Ao observar o céu da Serra
e toda a movimentação
das nuvens, do brilho das estrelas, da lua..da luz na lua refletindo no céu,
do ar do céu mudando durante a noite,
eu só procurava as estrelas fugazes
eu estava ali para fazer pedidos,
e ainda perguntava se Deus poderia me dizer..
Senti o mais egoísta possível
ao esperar dos céus
sinais
fogo fátuo..
Sentindo a rotação
e fugindo dos hormônios..
Não sei dizer da beleza do natural
e menos ou nada da beleza da arte,
enfim não sei dizer nada
nem versos
ir e vir em temas, seja do belo, do amor,
do movimento, do egoísmo,
do esperar que a vida movimente-se com suas
luzes efêmeras e extasiantes..
Só sei de mim..e,
o tom nem sei se ainda é de confissão,
resumindo eu
só peço a Deus, e isto é ridículo..
eu peço estrelas para fazer os mesmos pedidos..
ahhh
E agora, ao menos tenho flores num outro jardim
este que ainda nasce
tenho quatro rosas vermelhas
três margaridas laranjas
tenho flores secas num arranjo
dois cactos e dois cravos
tenho uma mini espada de São Jorge que eu não sei o nome...
tenho coração-magoado dependurado igual samambaia
e hoje eu já não peço mais nada. Eu cuido e águo, penso que confio...
em Deus florindo..
segunda-feira, fevereiro 25, 2013
sábado, fevereiro 23, 2013
Para refluir...
Algo inédito passou batido
já que a semana foi bem agitada
restam-me rolhas de Catena Zapata e um cinzeiro gigante prata
roubado...
logo no dia que mais se agitam
eu digo, hora de descansar.. e nem vai pedir perdão?
e manter distância da esbórnia? e a vida sexta estroinada?
Depois da rebentação das ondas S sobre si mesmas, recuam...
Mesmo assim provavelmente
já se maquiou e sentindo-se algo sensual
também passou sabonete na cara.. e despiu-se
da máscara..
E não vai dormir segurando o falo, poeta de frases, com as duas mãos..
Afinal, num balanço prático
já não precisas de nenhum tipo de emoção
por hora..
Ainda há resquícios da desidratação de ontem
água,
mousse de maracujá
discussões inúteis
água
quieta
renuncia ao desejo
chega de paixões frívolas..
Não há necessidade de nenhum cúmplice hoje.
já que a semana foi bem agitada
restam-me rolhas de Catena Zapata e um cinzeiro gigante prata
roubado...
logo no dia que mais se agitam
eu digo, hora de descansar.. e nem vai pedir perdão?
e manter distância da esbórnia? e a vida sexta estroinada?
Depois da rebentação das ondas S sobre si mesmas, recuam...
Mesmo assim provavelmente
já se maquiou e sentindo-se algo sensual
também passou sabonete na cara.. e despiu-se
da máscara..
E não vai dormir segurando o falo, poeta de frases, com as duas mãos..
Afinal, num balanço prático
já não precisas de nenhum tipo de emoção
por hora..
Ainda há resquícios da desidratação de ontem
água,
mousse de maracujá
discussões inúteis
água
quieta
renuncia ao desejo
chega de paixões frívolas..
Não há necessidade de nenhum cúmplice hoje.
quinta-feira, fevereiro 21, 2013
Nem sei.
A vitalidade moral vai se compondo,
numa breve perspectiva que tenho medo de duvidar, de não ser..
Pergunto-me se a esperança poderia fazer me esperar...
e nisso o tempo passar, e no fim eu ter perdido tempo...
Pois é fato, não sou uma mulher prática,
e não sei bem o que a vida quer de mim
sabe os sentidos?
então eles não mentem, não é verdade?
e mesmo que o meu pranto não diga nada
diz muito a mim..
Eu só não sei se é medo da vida,
se é hormônio, ou Deus...
sim, eu insisto em sentir-Te
e hoje a tarde foi tão real..
não entendo esse tempo que está me dando
o meu dinheiro só acaba
e mesmo assim sigo tranquila
e não tenho medo de armadilhas do meu desejo.
Sigo numa confiança cega,
e as perguntas são....você pensa que não irá sofrer influências?
