sexta-feira, junho 27, 2008

Viagem de metade

Tampouco pesam meus 25 anos,
quisera abrasar-me casuística, em virtudes
quantas...
agora tenho meu próprio soro ofídio,
livro-me dos perigos que passaram, e fugitiva,
ainda em sonhos.
De tudo que se viveu,
doenças vaginais
desvarios, espasmos
quantos... múltiplos.
amores liberais
paternais
Passou
Escreverei o fim do meu romance?
a vida de todos os dias mostra-me
com ares duvidosos
ora sim ora não pendularmente
e nem porque sim
e porque não
Indiferença
Fatalismo
Fui rajá numa noite de orgia
ergui um templo hedonista
discuti com viciosos
GRANDES
pequenos
com a alma aleijada, ah! tantas almas,
provei todas.
Em montes mouros
visitei castelos
escoei na lama de alguns pantânos,
onde lagos apareciam-me,
ali, vi lírios rindo para o céu. Meu céu...
Céu, este melancólico que antes pintei,
cinza em meu mais frio inverno
ibérico e alto que vi.
Diarréia
Loucura
Cigarrets, em Porto de Banús,
madrugada sem amor,
paisagem orgasmo transcendente,
sem espelhos...
Ausente
Ao crucificar a imanência,
encontrei
Ressurreição
Morte,
Ressurreição...
Enfim
agora, numa escalada, bestializar-me, lançar-me...
Lembro doloridamente de minhas teorias escapistas, que
permanecem nas malas, prontas...sempre prontas
Iluminadas pela razão, quase catequizada,
de braços abertos ao mundo, para a cidade
barroco-pobre,
em ruelas escuras
imaginando como foi o antes, de mim,
o centro
enfim.
Quero ver meu mundo
displicente

despenhar. .


junto aos meus pássaros alvos
meus voôs contraditórios, e na voz de um
minha busca por aventura, e no
fim
achegar-me ao demônio intelectual das lendas germânicas,
The Lunatic, eu, e eu, e mais, sempre eu,
ocupando espaços vagos duma narrativa, não menos
penosa, muito mais
romântica
foi assim que a fiz,
na tradução da metade, de agora.