da minha vida, tenha essa enfermidade de
não dar conta de quando baixa o pano.
As luzes apagam, o público sai, os colegas limpam a
maquiagem e eu continuo lá: com a fala na cabeça, o
texto decorado, aguardando a deixa.
A deixa que nunca vem.
Sempre tive medo das coisas e das pessoas. Um pavor e
uma falta de fé. Talvez por isso eu tenha criado minha
própria companhia teatral, onde sou diretor; contra-
regra; atores e público.
Enceno só para mim uma tragicomédia.
A realidade me faz tão mal e me deixa tão fraco que
fico, no fundo do palco, muitas vezes, a sussurrar o
texto a mim mesmo.
Às vezes não ouço.
Quase sempre não ouço, porque sussurro baixo e minha voz
é trêmula...
O público não entende a peça, logo, não aplaude. Eu,
furioso, demito a todos: ao autor; ao diretor; aos
atores...
Expulso o público do teatro e ateio fogo a tudo.
E ali dentro fico eu, junto às cortinas e aos holofotes,
incandescentes; queimando, queimando, queimando...
Alejandro da Costa Carriles
sexta-feira, dezembro 29, 2006
Passei a noite toda, sem dormir...
Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distracção animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.
Alberto Caeiro
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distracção animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.
Alberto Caeiro
quinta-feira, dezembro 28, 2006
Momento de entropia...
Estale todos os dedos,
escute todas as canções,
olhe mais uma vez pela janela,
e em todas as direções,
não se perca mais uma vez.
Agitação de coisas nenhumas,
coisas que são umas coisas,
tão boas que, não querem o fim.
coisas que são só coisas,
e eu nem sei pelas ruas que eu passei.
Hoje, que é 29...
é um dia de fato,
ah...
que leveza insustentável nessa noite...
Esmagaram-me com o peso de tudo
que eu não gostaria que fosse.
Puxa, até a minha indiferença hoje pesa...
A grande leveza me pesa...
mas vai passar, eu sei...
eu vou pro mato,
serra, cachoeira...
...
repouso,
sol,
novo ano,
não...
eu tinha que ter lavado minhas roupas,
respingos aqui...
não...
tá eu quis lembrar...
ah que importa?
são tantas coisas,
eu não sei de nada.
Nenhuma certeza.
Aspirações lúcidas ou não,
falta a razão,
ah que me importa...
venha o que vier,
traga me cor,
metafísica, o que for.
Façamos o que desejamos, o que vier a frente.
O que for consagrado
ou deixado no abandondo,
será.
E é possível ser o que não se espera,
fazer o que não queira,
acordar desprezível,
e se não ficasse sempre existindo,
esperando.
ah que me importa,
sejamos ignorantes
e deixaremos o que?
ah...
dê-me ânimo!
pois eu,
eu não sei de nada...
Agora sim,
percebi o tamanho da tormenta...
não é nada interessante.
E eu agora só preciso esquecer,
e ruim é não fazer, não ser,
como deveria...
Sem justificações para nada,
volta pra cama, vai.
Talvez, acorde mais disposta.
escute todas as canções,
olhe mais uma vez pela janela,
e em todas as direções,
não se perca mais uma vez.
Agitação de coisas nenhumas,
coisas que são umas coisas,
tão boas que, não querem o fim.
coisas que são só coisas,
e eu nem sei pelas ruas que eu passei.
Hoje, que é 29...
é um dia de fato,
ah...
que leveza insustentável nessa noite...
Esmagaram-me com o peso de tudo
que eu não gostaria que fosse.
Puxa, até a minha indiferença hoje pesa...
A grande leveza me pesa...
mas vai passar, eu sei...
eu vou pro mato,
serra, cachoeira...
...
repouso,
sol,
novo ano,
não...
eu tinha que ter lavado minhas roupas,
respingos aqui...
não...
tá eu quis lembrar...
ah que importa?
são tantas coisas,
eu não sei de nada.
Nenhuma certeza.
Aspirações lúcidas ou não,
falta a razão,
ah que me importa...
venha o que vier,
traga me cor,
metafísica, o que for.
Façamos o que desejamos, o que vier a frente.
O que for consagrado
ou deixado no abandondo,
será.
E é possível ser o que não se espera,
fazer o que não queira,
acordar desprezível,
e se não ficasse sempre existindo,
esperando.
ah que me importa,
sejamos ignorantes
e deixaremos o que?
ah...
dê-me ânimo!
pois eu,
eu não sei de nada...
Agora sim,
percebi o tamanho da tormenta...
não é nada interessante.
E eu agora só preciso esquecer,
e ruim é não fazer, não ser,
como deveria...
Sem justificações para nada,
volta pra cama, vai.
Talvez, acorde mais disposta.
Noite que finda.
O dia de ontem acabou,
Deixemos a aurora invadir...
Alguma coisa esquecida ficou,
Se ao menos tivesse disposto a sentir
Realmente o silêncio que restou...
Confusões, refletem para perturbar,
Confusões, refletem para perturbar,
Tudo o que pode ser medido e desfeito,
Meneando a cabeça mirando pro ar,
Profundo, divinamente dentro do peito
Foi o que eu pensei, desejei projetar.
Negarás sempre, inflamado e ocioso,
Negarás sempre, inflamado e ocioso,
Cuspindo toda imundicíe provinda
De alvoroço em fim de noite, sobressalto duvidoso,
Memórias circulantes, sabe se ainda
Bom é querer-te em cada noite que finda.
S.A
O que há em mim é sobretudo cansaço
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos
Não, não é cansaço...
Não, não é cansaço...
Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Álvaro de Campos
Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Álvaro de Campos
Aprendendo sobre demônios...
Demônio
E se um dia um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse:" Esta vida, assim como a vives e sempre viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes, não haverá nela nada de novo!
Cada dor, cada pensamento, tudo que há de pequeno em tua vida há de retornar. Tudo, na mesma ordem e sequência. E, do mesmo modo, esse instante e eu próprio: o demônio.
O eterno relógio da existência reiniciará outra vez a contagem do seu tempo, e do tempo das tuas desgraças.
Não te lançarias ao chão rangendo os dentes e amaldiçoando o demônio?
Não, não. Responderias medrosamente que nunca te disseram algo mais divino. Diga, nunca te disseram algo mais divino?
Mentirias que queres para sempre a tua própria desgraça? Vê bem, se disseres que sim, estarás apenas piorando a eternidade.
Nietzsche
Interpretação de Antônio Abujamra
E se um dia um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse:" Esta vida, assim como a vives e sempre viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes, não haverá nela nada de novo!