E eu junto Santo Agostinho, Tomás, Padre Pio, para demonstrar-Te
meu Deus, me sinto ridícula
parece insano
se as atitudes são quase um paradoxo...
Há luz nas trevas...blá blá blá blá
dramatização....luz, ação...
ah essa hora, você incomodando de novo, mas é a só a mim
eu não entendo muito bem,
será que são simplesmente hormônios que clamam a Deus?
não, eu sinto a Vida e a Verdade, mas e o Caminho?
Continuas a buscar o amor em pessoas,
que nem ao menos se conhecem...como podes?
se já sabes...e no fim nem sabes de ti, nem sabes do pranto,
nem sabes que mexer é com xxxxxxxxx,
x.....
deve ser tpm ou Deus, ou eu..
Ele que me perdoe novamente por contrapor sempre...
quarta-feira, fevereiro 20, 2013
Chifre testa espinha
Eu não sei mais onde fixar o olhar sobre os objetos
nada mais me preocupa
e isso é preocupante
eu tô pura antítese
e daí
sou síntese também
a minha percepção do tempo
está qualitativa
os intervalos estão cada vez mais interessantes
o que eu quero fazer?
conhecer..
interposição de eventos
não existe tempo pra mais nada
é tempo pra tudo
em limitadas dimensões
diferentes juízos
e também opostos
suspendendo o próprio juízo...
não é acreditar na ataraxia
tudo é verdade na natureza
só não nas pessoas, oóóó
delas sim ando julgando todo tempo...
e nem sou Deus...óóó
um ânimo pelos acidentes,
e representações.
Uma sensibilidade da negação
determinando a harmonia
da visão.
Sem busca ou determinação de alguma moralidade,
felicidade, humm..será?
Cognição temporal prazerosa
a verdadeira natureza, a atitude que devo tomar,
o resultado..
Com preocupações práticas aos efeitos
que valido-os como verdadeiros ou não..
Suspendendo-me...
sem fixar em objetos que podem ser de desejo ou não..
Resumindo um chifre espinha cresce na minha testa
e eu só devo dormir..
nada mais me preocupa
e isso é preocupante
eu tô pura antítese
e daí
sou síntese também
a minha percepção do tempo
está qualitativa
os intervalos estão cada vez mais interessantes
o que eu quero fazer?
conhecer..
interposição de eventos
não existe tempo pra mais nada
é tempo pra tudo
em limitadas dimensões
diferentes juízos
e também opostos
suspendendo o próprio juízo...
não é acreditar na ataraxia
tudo é verdade na natureza
só não nas pessoas, oóóó
delas sim ando julgando todo tempo...
e nem sou Deus...óóó
um ânimo pelos acidentes,
e representações.
Uma sensibilidade da negação
determinando a harmonia
da visão.
Sem busca ou determinação de alguma moralidade,
felicidade, humm..será?
Cognição temporal prazerosa
a verdadeira natureza, a atitude que devo tomar,
o resultado..
Com preocupações práticas aos efeitos
que valido-os como verdadeiros ou não..
Suspendendo-me...
sem fixar em objetos que podem ser de desejo ou não..
Resumindo um chifre espinha cresce na minha testa
e eu só devo dormir..
sábado, fevereiro 16, 2013
não dá pra dizer muito a esta hora..
03:30
perfeito pra sexta
nem é mais extraordinário
e o Mefistófeles do Fausto, não gostei
tava moribundo demais....
o profeta brilhou
eu não sei muito bem o que pensei
de tudo...
falei de tantas coisas
e parece que eu só queria era me esconder
embaixo daquela escada
eu fugi, fui aos quadros,
até perguntei pelo Mefistófeles Buda
mas no fim nem compensou pensar
o surfista profeta é sim extraordinário
eu tô tão abismada que se for tudo mentira
eu nem vou achar...! surpresaaaa...rs
e esse 3X4 de hoje que sorrisinho é esse?
ah que palhaçada Sâmara
até que agora tá bonita
mas nunca tão velha
que pessoa é aquela hein
que não se manifesta
e o bom mocismo deve ser canalhice...com certeza..rs
surfistas em Minas são irreais...
tudo mentira..
pessoa eletrocutada com certeza...rs
ah como eu gostaria de saber de tudo...
