domingo, junho 01, 2008

Um imenso prazer em revê-la!

I
Num imenso salto quantitativo,
a ebulição acontece na temperatura que lhe é devido.
Mas o que fizestes com tua memória?
Porque apagastes suas tantas vidas?
Era quando escondida dentro de ti,
à espera de algum momento ocular,
um Ulisses que iria lhe salvar...
Simplesmente medo e, ridicularmente o tempo parou;
e ali tu continuastes...
Cansada deste humor melancólico, desânimo sem alma que não
conseguias decifrar.
Somente implorava que não fosses agredida, e nem por isso deixou
de fazê-lo....
Transforma-se em nada,
nada na lama,
vende-se, aluga-se,
anula-se, perde-se...
Passa dias tentando entender o que realmente lhe fizeram,
e o que fez de ti...
Chama incessantemente por teu nome, um resgate.
Permanece escondida, abraçando os joelhos, protege a face,
tapa-lhe os olhos...
Espera o pesadelo acabar, entende que fez deste sua vida.
Revendo mentiras que disse para ti, algo que não poderia imaginar,
lugares e pessoas que não puderam se achegar.
O momento chegou, a ebulição acontece, ouço a voz que grita:
Acorda, é a vida!
Ela escuta, levanta, olha-se no espelho, vê tudo que perdeu e ganhou,
mas enfim sabe que se salvou.
Amores que voaram, lutas que acabaram, fantasmas em paz...
Limpando o limo, sentindo o cheiro exalando no ar, para que enfim
sua alma achegasse e pudesse ficar.
Escolhe um caminho, sem atalhos...começa de novo,
costura a própria alma no peito e pensa em tudo que foi
feito,
toma-te,
ama-te,
abraça-te,
alegra-te,
encontra-se.