Cada dor, cada pensamento, tudo que há de pequeno em tua vida há de retornar. Tudo, na mesma ordem e sequência. E, do mesmo modo, esse instante e eu próprio: o demônio.
O eterno relógio da existência reiniciará outra vez a contagem do seu tempo, e do tempo das tuas desgraças.
Não te lançarias ao chão rangendo os dentes e amaldiçoando o demônio?
Não, não. Responderias medrosamente que nunca te disseram algo mais divino. Diga, nunca te disseram algo mais divino?
Mentirias que queres para sempre a tua própria desgraça? Vê bem, se disseres que sim, estarás apenas piorando a eternidade.
Nietzsche
Interpretação de Antônio Abujamra
quarta-feira, dezembro 27, 2006
Alvoroço
O que eu devo fazer com
todas essas bobagens?
idiotices..
estou perplexa e dividida..
indesculpavelmente com toda
sujidade...
acabo de golfar-te...
desembucho-me de ti.
Vejo-o agora
opaco,
alheio...
indefinido...
partindo para o impossível,
"insuportable" e melindroso,
Num desprezo sem lágrimas...
irrompendo irascível,
e agora, onde está o verbo?
Separado de minhas entranhas
de que me valem?
Meu coração é carne
que não se deduz pela razão...
ou proposita algo...
Circunlóquio inconsiso,
impreciso,
somente...
Deslumbramento desconfortável,
inquieta estupidez
realidade reles de querer-te,
de não querer o querer-te...
Na saída fugaz dos pensamentos,
e especulações.
Apática à todo ideal que padece,
esquivando-me
numa ardente aspiração,
acabo em amar-te e odiar-te...
Talvez tenha existido apenas e não
incorre em nada besuntar-me com jorra
em meio à tua podridão.
Expectorar-te
lançar-te do meu peito, escarrar...
Aqui estão teus detritos esbulhados,
vacilantes não passaram em surdina;
torpe,
horrendo e disconforme.
Impregnando-me com suas
polvilhadas de enxofre,
Vagas mentiras,
versos que morrem
piando no buraco da agulha,
com expectatativas de fogo à pólvora.
Coibindo o peso de minhas pálpebras
tornando-me indolente
eriçando...
Arranhando-me a garganta,
náusea e mal-estar
um de frente o outro.
somente um gosto amargo na boca, fel..
Irreal
...
bem na hora!
as expectativas mudam,
vão pra longe,
me afastam do inferno...
e de Álvaro de Campos,
e nada mais é..
que espanto nauseabundo,
proferindo com violência
latejantes dores no estômago,
agora entretidas pela inquietação do vício,
da embriaguez adormentada,
e saltando com ímpeto
junto à pressa sem direção
uma volta no quarteirão,
nada mais que um edifício no centro,
vendo a chuva afilada,
que cai do ar na madrugada em desalento,
que se apaga,
que desprende...
Num desfecho desagradável...
com mosaico na calçada,
estranhos e dois semáforos,
siga e pare!
Cigarros,
que não me valeram de nada...
luzes que agora estão apagadas
na qualidade do que resta de real
e límpido,
transluzindo o que efetivamente
é.
todas essas bobagens?
idiotices..
estou perplexa e dividida..
indesculpavelmente com toda
sujidade...
acabo de golfar-te...
desembucho-me de ti.
Vejo-o agora
opaco,
alheio...
indefinido...
partindo para o impossível,
"insuportable" e melindroso,
Num desprezo sem lágrimas...
irrompendo irascível,
e agora, onde está o verbo?
Separado de minhas entranhas
de que me valem?
Meu coração é carne
que não se deduz pela razão...
ou proposita algo...
Circunlóquio inconsiso,
impreciso,
somente...
Deslumbramento desconfortável,
inquieta estupidez
realidade reles de querer-te,
de não querer o querer-te...
Na saída fugaz dos pensamentos,
e especulações.
Apática à todo ideal que padece,
esquivando-me
numa ardente aspiração,
acabo em amar-te e odiar-te...
Talvez tenha existido apenas e não
incorre em nada besuntar-me com jorra
em meio à tua podridão.
Expectorar-te
lançar-te do meu peito, escarrar...
Aqui estão teus detritos esbulhados,
vacilantes não passaram em surdina;
torpe,
horrendo e disconforme.
Impregnando-me com suas
polvilhadas de enxofre,
Vagas mentiras,
versos que morrem
piando no buraco da agulha,
com expectatativas de fogo à pólvora.
Coibindo o peso de minhas pálpebras
tornando-me indolente
eriçando...
Arranhando-me a garganta,
náusea e mal-estar
um de frente o outro.
somente um gosto amargo na boca, fel..
Irreal
...
bem na hora!
as expectativas mudam,
vão pra longe,
me afastam do inferno...
e de Álvaro de Campos,
e nada mais é..
que espanto nauseabundo,
proferindo com violência
latejantes dores no estômago,
agora entretidas pela inquietação do vício,
da embriaguez adormentada,
e saltando com ímpeto
junto à pressa sem direção
uma volta no quarteirão,
nada mais que um edifício no centro,
vendo a chuva afilada,
que cai do ar na madrugada em desalento,
que se apaga,
que desprende...
Num desfecho desagradável...
com mosaico na calçada,
estranhos e dois semáforos,
siga e pare!
Cigarros,
que não me valeram de nada...
luzes que agora estão apagadas
na qualidade do que resta de real
e límpido,
transluzindo o que efetivamente
é.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
Tirando os olhos de mim...
Eu poderia escrever um poema,
algumas bobagens e filosofar precariamente
num fim de tarde natalino...
logo, lembro advertindo-me
diante à mesa farta de comilanças,
sobre minhas vãs filosofias...
ah! família...
sim, não há nada tão óbvio e também propício...
família X Natal,
que tal a nossa?
e mesmo que pareça piegas,
cada qual com seus "probleminhas".
Lembrei-me de você;
assustada com o nível do seu colesterol...
preocupa-me tudo isso,
agora estou preocupada até com suas preocupações atuais,
tuas...somente;
do alcoolismo e tabagismo, meu...
e do caçula mimado...exageradamente
frizado por você...
É mais um natal... e eu escrevo à lápis,
coisas que logo serão esquecidas até o próximo,
(como já foi o gosto amargo de meu mousse de limão!)
É bem verdade que não cuidamos de nós mesmos
como deveríamos e,
estamos cientes das grandes diferenças
entre vícios e virtudes.
Estamos falindo temporariamente,
não é nada permanente.
como também não o é, teu colesterol.