Mas Deus, só Deus, sabe..
03:30
perfeito pra sexta
nem é mais extraordinário
e o Mefistófeles do Fausto, não gostei
tava moribundo demais....
o profeta brilhou
eu não sei muito bem o que pensei
de tudo...
falei de tantas coisas
e parece que eu só queria era me esconder
embaixo daquela escada
eu fugi, fui aos quadros,
até perguntei pelo Mefistófeles Buda
mas no fim nem compensou pensar
o surfista profeta é sim extraordinário
eu tô tão abismada que se for tudo mentira
eu nem vou achar...! surpresaaaa...rs
e esse 3X4 de hoje que sorrisinho é esse?
ah que palhaçada Sâmara
até que agora tá bonita
mas nunca tão velha
que pessoa é aquela hein
que não se manifesta
e o bom mocismo deve ser canalhice...com certeza..rs
surfistas em Minas são irreais...
tudo mentira..
pessoa eletrocutada com certeza...rs
ah como eu gostaria de saber de tudo...
Mas Deus, só Deus, sabe..
quarta-feira, fevereiro 13, 2013
03:57
Dormir enquanto os outros dormem,
eu preciso..
Uma rotina, por favor, não posso mais
morrer todas as noites...
É cinzas, a purificação deve começar,
não há sono, segunda noite assim
meu Deus...
eu preciso..
Uma rotina, por favor, não posso mais
morrer todas as noites...
É cinzas, a purificação deve começar,
não há sono, segunda noite assim
meu Deus...
A Jesus Cristo Nosso Senhor
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-nos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal, e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-nos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal, e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Gregório de Matos
Cinzas
Passados dias olhando para água e céu
as nuvens passando na minha limitada
visão entre muros
num chão de pedras que lembram o fundo
de açude
de açude
que seca e só há barro
existe um coqueiro e água azul do fundo
que reflete o céu..
que reflete o céu..
um oásis..
volto
carnaval
faço barulho
experimento
consuma
deixo encontrar Mefistófeles Buda
que ainda parece-me pouco deprimido
posso até ver-me
vejo que a arte é virtualizada
e digna de sercomercializada
digo pouco intuitiva
e o meu gozo é do mesmo tamanho..
talvez só precise de uma assistente
que o impeça de devorar-se
mesmo assim sinto-me bem
até
confesso-me ao som dos vinis
não desvio o olhar, fito-o
vejo as tintas
escondo a boca no pescoço
com um lenço vermelho
...
o Jesus bem pintado surfista que não salva pois suga
e aperta, uma beleza santa que engana
mas já não importa
imagens
imagens
o dia acaba
hoje já são cinzas
não há mais razão alguma para ter medo
nem inspiração pro soneto que havia prometido
em troca de algumas pinceladas tuas
e quem precisa?
em troca de algumas pinceladas tuas
e quem precisa?
lembro-me da textura da língua
dos pelos no peito, braços, barba
alguns fios brancos que cresceram desde a última
vez que o vi..
da compulsão
do apetite
que não é pra vida
é consumir-se absorvendo..
Olho o olho amarelo.. isso poderia se tornar substância decassílaba...
a noite em claro e o seu ressonar constante que impedia o meu repouso,
os meus olhos fechados, pareciam abertos..
é consumir-se absorvendo..
Olho o olho amarelo.. isso poderia se tornar substância decassílaba...
a noite em claro e o seu ressonar constante que impedia o meu repouso,
os meus olhos fechados, pareciam abertos..
Penso o que nos falta? Na verdade penso o que te falta,
a mim nada..minto?
E quando digo que o amor está em Deus
até me surpreendo, pois me conforto
ao saber que posso manifestá-lo em mim.
Depois da carne morrer em cinzas
do dever da conversão
penso em ti Deus, o conflito para ser resolvido é uma vida
devo preparar-me
porém não há planos.
As cinzas lembram-me que sou pó
e não devo esquecer de ti Senhor.
O amor só pode ser manifesto através de Ti..em mim?
mesmo que menos, me consumo
ainda sou uma mentira
já que falo da Verdade que não vivo.. só sei que peço,
peço sempre, peço ao mirar o mundo..
e se a Verdade no meu discurso está fora
peço-lhe que preencha-me com teu amor..
