Sei que estou submergida
tento nadar em direção a alguma projeção
falho no intento
mas lembro da sua voz e me parece
que é verdade todo o meu querer
não ser em vão
ao teu discurso e poesia
recitas são meus olhos?
que nada Sâmara, é Camões!
e minha esperança
não deverias dizer não
sei que sonetos que fazes
dizes ao meu coração
do teu querer
será meu o teu desejo?
e se dissermos sim
e encontrarmos naqueles
caminhos
verdes
nosso cinza terá fim?
nas incertezas criaremos o amor
sim?
Oh dileto,
quisera eu ser a musa de todos os
teus sonetos
quisera eu inspirar-te toda sonoridade
e rimas de tua poesia
cheia de certezas e o contrário
disseres que está repleto de significados
completos...
Quisera eu encontrar-te nos meus dias
ansiando como agora
mas titubeio
também não sei do que se trata o meu anseio
e minha imaginação
nem afigura o pensamento
só sei do sentimento
as projeções não avançam
para fora peito
e meu juízo nem existe
pois não há relação de nenhuma representação
para que eu assimile tal sentimento
é só desejo
de ter-te aqui dentro pulsando no
coração.