Invariavelmente o natal acaba,
o dia de...
E a esperança, (sebe se lá, é essa palavra mesmo),
não se encontra somente na Vitória,
na linda Vitória prematura.
Está conosco, mesmo que pareçamos indiferentes à
construção de filhos desta terra, mesmo que nos
digam o que fazer
com esse monte de coisas a fazer,
limitadas num tempo previsto e imprevisto,
num espaço contínuo,
circunferência vivida
é a vida.
É cada filho teu,
parte de tua visão,
não sinta-se ferida por não poder prever,
os nossos caminhos...
não se pode prever o imprevisível.
Estamos todos somente andando,
para no fim chegarmos,
talvez,
donde partimos ou
a lugar nenhum...
Portanto, andaremos atentos,
(incluso ao nível do colesterol..),
conscientes da volta
do contorno e o circuito;
dos arrabaldes visitados..
do ir e vir,
das ésferas,
das rodas,
do nascer ao morrer,
dos amores,
"de uma estação à outra",
de nada,
de só dormir e sonhar ou não...
sonhar acordado...
da hora,
da volta...
Cada passo, é um...
Cuide-se, cuidaremos de..?
(de não nos cuidar!)
Os seus passos, os nossos passos.
Sâmara
algumas bobagens e filosofar precariamente
num fim de tarde natalino...
logo, lembro advertindo-me
diante à mesa farta de comilanças,
sobre minhas vãs filosofias...
ah! família...
sim, não há nada tão óbvio e também propício...
família X Natal,
que tal a nossa?
e mesmo que pareça piegas,
cada qual com seus "probleminhas".
Lembrei-me de você;
assustada com o nível do seu colesterol...
preocupa-me tudo isso,
agora estou preocupada até com suas preocupações atuais,
tuas...somente;
do alcoolismo e tabagismo, meu...
e do caçula mimado...exageradamente
frizado por você...
É mais um natal... e eu escrevo à lápis,
coisas que logo serão esquecidas até o próximo,
(como já foi o gosto amargo de meu mousse de limão!)
É bem verdade que não cuidamos de nós mesmos
como deveríamos e,
estamos cientes das grandes diferenças
entre vícios e virtudes.
Estamos falindo temporariamente,
não é nada permanente.
como também não o é, teu colesterol.
Invariavelmente o natal acaba,
o dia de...
E a esperança, (sebe se lá, é essa palavra mesmo),
não se encontra somente na Vitória,
na linda Vitória prematura.
Está conosco, mesmo que pareçamos indiferentes à
construção de filhos desta terra, mesmo que nos
digam o que fazer
com esse monte de coisas a fazer,
limitadas num tempo previsto e imprevisto,
num espaço contínuo,
circunferência vivida
é a vida.
É cada filho teu,
parte de tua visão,
não sinta-se ferida por não poder prever,
os nossos caminhos...
não se pode prever o imprevisível.
Estamos todos somente andando,
para no fim chegarmos,
talvez,
donde partimos ou
a lugar nenhum...
Portanto, andaremos atentos,
(incluso ao nível do colesterol..),
conscientes da volta
do contorno e o circuito;
dos arrabaldes visitados..
do ir e vir,
das ésferas,
das rodas,
do nascer ao morrer,
dos amores,
"de uma estação à outra",
de nada,
de só dormir e sonhar ou não...
sonhar acordado...
da hora,
da volta...
Cada passo, é um...
Cuide-se, cuidaremos de..?
(de não nos cuidar!)
Os seus passos, os nossos passos.
Sâmara
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Vida Corriente
La misma luz del sol el mismo sol y el mismo desayuno
—recuelo tibio y pan duro de recoleta—
el mismo beso y el mismo sombrero.
El periódico y siempre paralela
la calle a lado y lado su lectura
mismas letras igual nomenclatura
marcha del hambre sobre el capitolio
gobierno de los mismos misma guerra
siempre hacia el paredón o hacia el telonio.
Y el carro colectivo y su destino
de alfoz a plaza en alternada meta
a la misma hora con la misma gente
en la esquina de siempre pero siempre
fatal itinerario y rauda suerte
la misma ruta la misma rutina
alguien viene de lejos y aún le queda
alguien apenas entra ya se apea
alguien se baja acá y alguien avanza
alguien de pie adelante atrás sentado
alegre triste distraído humilde
estrecho holgado libre perseguido
a éste dónde lo he visto qué más vale
uno habla dos replican ella otea
yo en silencio tú sueñas él dormita
soledad recordando compañías
Juan rozagante Pedro deslardado
pobre al trabajo rico a su mercado
un hombre una mujer una familia
viejos al parque niños a la escuela
ruanas y diores chompas prendedores
ajos y gasolina anís espliego
no se puede fumar apague el fuego
una mano en bolsillo equivocado
calderón calderilla tango roto
tocata en Bach y fuga de Gorgona
y moto con andante moderato
una limosna una canción protesta
el agente y el árbol cuánto falta
déjeme por favor perdón señora
el seguro de muerte en la cabrilla
cómo no te había visto adiós y ciao
de dónde viene aunque subió en la esquina
adónde va aunque vaya aquí conmigo
tan pronto como estamos ya no estamos
es que la vida es este bus corriendo
que de pronto paró y hemos llegado.
RogelioEchavarría (1926- )
—recuelo tibio y pan duro de recoleta—
el mismo beso y el mismo sombrero.
El periódico y siempre paralela
la calle a lado y lado su lectura
mismas letras igual nomenclatura
marcha del hambre sobre el capitolio
gobierno de los mismos misma guerra
siempre hacia el paredón o hacia el telonio.
Y el carro colectivo y su destino
de alfoz a plaza en alternada meta
a la misma hora con la misma gente
en la esquina de siempre pero siempre
fatal itinerario y rauda suerte
la misma ruta la misma rutina
alguien viene de lejos y aún le queda
alguien apenas entra ya se apea
alguien se baja acá y alguien avanza
alguien de pie adelante atrás sentado
alegre triste distraído humilde
estrecho holgado libre perseguido
a éste dónde lo he visto qué más vale
uno habla dos replican ella otea
yo en silencio tú sueñas él dormita
soledad recordando compañías
Juan rozagante Pedro deslardado
pobre al trabajo rico a su mercado
un hombre una mujer una familia
viejos al parque niños a la escuela
ruanas y diores chompas prendedores
ajos y gasolina anís espliego
no se puede fumar apague el fuego
una mano en bolsillo equivocado
calderón calderilla tango roto
tocata en Bach y fuga de Gorgona
y moto con andante moderato
una limosna una canción protesta
el agente y el árbol cuánto falta
déjeme por favor perdón señora
el seguro de muerte en la cabrilla
cómo no te había visto adiós y ciao
de dónde viene aunque subió en la esquina
adónde va aunque vaya aquí conmigo
tan pronto como estamos ya no estamos
es que la vida es este bus corriendo
que de pronto paró y hemos llegado.