Que eu não enrugue tanto a testa com tanta indiferença,
e que não diga mais que não preciso do outro..é o amargor
do engano, que não vive na morada de quem busca-O.
mesmo que menos, me consumo
ainda sou uma mentira
já que falo da Verdade que não vivo.. só sei que peço,
peço sempre, peço ao mirar o mundo..
e se a Verdade no meu discurso está fora
peço-lhe que preencha-me com teu amor..
Que eu não enrugue tanto a testa com tanta indiferença,
e que não diga mais que não preciso do outro..é o amargor
do engano, que não vive na morada de quem busca-O.
Sinto que a cada dia necessito mais de Ti,
porque peco sempre...
E quando apostam que cairei e O perderei de vista
substituindo-O
nego,
pois não quero olvidá-Lo
e perder-me novamente.
sábado, fevereiro 09, 2013
terça-feira, fevereiro 05, 2013
Bloco
A começar pela felicidade artificial
superficial
sei lá
de rito
com muitos tambores
tinir de sei lá que instrumento é aquele
que eu batia com tanta força e incessantemente
um sino quase
e diga me lá quarenta centímetros é muita coisa
que nem dá pra pensar..
enfim
um bloco
fechado
do pessoal do teatro, do Palácio....oooooooooooooohh
muita música do carnaval da Bahia e do samba
com direito a baiano branquelo com tanga
de Tarzan cheia lantejoulas verdes..e turbante..rs
e vai dizer que é não é divertido?
quem vai dizer o que é divertir?
todos ali?
eu acreido que sim
confesso que eu interpretei bem
afinal
eu estive no paralelepípedo...
e cantei alto e bebi e dancei e provoquei e,.........fiz tudo que os outros fizeram
rindo dizendo-me que se divertiam..
superficial
sei lá
de rito
com muitos tambores
tinir de sei lá que instrumento é aquele
que eu batia com tanta força e incessantemente
um sino quase
e diga me lá quarenta centímetros é muita coisa
que nem dá pra pensar..
enfim
um bloco
fechado
do pessoal do teatro, do Palácio....oooooooooooooohh
muita música do carnaval da Bahia e do samba
com direito a baiano branquelo com tanga
de Tarzan cheia lantejoulas verdes..e turbante..rs
e vai dizer que é não é divertido?
quem vai dizer o que é divertir?
todos ali?
eu acreido que sim
confesso que eu interpretei bem
afinal
eu estive no paralelepípedo...
e cantei alto e bebi e dancei e provoquei e,.........fiz tudo que os outros fizeram
rindo dizendo-me que se divertiam..
segunda-feira, fevereiro 04, 2013
Depois de madrugar e dormir algumas horas
não querer ficar na cama...estranho
ligar pra saber do cão
levar o lixo pra fora
ir ao supermercado
café, pão com queijo
Kasakow outra vez
sento-me e começo a rolar vidas
volto a ler-me ontem
e de repente o dia começa a escurecer outra vez
deve chover hoje também
o sol simplesmente mostrou-me um rápido olhar pela manhã
ainda bem que o vi..
e já não parece-me ridículo versos inúteis de uma vida
efêmera
como a luz se esvanece em meu quarto, torno-me a escurecer
e a pele dos braços diminuem a temperatura extremidade
e que venha a chuva
espero que ao findar da tarde dê-me uma trégua
pra que eu possa sair novamente e correr.
Pintar um pouco dos olhos
o relógio apita
sim..
ich rolando vidas de novo
aos olhos tintas...
uma chuva fina que já acabou
mais café e azul.
não querer ficar na cama...estranho
ligar pra saber do cão
levar o lixo pra fora
ir ao supermercado
café, pão com queijo
Kasakow outra vez
sento-me e começo a rolar vidas
volto a ler-me ontem
e de repente o dia começa a escurecer outra vez
deve chover hoje também
o sol simplesmente mostrou-me um rápido olhar pela manhã
ainda bem que o vi..
e já não parece-me ridículo versos inúteis de uma vida
efêmera
como a luz se esvanece em meu quarto, torno-me a escurecer
e a pele dos braços diminuem a temperatura extremidade
e que venha a chuva
espero que ao findar da tarde dê-me uma trégua
pra que eu possa sair novamente e correr.
