sábado, novembro 13, 2010

Merd

Não é você,
eu achei que sabia...Não há como ser inteira, nunca principal, foi todo disfarçe.
Não houve em meus olhos a expressão em conformidade do que dizia em verdade o meu eu.
Parecia que me conhecia, foi nulo, nunca sequer deduziu...
tudo fui eu que discorri a dizer em vão...
Não podes apossar do sentido que minha vida confronta.
És alheio e apático e não o quero mais, não há entendimento, articulação.
Nem pra gastá-lo em dias chuvosos, sem posse de gozo algum...Há o objeto mas perde-se o objetivo...se é que entendes...
Eu senti repugnância pela minha pessoa, vi que mudei, experimentar já esta a cansar, repreensível, devo estar velha...sinto-me assim.
Inúltimente poderia até ter o mesmo corpo, a mesma coisa através do qual o objeto poderia impulsionar-me...mas deve ser outro..
Algo dentro, consciente e inconsciente que não tens...em teus olhos há outro tipo de atração, é simplesmente instinto, objeto de pulsão não de amor... não é este que procuro...
Não dá pra relacionar a nada, está simplesmente ali, não se afirma.
Não há porque fazer confissões, meu corpo só quer uma única coisa...digo não é a forma, e me apareces tão belo...que merda.
Gosto de o olhar, mas como ruptura de toda minha problemática, eu o abandono...não és aquilo que ofereces face a minha consciência,
Teria sentido se houvesse muito mais que pulsão, pois és objeto dos sonhos, dos meus, claro...incapaz de entender-me, eu somente olho...
Não podes saber do que digo, nunca vais saber, não o verei mais..
Parece-me tão fantasioso, afetada por ares românticos...sem nenhuma proposta...pobrecita!!! Para tal, faz-se necessário estar apaixonada...que merda...pulsões do ego...
Vens fazer amor comigo!!! vem, satisfazer-me, objeto fantasmagórico, auto-conservação, o amor a si mesma, meu destino!! eu, somente, eu...

quinta-feira, novembro 11, 2010

Canção

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar


Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.


O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...


Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.


Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

Cecília Meireles, pra hoje perfeito...pra sempre tbm

quarta-feira, novembro 10, 2010

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Vermelho!


Vermelho é quando eu mordo,
sádica eu gosto do tom vermelho cor das marcas que deixei...
Em quem foi? Nem sei...
É boca que aspira o gosto, do tom vermelho dos teus lábios.. que lábios??
Poderiam ser fiéis, vermelho fiel...parece meio cruel..
No vermelho misturam as línguas mudas.
Eu, olho o verde, mas quero o vermelho, queimando em mim...
A face pede, vermelho de dentro de mim..
Pareces tranquila, linda pálida, vira ao avesso pede vermelho,
pede negro, pede o beijo....cor..
É o extremo vermelho, na margem vermelha, no fundo vermelho do gosto que fica
na garganta, na ponta...
Onde estás? quem és? vais voar?
Duma névoa vermelha, seca o teu ar sopra...
Donde está a saliva, aquela que precisas beber?
Vermelho é o teu desejo, queima, arde...
Pulsa...


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