RogelioEchavarría (1926- )
Algum espasmo
Sem graça,
vazia
noite
onde não se viveu nada
só fez morrer
expectativas
ganhos ou saldos de vida
perdas
ou ganhos.
Dados jogados à meia-luz
frases ditas
frases não ditas
e depois
a demora
a tardança
o querer contínuo
taciturno
drogado
vamos lá, rápido!
enojado
torturado
arrependido
amargurado
revoltado
talvez
nuvem
já é de manhã
evidente
passou
e brando
a brisa
acalma
dá aliento
folêgo
sono
sono
sono
ternura
torcicolo de novo
facilitasse as coisas,
complicado isso...
que correria não?
agora vamos devagar...
que grande ilusão não é tudo isso?
lembranças de uma ilha...
do riso,
da viagem...
meu deslumbramento
o meu querer em ti
o meu desprender-me de ti...
o meu escurecer ao longe
da chama acesa daquela frágil vela.
vazia
noite
onde não se viveu nada
só fez morrer
expectativas
ganhos ou saldos de vida
perdas
ou ganhos.
Dados jogados à meia-luz
frases ditas
frases não ditas
e depois
a demora
a tardança
o querer contínuo
taciturno
drogado
vamos lá, rápido!
enojado
torturado
arrependido
amargurado
revoltado
talvez
nuvem
já é de manhã
evidente
passou
e brando
a brisa
acalma
dá aliento
folêgo
sono
sono
sono
ternura
torcicolo de novo
facilitasse as coisas,
complicado isso...
que correria não?
agora vamos devagar...
que grande ilusão não é tudo isso?
lembranças de uma ilha...
do riso,
da viagem...
meu deslumbramento
o meu querer em ti
o meu desprender-me de ti...
o meu escurecer ao longe
da chama acesa daquela frágil vela.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Ausente
Em ruas distantes que andastes,
continuam ali as portas e janelas que então
olhavas. Os que ouviram casualmente teu passo
haviam todavia muros que te escondiam
agora, pouco a pouco, em tua mente, apagados.
Pelas noites, há vezes, os que foram amigos
teus, bebem e riem nos bares.
De vez em quando, eles convidam sem querer-te;
as gargalhadas ficam convertidas em um
olhar no escuro, raro, vago e distante.
Um que já não és, sombra de ti, se formam
com escombros de imagens que guardas
em turvo lugar na memória,
incoerentes pedaços do que foi, troféus...
das batalhas entre amor e esquecimento.
continuam ali as portas e janelas que então
olhavas. Os que ouviram casualmente teu passo
haviam todavia muros que te escondiam
agora, pouco a pouco, em tua mente, apagados.
Pelas noites, há vezes, os que foram amigos
teus, bebem e riem nos bares.
De vez em quando, eles convidam sem querer-te;
as gargalhadas ficam convertidas em um
olhar no escuro, raro, vago e distante.
Um que já não és, sombra de ti, se formam
com escombros de imagens que guardas
em turvo lugar na memória,
incoerentes pedaços do que foi, troféus...
das batalhas entre amor e esquecimento.
Los lobos
Los lobos andan en parejas.
Azules en la noche, sus cuerpos
se extienden entre las sombras.
Son sólo dos lobos
pintados en el Museo de Ciencias Naturales
y yo siento gratitud al vidrio
que me resguarda de sus furias.
Los lobos son altos como yo,
aún más altos, y están colocados
al lado de las marmotas y de los conejos.
Los lobos se mueven en un paisaje nocturno,
y la nieve cubre los bosques
y el cielo está empapado de estrellas.
Hay algo que yo quiero preguntarles a los lobos,
y sin embargo no me atrevo.
Los lobos son todos dientes y furia.
Hay un vidrio que nos separa
y, de quererlo, ellos podrían devorarme
en un instante.
Yo también he andado en parejas
a través de una noche oscura.
Este es un rincón oscuro del Museo.
Este es el rincón de las confesiones y de los desvaríos.
Este es el rincón de los lobos.
Esta es la trampa letal al que anda sin guía.
El amor también es un lobo,
es un andar por un bosque oscuro,
es una noche peligrosa con promesas de estrellas.
Es tan sólo un vidrio que nos separa.
Es tan sólo un momento de indecisión
para romper el vidrio y tocar al lobo.
Azules en la noche, sus cuerpos
se extienden entre las sombras.
Son sólo dos lobos
pintados en el Museo de Ciencias Naturales
y yo siento gratitud al vidrio
que me resguarda de sus furias.
Los lobos son altos como yo,
aún más altos, y están colocados
al lado de las marmotas y de los conejos.
Los lobos se mueven en un paisaje nocturno,
y la nieve cubre los bosques
y el cielo está empapado de estrellas.
Hay algo que yo quiero preguntarles a los lobos,
y sin embargo no me atrevo.
Los lobos son todos dientes y furia.
Hay un vidrio que nos separa
y, de quererlo, ellos podrían devorarme
en un instante.
Yo también he andado en parejas
a través de una noche oscura.
Este es un rincón oscuro del Museo.
Este es el rincón de las confesiones y de los desvaríos.
Este es el rincón de los lobos.
Esta es la trampa letal al que anda sin guía.
El amor también es un lobo,
es un andar por un bosque oscuro,
es una noche peligrosa con promesas de estrellas.
Es tan sólo un vidrio que nos separa.
Es tan sólo un momento de indecisión
para romper el vidrio y tocar al lobo.
Jaime Manrique Ardila (1949)
domingo, dezembro 17, 2006
sábado, dezembro 16, 2006
Ich...tédio
Trabalhe em prol de sua própria causa.
Você passou toda a semana fazendo lindos planos,
imaginando,
esperando ter tempo para cuidar de suas coisas e agora fica aí,
com o controle remoto na mão,
zapeando todos os canais,
sem chegar nunca à sua estação.
Essas e outras armadilhas,
você só cai nelas porque quer...
Você passou toda a semana fazendo lindos planos,
imaginando,
esperando ter tempo para cuidar de suas coisas e agora fica aí,
com o controle remoto na mão,
zapeando todos os canais,
sem chegar nunca à sua estação.