Pintar um pouco dos olhos
o relógio apita
sim..
ich rolando vidas de novo
aos olhos tintas...
uma chuva fina que já acabou
mais café e azul.
Espirrado
À noite, quando os detentos foram recolhidos às celas, o moço, deitado na cama, pensava em sua amada. Parecia-lhe mesmo que, naquele dia, todos os condenados, seus antigos inimigos, o olhavam de outra maneira. Ele lhes dirigira a palavra e todos lhe haviam amigavelmente respondido. Lembrava-se disso agora, mas sem espanto. Não mudaram tudo? Pensava nela, recordava que tinha cumulado de dores. Evocava-lhe a face magra e pálida, mas a lembrança já não era remorso. Ele sabia com que infinito amor resgataria os sofrimentos que causara em Sonia.
Demais, que significariam agora todos esses pesares do passado? Tudo, até o seu crime, a sentença que o condenara e o enviara à Sibéria, tudo lhe parecia longínquo acontecimento que não lhe dizia respeito. Ele estava, de resto, naquela noite, incapaz de refletir longamente e de concentrar o pensamento. Sentia, apenas. Ao raciocínio substituíra a vida. O espírito devia estar igualmente regenerado.
Sob o travesseiro havia um Evangelho. Pegou-o maquinalmente. Era de Sonia. Foi lá que ela lhe lera outrora a ressurreição de Lázaro. N começo do seu cativeiro, julgava-se perseguido por ela, com sua religião. Supunha que ela lhe ia lançar constantemente o Evangelho à cabeça e propor-lhe lições piedosas. Mas, com grande espanto seu, tal não acontecera. Ela não se ofereceu uma só vez para emprestar-lhe o livro sagrado. Ele mesmo lho havia pedido antes da moléstia dela e ela lho trouxera sem nada dizer. Ela ainda não o havia aberto.
Ainda agora não o abria, porém um pensamento atravessou-lhe rápido o espírito. "Sua fé pode não ser a minha, agora, mas pelo menos seus sentimentos, suas tendências, não nos serão comuns?..."
Sonia ficara também agitadíssima naquele dia e à noite tornou a adoecer. Contudo estava tão feliz, de felicidade tão inesperada, que chegara quase a ter medo. Sete anos! sete anos só! Na embriaguez das primeiras horas, pouco faltava para que ambos considerassem os sete anos sete dias! Raskolnikov sabia que aquela vida nova não lhe seria concedida de graça e deveria ao contrário custar-lhe longos e bem heroicos esforços.
Começa aqui, entretanto, outra história, a da lenta renovação de um homem, de sua regeneração progressiva, sua gradual passagem de um mundo a outro, de seu conhecimento progressivo de uma realidade totalmente ignorada até então. Poderíamos encontrar nisso matéria para um novo relato, mas este está acabado.
Fim de Crime e Castigo, Dostoiévski
A insônia podes fazê-la cheirar livros fechados por anos fazendo-a espirrar...e transcrever madrugada, nenhum ácaro cego com suas mandíbulas pinças pareceu-me malogrado.
Demais, que significariam agora todos esses pesares do passado? Tudo, até o seu crime, a sentença que o condenara e o enviara à Sibéria, tudo lhe parecia longínquo acontecimento que não lhe dizia respeito. Ele estava, de resto, naquela noite, incapaz de refletir longamente e de concentrar o pensamento. Sentia, apenas. Ao raciocínio substituíra a vida. O espírito devia estar igualmente regenerado.
Sob o travesseiro havia um Evangelho. Pegou-o maquinalmente. Era de Sonia. Foi lá que ela lhe lera outrora a ressurreição de Lázaro. N começo do seu cativeiro, julgava-se perseguido por ela, com sua religião. Supunha que ela lhe ia lançar constantemente o Evangelho à cabeça e propor-lhe lições piedosas. Mas, com grande espanto seu, tal não acontecera. Ela não se ofereceu uma só vez para emprestar-lhe o livro sagrado. Ele mesmo lho havia pedido antes da moléstia dela e ela lho trouxera sem nada dizer. Ela ainda não o havia aberto.
