ao passo que pensas sobre o que sentes
depois de caminhar na serra quatro horas
caminhou todo o tempo vendo tudo que via
pensando no que sentia
depois da exaustão
de três mergulhos
gostaria de entregar-se àquelas àguas
foi quando ignorou o medo e pulou
foi até o fundo
e subiu rapidamente
nesta hora não pensava
sentiu
aquilo foi real
quando chegou e disse
do que pensou
a indiferença
à tudo que dissestes ou pensastes
sugerindo insignficante
sentindo
sempre acontece algo
mas nada acontece pra muitos
eu vi aqueles paredões gigantes de pedra
que ali respiravam
e provavelmente permanecerão respirando
com aparência de pedra morta
devem alimentar
com o vento
em seus alvéolos verdes
há tantas flores do cerrado
mas eles como são pedras
parecem não se importam
e simplesmente ignoram
qualquer movimento
todo o meu falatório inútil
não traspassa nenhum sentimento
ao vento
que passam tocando
insignificantemente
nem olha para o vento
a pedra
tocando a superfície verde
um toque,
passa
um toque
algum afeto?
aquelas águas
caíram
passando primeiro por seus sulcos
e como eu foram também pisaram no fundo
daquelas pedras
sobre ti amontoavam seu fluído
para que eu pudesse mergulhar.
um pouco de morte
dos paredões de pedras
que estão vivos
no fundo...
por que não me faz desaparecer?
Com o vento
Pois o que toca
Não é dentro... Blá blá blá