Essas e outras armadilhas,
você só cai nelas porque quer...
sexta-feira, dezembro 15, 2006
to repeat,
repeat,
to repeat the same music...
"I've still got sand in my shoes
And I can't shake the thought of you
I should get on, forget you"...
e toda vez esqueço meu cigarro no cinzeiro...
I know you think that I shouldn't still love you,
I'll tell you that.
But if I didn't say it, well I'd still have felt it
where's the sense in that?
I promise I'm not trying to make your life harder
Or return to where we were...
And when we meet
Which I'm sure we will
All that was then,
Will be there still
I'm coming round to open the blinds...
I should get on, forget you
But why would I want to?
Anything else would've been confused but
I wanna see you again
And I can't shake the thought of you
I should get on, forget you
But why would I want to?
Anything else would've been confused but
I wanna see you again....
repeat,
to repeat the same music...
"I've still got sand in my shoes
And I can't shake the thought of you
I should get on, forget you"...
e toda vez esqueço meu cigarro no cinzeiro...
I know you think that I shouldn't still love you,
I'll tell you that.
But if I didn't say it, well I'd still have felt it
where's the sense in that?
I promise I'm not trying to make your life harder
Or return to where we were...
And when we meet
Which I'm sure we will
All that was then,
Will be there still
I'm coming round to open the blinds...
I should get on, forget you
But why would I want to?
Anything else would've been confused but
I wanna see you again
And I can't shake the thought of you
I should get on, forget you
But why would I want to?
Anything else would've been confused but
I wanna see you again....
I'm no angel - Dido
If you gave me just a coin
for every time we say goodbye ...
Well, I'd be rich beyond my dreams
I'm sorry for my weary life
I know I'm not perfect
but I can smile
And I hope that you see this heart
behind my tired eyes
If you tell me that
I can'tI will, I will, I'll try all night
And if I say I'm coming home
I'll probably be out all night
I know I can be afraid
but I'm alive
And I hope that you trust this heart
behind my tired eyes
'cause
I'm no angel, but please don't think that I won't try and try
I'm no angel, but does that mean that I can't live my life?
I'm no angel, but please don't think that I can't cry
I'm no angel, but does that mean that I won't fly?
I know I'm not around each night
and I know I always think I'm right
and I can believe that you might look around
'cause I'm no angel, but please don't think that I won't try and try
I'm no angel, but does that mean that I can't live my life?
I'm no angel, but please don't think that I can't cry
I'm no angel, but does that mean that I won't fly?
Dido
for every time we say goodbye ...
Well, I'd be rich beyond my dreams
I'm sorry for my weary life
I know I'm not perfect
but I can smile
And I hope that you see this heart
behind my tired eyes
If you tell me that
I can'tI will, I will, I'll try all night
And if I say I'm coming home
I'll probably be out all night
I know I can be afraid
but I'm alive
And I hope that you trust this heart
behind my tired eyes
'cause
I'm no angel, but please don't think that I won't try and try
I'm no angel, but does that mean that I can't live my life?
I'm no angel, but please don't think that I can't cry
I'm no angel, but does that mean that I won't fly?
I know I'm not around each night
and I know I always think I'm right
and I can believe that you might look around
'cause I'm no angel, but please don't think that I won't try and try
I'm no angel, but does that mean that I can't live my life?
I'm no angel, but please don't think that I can't cry
I'm no angel, but does that mean that I won't fly?
Dido
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Espasmo de loucura...
Joder!
é inútil olhar pra si mesmo,
ter consciência disso,
de si...
Como um idiota que tivesse consciência
que é idiota!
Onde fui que eu me perdi?
Já sei...
Dionísio!
insight...
É a dança, a leveza e a éféméridade,
de todas as coisas!
ótimo!
olvida-te.
E páre de esperar explosões emocionais,
esses seus ataques de paixonite...rídicula...
se atropelando com essas manifestações barulhentas.
Vamos manter os pratos da balança bem alinhados...
Sim, vamos dançar,
Mira...aqui se baila así!
traz mais um anestésico...
Brindemos a leveza...
a falta de esperança em coisa alguma,
é inútil olhar pra si mesmo,
ter consciência disso,
de si...
Como um idiota que tivesse consciência
que é idiota!
Onde fui que eu me perdi?
Já sei...
Dionísio!
insight...
É a dança, a leveza e a éféméridade,
de todas as coisas!
ótimo!
olvida-te.
E páre de esperar explosões emocionais,
esses seus ataques de paixonite...rídicula...
se atropelando com essas manifestações barulhentas.
Vamos manter os pratos da balança bem alinhados...
Sim, vamos dançar,
Mira...aqui se baila así!
traz mais um anestésico...
Brindemos a leveza...
a falta de esperança em coisa alguma,
não! não é esperança, a segunda das virtudes...
nem é espera,
sei lá o que é!
tá, eu sei que preferiria estar sozinha,
numa constante incógnita
andando do quarto pra cozinha...
e vice-versa.
Tá bom! eu sou flexível...
Vamos respirar a noite!
Eu vou, ver no que dá...
Vamos curtir no arco-íris!
Eu, junto a Pequena e Cheia de Graça!
Ficarei suspirando por minhas perdas a noite toda,
se não te importa?
Vamos...
tá, eu sei que preferiria estar sozinha,
numa constante incógnita
andando do quarto pra cozinha...
e vice-versa.
Tá bom! eu sou flexível...
Vamos respirar a noite!
Eu vou, ver no que dá...
Vamos curtir no arco-íris!
Eu, junto a Pequena e Cheia de Graça!
Ficarei suspirando por minhas perdas a noite toda,
se não te importa?
Vamos...
quarta-feira, dezembro 13, 2006
Insônia e noite derrogadas
Quanta coisa...
dois telefones, fumaça, café gelado, biscoito frito...que asia...
insônia, femproporex, omeprazol...
sem sono, sem sombra,
cortinas bem fechadas,
esmalte vermelho, cortinas...vermelho...
Noites com burriqueiros nos contaminam assim...
Coisas e lousas...
Meus olhos mentiram,
não adormecem e todavia não quero calar-me...
Inventando motivos para continuar.
Vá se acostar, que o tempo não está fixado,
e o equilíbrio talvez venha após o repouso.
já não adianta ficar a balbuciar;
desassido e fastidioso;
quem vai digerir essa porcaria?
náuseas...
vertigens.
Vivi muito hoje e o que ficou?
Foram mais algumas horas que não duraram,
simplesmente passaram...
uma noite em vão,
assuntos medíocres, pessoas medíocres...néscios insignificantes.
que me deixam assim,
olhando pra toda a bagunça a minha volta...
nada eloqüente pra dizer.
