Eu sempre procurei o olhar fixo
aquele com foco no meu
mera estupidez
afinal esqueces das bundas?
aquele olhar de quem dá o que sente
estou segura em minha habitação com a
árvore ao lado da minha janela e todos os
passarinhos de todas as manhãs
mas ontem, eu disse da falta
e venho dizendo pra mim
já faz algum tempo
desde que me entendo por gente?
No fundo já jogava com minhas pretensões inúteis
e dizia:
Não haverá nenhum encontro de almas afins, Sâmara
as almas não conversam sua tola...
Estúpida eu já estava na volta pra casa e queria amor
como sempre...
desta vez não senti o escárnio do meu juízo de "ridícula"
sobre a chuva que caía e do assombramento de todas
as noites
ao voltar pra casa, no escuro da avenida,
no medo que vem ao passar o viaduto
enfim,
de volta a casa e habitação
encontro o meu olhar no espelho
e respeito-o encaradamente e encarecidamente
com toda a minha carência.