Ainda agora não o abria, porém um pensamento atravessou-lhe rápido o espírito. "Sua fé pode não ser a minha, agora, mas pelo menos seus sentimentos, suas tendências, não nos serão comuns?..."
Sonia ficara também agitadíssima naquele dia e à noite tornou a adoecer. Contudo estava tão feliz, de felicidade tão inesperada, que chegara quase a ter medo. Sete anos! sete anos só! Na embriaguez das primeiras horas, pouco faltava para que ambos considerassem os sete anos sete dias! Raskolnikov sabia que aquela vida nova não lhe seria concedida de graça e deveria ao contrário custar-lhe longos e bem heroicos esforços.
Começa aqui, entretanto, outra história, a da lenta renovação de um homem, de sua regeneração progressiva, sua gradual passagem de um mundo a outro, de seu conhecimento progressivo de uma realidade totalmente ignorada até então. Poderíamos encontrar nisso matéria para um novo relato, mas este está acabado.
Fim de Crime e Castigo, Dostoiévski
A insônia podes fazê-la cheirar livros fechados por anos fazendo-a espirrar...e transcrever madrugada, nenhum ácaro cego com suas mandíbulas pinças pareceu-me malogrado.
SSSSSSSSS
Atenta ao que é
hoje
sem mais esperar pra ser
o que se quer
e ter de fazer..e não é ter, não pode ser ter..
não deve ser ter..
Os pingos caem
como num tambor
numa goteira que foi ontem incessante
hoje foi tirar as daninhas do jardim
e limpar a casa
o limo dos azulejos
o melhor foi derreter todo o gelo
com minha água esguichando
mais tango?
o que agora depois que todos já foram embora?
ah enfim eu
que bom
vai a trilha atual, mais piegas só se fosse o
Djavan cantando
"Kremlim, Berlim, só pra te ver e poder rir
luzes, jasmim
meu coração vaso quebrado
ilusão
fugir
da fronteira de to...nem sei cantar
sedução
poder sonhar
estupidez
você arrasa em mim,
arrasou
só pra anoitecer o que é escuro
ninguém me beijou mais puro
tô lembrando de você,
uma vez...''
fugir de mim.
besteira, a Gal é feia.
ilusão, fugir de mim.
sim tem de ser Kasakow
tem de ser
o suspense que anuncia
e sim depois do pavor de ver-me só
seguirei assim
não perguntarei mais como
nem como se deve
farei tudo a meu modo
sem musos Mefistófeles
ou gozos que mais clamam do que
sobem aos céus
descendo numa manhã cinza
deprimidos depois de nos matar
não nos faremos mais companhia
já não suportamos ver tanta verdade
e mentira juntos..
Foi bom, eu soube do vão anestésico gozo
inútil
e ainda seu olho pela manhã era tão amarelo e marrom
quem dera fosse o mel que quisera lamber-te
mas virei-o todo no chão e passei nas paredes
como sempre
é tão triste não crer em mais nada
somente no Deus da minh'alma
e parece estranho pensar assim
mas não é.
Sei que mira-me a espernear
de maneira debilmente
por ser uma ingrata
e questionar a fortuna
mas não é desta
os vícios do ser
hoje não,
agradeço-te por fazer ver-me
sim, se faz presente
mesmo quando sangro
para exterminar minha acidez.
Não sei mais quais são os prazeres meus,
sei que são meus, não dos outros.
E ir rolando os acontecimentos das vidas
descritas virtualmente
tudo é tédio
menos música e tinta, os violinos
todos eles
que não mentem
e falam de si, sem ter quem os interrompa
ou não ouçam..ou nem vejam, sinta
a loucura de estar no parapeito acuada
ainda sim zombando
olhando toda a miséria humana, a tua!
Busca mais, imola-te, torna-te um sacrifício
carne ácida na noite
sua tola, com vermelho na boca e a língua insatisfeita
afinal é tudo mentira.
Mentes também, mostra-te feliz, satisfeita, anuncia a todos
tua vitória infame.
Mentira!! há honra, sim... e pra que isso?
Se enfim com os outros está só e ninguém a vê como és..