O efêmero abreviado,
o desprazer em consentir tacitamente;
ser indulgente;
deixar passar;
permitir;
desculpar;
suportar.
S.A
dois telefones, fumaça, café gelado, biscoito frito...que asia...
insônia, femproporex, omeprazol...
sem sono, sem sombra,
cortinas bem fechadas,
esmalte vermelho, cortinas...vermelho...
Noites com burriqueiros nos contaminam assim...
Coisas e lousas...
Meus olhos mentiram,
não adormecem e todavia não quero calar-me...
Inventando motivos para continuar.
Vá se acostar, que o tempo não está fixado,
e o equilíbrio talvez venha após o repouso.
já não adianta ficar a balbuciar;
desassido e fastidioso;
quem vai digerir essa porcaria?
náuseas...
vertigens.
Vivi muito hoje e o que ficou?
Foram mais algumas horas que não duraram,
simplesmente passaram...
uma noite em vão,
assuntos medíocres, pessoas medíocres...néscios insignificantes.
que me deixam assim,
olhando pra toda a bagunça a minha volta...
nada eloqüente pra dizer.
O efêmero abreviado,
o desprazer em consentir tacitamente;
ser indulgente;
deixar passar;
permitir;
desculpar;
suportar.
S.A
Poema em linha reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Fernando Pessoa
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Fernando Pessoa
terça-feira, dezembro 12, 2006
Autopsicografia
Autopsicografia
Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Para "tu"..
A lareira era você,
e assim percorria o fogo de tua
forma beijando-te...
sim, chovia e estava frio...
eu, alma frágil te procuraria onde agora?
Minhas memórias circulantes?
meus vícios, poemas de Álvaro Campos,
e a voz eloqüente ao fundo?
onde estaria agora?
onde eu estaria agora?
retalhos expostos e devorados no varejo,
nessa vitrina de imbecilidades,
fugindo... eu te encontro,
falando e cantando, como pode ser assim?
Cinzas espalhadas, respingos não falam de mim...
Enquanto ias comigo te toquei,
te amei sem que eu o soubesse, e busquei tua memória.
Entreguei-te minha nudez e muito mais espesso
foi o que eu te dei.
Além de nomes...discursos e declarações.
Sim, também acordei triste,
longe da perseverança dos pingüins.
e assim percorria o fogo de tua
forma beijando-te...
sim, chovia e estava frio...
eu, alma frágil te procuraria onde agora?
Minhas memórias circulantes?
meus vícios, poemas de Álvaro Campos,
e a voz eloqüente ao fundo?
onde estaria agora?
onde eu estaria agora?
retalhos expostos e devorados no varejo,
nessa vitrina de imbecilidades,
fugindo... eu te encontro,
falando e cantando, como pode ser assim?
Cinzas espalhadas, respingos não falam de mim...
Enquanto ias comigo te toquei,
te amei sem que eu o soubesse, e busquei tua memória.
Entreguei-te minha nudez e muito mais espesso
foi o que eu te dei.
Além de nomes...discursos e declarações.
Sim, também acordei triste,
longe da perseverança dos pingüins.
Do riso e do esquecimento...
Me propusera a falar de amor...
sim, eu iria começar a dizê-lo,
contemplar a amenização do tédio de rotina,
não se pode tê-la com a cabeça nas nuvens...
transportados
pelo que chamamos amor.
Eu, estalando os dedos para mudar de dimensão,
e ir habitar o mundo dos enamorados,
tolos e encharcados de engano,
num prazer que sempre morre.
Num vazio que estando vivo, não manifesta os sintomas próprios da vida.
Desenganos...
mais uma vez me faz calar,
bocejar,
enojar...disso, de tudo isso..
Fazer muita fumaça e não dar a mínima ao porvir,
afinal,
tudo cai no esquecimento,
e todas as alegrias e divertimentos se esgotam
na repetição.
Exausta vou perdendo minhas forças
para alcançar boa reputação...
de autorizar junto a ti metáforas num texto sem nexo,
poesia, metafísica e mentiras...
ilusões,
torno-me escrava de uma dívida que fiz ao espelho.
E agora esqueci, já são 4:20 e preciso dormir...
sim, eu iria começar a dizê-lo,
contemplar a amenização do tédio de rotina,
não se pode tê-la com a cabeça nas nuvens...
transportados
pelo que chamamos amor.
Eu, estalando os dedos para mudar de dimensão,
e ir habitar o mundo dos enamorados,
tolos e encharcados de engano,
num prazer que sempre morre.
Num vazio que estando vivo, não manifesta os sintomas próprios da vida.
Desenganos...
mais uma vez me faz calar,
bocejar,
enojar...disso, de tudo isso..
Fazer muita fumaça e não dar a mínima ao porvir,
afinal,
tudo cai no esquecimento,
e todas as alegrias e divertimentos se esgotam
na repetição.
Exausta vou perdendo minhas forças
para alcançar boa reputação...
de autorizar junto a ti metáforas num texto sem nexo,
poesia, metafísica e mentiras...
ilusões,
torno-me escrava de uma dívida que fiz ao espelho.
E agora esqueci, já são 4:20 e preciso dormir...
sábado, dezembro 09, 2006
O que é positivo em Nietzsche? - Por Paulo Ghiraldelli Jr.
Ao avaliar alguns passos da história da filosofia, o filósofo estadunidense Richard Rorty disse que ao final do século XIX jamais poderíamos imaginar que ao final do século XX os únicos dois filósofos daquela época que ainda apresentariam interesse ao público seriam Nietzsche e Frege. Penso que Rorty está certo. Atualmente, se alguém se dedica a fazer filosofia analítica, então ganha o direito de filosofar. Nesse caso, a base é a compreensão de Frege e a tradição da nova lógica e os problemas da filosofia da linguagem atual. Se alguém se recusa a isto, então resta se transformar em professor de história da filosofia ou, se quer continuar filósofo, pode seguir Nietzsche ou alguns daqueles que trilharam seus caminhos ou aderiram a posições também anunciadas por ele.
Mas, apesar de Nietzsche ainda ser um filósofo lido, será que ele é bem lido?