Quisera poder ver em outra boca, em outro olhar, o meu...
Quisera...
Mas enfim, isso já não importa
já que o domingo acabou, as tintas estão quase no fim
e eu ainda tenho muitos olhos a pintar na porta do banheiro
pra quando eu estiver ali como sou, a lavar-me, ver todos
a mirar-me
e todas as gotas que escorreram propositalmente
água limpa dita pura
formando um mar em ondas SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS.
Sem odiar ou amar
vivendo na crista prestes a reclamar o tombo
vendo na sombra dessa onda
que aparenta falta contudo vejo engano
uma espuma que espera
ser absorvida pela areia
sugada pra voltar
e encher-se outra.
hoje
sem mais esperar pra ser
o que se quer
e ter de fazer..e não é ter, não pode ser ter..
não deve ser ter..
Os pingos caem
como num tambor
numa goteira que foi ontem incessante
hoje foi tirar as daninhas do jardim
e limpar a casa
o limo dos azulejos
o melhor foi derreter todo o gelo
com minha água esguichando
mais tango?
o que agora depois que todos já foram embora?
ah enfim eu
que bom
vai a trilha atual, mais piegas só se fosse o
Djavan cantando
"Kremlim, Berlim, só pra te ver e poder rir
luzes, jasmim
meu coração vaso quebrado
ilusão
fugir
da fronteira de to...nem sei cantar
sedução
poder sonhar
estupidez
você arrasa em mim,
arrasou
só pra anoitecer o que é escuro
ninguém me beijou mais puro
tô lembrando de você,
uma vez...''
fugir de mim.
besteira, a Gal é feia.
ilusão, fugir de mim.
sim tem de ser Kasakow
tem de ser
o suspense que anuncia
e sim depois do pavor de ver-me só
seguirei assim
não perguntarei mais como
nem como se deve
farei tudo a meu modo
sem musos Mefistófeles
ou gozos que mais clamam do que
sobem aos céus
descendo numa manhã cinza
deprimidos depois de nos matar
não nos faremos mais companhia
já não suportamos ver tanta verdade
e mentira juntos..
Foi bom, eu soube do vão anestésico gozo
inútil
e ainda seu olho pela manhã era tão amarelo e marrom
quem dera fosse o mel que quisera lamber-te
mas virei-o todo no chão e passei nas paredes
como sempre
é tão triste não crer em mais nada
somente no Deus da minh'alma
e parece estranho pensar assim
mas não é.
Sei que mira-me a espernear
de maneira debilmente
por ser uma ingrata
e questionar a fortuna
mas não é desta
os vícios do ser
hoje não,
agradeço-te por fazer ver-me
sim, se faz presente
mesmo quando sangro
para exterminar minha acidez.
Não sei mais quais são os prazeres meus,
sei que são meus, não dos outros.
E ir rolando os acontecimentos das vidas
descritas virtualmente
tudo é tédio
menos música e tinta, os violinos
todos eles
que não mentem
e falam de si, sem ter quem os interrompa
ou não ouçam..ou nem vejam, sinta
a loucura de estar no parapeito acuada
ainda sim zombando
olhando toda a miséria humana, a tua!
Busca mais, imola-te, torna-te um sacrifício
carne ácida na noite
sua tola, com vermelho na boca e a língua insatisfeita
afinal é tudo mentira.
Mentes também, mostra-te feliz, satisfeita, anuncia a todos
tua vitória infame.
Mentira!! há honra, sim... e pra que isso?
Se enfim com os outros está só e ninguém a vê como és..
Quisera poder ver em outra boca, em outro olhar, o meu...
Quisera...
Mas enfim, isso já não importa
já que o domingo acabou, as tintas estão quase no fim
e eu ainda tenho muitos olhos a pintar na porta do banheiro
pra quando eu estiver ali como sou, a lavar-me, ver todos
a mirar-me
e todas as gotas que escorreram propositalmente
água limpa dita pura
formando um mar em ondas SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS.
Sem odiar ou amar
vivendo na crista prestes a reclamar o tombo
vendo na sombra dessa onda
que aparenta falta contudo vejo engano
uma espuma que espera
ser absorvida pela areia
sugada pra voltar
e encher-se outra.
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