Deleuze dizia que não se poder ler Nietzsche sem rir. Rorty disse que rimos muito, sim, ao ler Nietzsche, mas que rimos mais quando rimos de termos ficado rindo de Nietzsche. Em um primeiro momento, como foi o caso de Deleuze, rimos muito ao ler Nietzsche porque ele não deixa de ser engraçado com suas frases duras contra tudo que é o moderno, iluminista e crítico. Tudo aquilo que acostumamos a chamar de “ponto de vista filosófico”, distante do senso comum, é tomado por Nietzsche como sendo o senso comum de fato. Lemos Platão e seguimos com Marx, e então aprendemos que há algo como a ilusão dos sentidos ou então a ideologia, e nos tornamos críticos, ou seja, os que podem escapar da ilusão ou da ideologia e enxergar o que está por detrás das coisas. Nietzsche nos pega: quem disse a vocês que essa idéia de que existe algo por detrás das coisas não é, ela própria, uma grande invenção? Ora, então, não há como não rir.
Mas o que Rorty fala é que essa visão de Nietzsche, que nos faz rir, só é engraçada quando, depois de um tempo, vemos que a verdadeira graça está em acharmos que ela era engraçada. Como pudemos rir do que Nietzsche dizia? Achar que aquilo era engraçado, eis aí a verdadeira coisa engraçada. Pois, de fato, do mesmo modo que podemos rir da idéia de que há algo por detrás das coisas, também podemos rir da idéia de desmascarar quem diz que não há algo por traz das coisas. Pois se o primeiro riso foi por conta do filósofo parecer pedante diante do que ele chama de senso comum, e então ser desestabilizado pelo riso contra a pedanteria, no segundo caso o riso vem de percebermos que aquele que diz que não há máscaras, ilusões e ideologias está, ele também, naquele momento, mesmo que não queira, tentando tirar uma máscara, desfazer uma ilusão, destruir uma ideologia.
Assim, ler Nietzsche nos levaria a um abismo. A denúncia da denúncia é também ela nada mais que uma denúncia.
Mas Nietzsche, então, é só isso, só aquele que nos leva ao abismo? Seria ele apenas o criador do jogo de espelhos, como chamou a isso Foucault?
Não, Nietzsche deixa várias coisas positivas. Uma delas é sua própria doutrina da “vontade de potência”, que alguns acham que se trata de metafísica, e outros acham que é uma proposta de um modo de filosofar diferente – uma cosmologia em vez de uma metafísica ou qualquer outra coisa. O que vejo em Nietzsche, além disso, é que ele nos remete à percepção do caráter completamente metafórico de nossa linguagem. E isso me parece tão interessante quanto a sua proposta de filosofar como cosmólogo e não como metafísico ou filósofo moral ou como filósofo social.
Como Nietzsche faz isso? Simples. Em sua época, ou melhor, pouco depois de sua época, vários atacaram o positivismo, dizendo que este usava de uma linguagem das ciências físicas para querer compreender as ciências sociais e humanas, e que isso, ao não ser aceito como um procedimento metafórico, nos daria uma compreensão errada – coisificada – da vida humana. Nietzsche inverteu a seta. Ele disse que nossa aceitação da vida social como ela havia se organizado modernamente, ou seja, de modo democrático, é que havia conformado nosso modo de conversar e teorizar sobre a natureza. Assim, ele escreveu que era do fato de não vivermos mais sob as hierarquias do mundo dos nobres que havíamos achado natural que nada tivesse hierarquia. Por conta disso, teríamos inventado a idéia da regularidade e igualdade das leis naturais (Galileu e Newton à frente). Toda a nossa física, ao achar que leis universais podem ser aplicadas em todo e qualquer lugar, de modo equivalente, nada mais seria que a vitória, na cabeça científica, de um tipo de “sociologia” ou, melhor, de pré-sociologia feita sob a batuta da Revolução Francesa, a que instaurou no mundo a tal da igualdade.
Nietzsche foi quem alertou: acreditar que estamos sob leis, que todos nós estamos sob leis – as mesmas – nada mais é que a incorporação, por parte dos físicos, da idéia de “igualdade perante a lei”, algo próprio da Revolução Francesa e da Revolução Americana, algo do mundo moderno, algo do homem moderno, democrático e fraco. O homem que não suporta hierarquias.
Considero esse insight nietzschiano o suficiente para mostrar a positividade de Nietzsche. Se aprendemos algo de positivo com Nietzsche, esse algo é a idéia de que nunca falamos de modo literal, sempre estamos, quando nos expressamos, “figurando”, fazendo metáforas, metonímias, etc. Aliás, é isso mesmo que é a definição de verdade de Nietzsche: um bando de metáforas. Uma concepção da nossa linguagem, quando ela fala o que chamamos de verdade, como sendo um bando de metáforas, não é algo positivo? Não nos ensina algo, filosoficamente falando, que nos ajuda a ter uma espécie de “teoria da linguagem”?
Paulo Ghiraldelli Jr. é filósofo e diretor do Centro de Estudos em Filosofia Americana e Coordenador do GT-Pragmatismo da ANPOF.
Tolices...do senso comum...
Por que deveria eu pensar em você?
em mim?
isso só me faz esquecer, e eu sei que é chato o verbo conjugado
sempre na 1º pessoa.
Mas o que posso fazer se somente sei falar de mim?
e mesmo que queira traduzir uma alma,
ou que sejam muitas...
total realidade minha
de tão infinita e eloqüente na ausência, na necessidade de sentidos...
pobres mortais...
desprezível singularidade,
autêntica indiferença, provinda de uma imbecilidade de inseto...
e com sentidos maiores,
vamos comer juntos?
sentarmos em um grande banquete onde todos estão felizes,
celebraremos, brindaremos,
e mesmo assim...
insatisfeitos questionaremos...
ou questionarei...como é mais confortável a primeira pessoa...
egocentrismo?
ah! que me importa,
questionarei a efêmeridade e significados de todas as coisas.
O que não passa de tolices ao senso comum,
ao ridículo senso comum.
sexta-feira, dezembro 08, 2006
Ócio e baboseiras...
Por não ter nada a fazer,
procuro algo pra roer,
rimas?
não! nada disso.
Que vontade de nada,
sem o adjetivo de niilista,
é pura ociosidade mesmo..
além do mais não dá pra fazer muita
coisa com esse torcicolo...
feriado e noite...
perfeito!
Ócio que nem Dostoievski
traz entusiasmo...
nem mesmo regueton,
nenhum brinde e saldos de vida,
já me anestesiei...
num ócio empobrecido, sem cor...
e se me fazem aquela perguntinha peculiar de
feriado a noite...tá de bobeira em casa?
é realmente tudo uma bobeira..
e com mais uma única rima...
uma baboseira!
procuro algo pra roer,
rimas?
não! nada disso.
Que vontade de nada,
sem o adjetivo de niilista,
é pura ociosidade mesmo..
além do mais não dá pra fazer muita
coisa com esse torcicolo...
feriado e noite...
perfeito!
Ócio que nem Dostoievski
traz entusiasmo...
nem mesmo regueton,
nenhum brinde e saldos de vida,
já me anestesiei...
num ócio empobrecido, sem cor...
e se me fazem aquela perguntinha peculiar de
feriado a noite...tá de bobeira em casa?
é realmente tudo uma bobeira..
e com mais uma única rima...
uma baboseira!
Ode triunfal
Para Theron de Acragás (a II Olímpica
Sempre em noites iguais,
em dias iguais
com sol, isenta de penas
os bons recebem a vida, e a terra
não revolvem com a força de seus braços,
nem a água do mar,
ao longo de uma vida vazia; pelo
contrário, junto dos que são caros
aos deuses, aqueles que se
regozijaram com a fidelidade aos juramentos
passam uma vida
sem lágrimas.
Os outros padecem
uma provação
que o olhar não suporta.
Píndaro
Sempre em noites iguais,
em dias iguais
com sol, isenta de penas
os bons recebem a vida, e a terra
não revolvem com a força de seus braços,
nem a água do mar,
ao longo de uma vida vazia; pelo
contrário, junto dos que são caros
aos deuses, aqueles que se
regozijaram com a fidelidade aos juramentos
passam uma vida
sem lágrimas.
Os outros padecem
uma provação
que o olhar não suporta.
Píndaro
Esternocleiodomastódeo
Ainda bem que cheguei a ver o sol,
acordar duas vezes não é bom...
a primeira muito cinza e agora
raios solares...ah! que bom!
tudo anda noturno demais...
só faltou o píndaro pra assoviar
aos meus ouvidos!
Acordei...
acordei?
feriado cansativo com esse
latente e inflamado
esternocleidomastódeo
é pra pedir cama,
massagem, contos de Tolstoi, que bom!
O problema é a distância entre dois pontos...
dois bem-te-vis...
dois esternocleidomastódeos..
que dói.
acordar duas vezes não é bom...
a primeira muito cinza e agora
raios solares...ah! que bom!
tudo anda noturno demais...
só faltou o píndaro pra assoviar
aos meus ouvidos!
Acordei...
acordei?
feriado cansativo com esse
latente e inflamado
esternocleidomastódeo
é pra pedir cama,
massagem, contos de Tolstoi, que bom!
O problema é a distância entre dois pontos...
dois bem-te-vis...
dois esternocleidomastódeos..
que dói.
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Pensamentos vários...
Como meus horários estão confusos,
e o meu tempo passa com maior
facilidade
do que
dos outros...
ultimamente
ele
o meu tempo
vai se perdendo...
pensando que talvez pudesse morrer
de amores;
de sei lá o quê...?...
as coisas acontecem e ficam aqui
na lembrança,
e vem outra,
outra,
mais aquela,
não...olvida te..
e vem uma nova,
e surge um sonho,
um anseio,
um querer, um livro,
uma fome do que me faz bem...
do que eu quero ser,
do que eu gosto...
ich...da minha melancolia,
de meu desespero,
do que eu sei, e recorrer aos primórdios de filosofias...
saber de nada, duvidar de tudo.
Penso, penso em que?
Pensamentos vários...
e não importa qual vai a frente de...hã?
e o meu tempo passa com maior
facilidade
do que
dos outros...
ultimamente
ele
o meu tempo
vai se perdendo...
pensando que talvez pudesse morrer
de amores;
de sei lá o quê...?...
as coisas acontecem e ficam aqui
na lembrança,
e vem outra,
outra,
mais aquela,
não...olvida te..
e vem uma nova,
e surge um sonho,
um anseio,
um querer, um livro,
uma fome do que me faz bem...
do que eu quero ser,
do que eu gosto...
ich...da minha melancolia,
de meu desespero,
do que eu sei, e recorrer aos primórdios de filosofias...
saber de nada, duvidar de tudo.
Penso, penso em que?
Pensamentos vários...
e não importa qual vai a frente de...hã?
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Estranho, muito estranho...
Outra vez fui pega desprevenida,
e além de ter intenção para falar do meu dia,
tento entender o que se passou,
o que poderia ser mais nostalgico...?
e muito mais filosófico e atraente,
você é tudo o que eu queria ser!
O que de verdade queremos é alguém que veja
o mundo parecido com os nossos olhos,
com o que vemos...
e numa perspectiva de um futuro;
de construção de mim???
talvez.
Não são títulos, são almas afins...
cheias de símbolos, cobertos por razão
e muita dúvida...
Estranho, muito estranho...
mais uma vez posso dizer o que vem
em memórias circulantes,
de um prazer louco e desesperado,
numa entrega de afinidades,
agradeço mais uma vez a Nietzsche...
e além de ter intenção para falar do meu dia,
tento entender o que se passou,
o que poderia ser mais nostalgico...?
e muito mais filosófico e atraente,
você é tudo o que eu queria ser!
O que de verdade queremos é alguém que veja
o mundo parecido com os nossos olhos,
com o que vemos...
e numa perspectiva de um futuro;
de construção de mim???
talvez.
Não são títulos, são almas afins...
cheias de símbolos, cobertos por razão
e muita dúvida...
Estranho, muito estranho...
mais uma vez posso dizer o que vem
em memórias circulantes,
de um prazer louco e desesperado,
numa entrega de afinidades,
agradeço mais uma vez a Nietzsche...
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Tardes Cinzas...
Agora, por párar um pouco e
tentar simplesmente descobrir
o que se passou...
e que já não seja mais a mesma,
desses últimos dias que se passaram.
Onde eu me encontrava doente,
Sócraticamente falando viver estava sendo uma
enfermidade,
tudo porque???
mais tolices, e efemêridades que
tentaram aprisionar-me,
eu ainda não sei quem sou, sempre
perco-me em amores vãos...
E prefiro muito mais agora minha
melancolia latente de ânsia de não saber de
que,
agora já entendo,
como dizia Nietzsche,
o desespero é o preço que
se paga pela autoconsciência.
tentar simplesmente descobrir
o que se passou...
e que já não seja mais a mesma,
desses últimos dias que se passaram.
Onde eu me encontrava doente,
Sócraticamente falando viver estava sendo uma
enfermidade,
tudo porque???
mais tolices, e efemêridades que
tentaram aprisionar-me,
eu ainda não sei quem sou, sempre
perco-me em amores vãos...
E prefiro muito mais agora minha
melancolia latente de ânsia de não saber de
que,
agora já entendo,
como dizia Nietzsche,
o desespero é o preço que
se paga pela autoconsciência.
Assinar:
Comentários (Atom)