quinta-feira, setembro 21, 2023

philosopha

a poesia que está em mim podia viver 

como um poeta ganha dinheiro?

ele vende versos?

eu queria pintar um tigre amarelo com olhos verdes no espaço azul

e não sei

eu queria escrever versos pra ti, era mesmo pra poder te impressionar

por que agora tenho tua imagem em mente

por que se não há qualquer homem para amar, 

há meus irmãos na terra que me fazem sentir que sou má

devo ser muito má

mamãe sempre disse que sou má

papai sempre disse que era má

no Brasil eu sou muito má

uma pessoa horrível que não dá pra amar

e é sempre mal feitio meu inventar

uma imagem que nem é tua

é uma que eu invento

de todos os pensamentos que eu poderia pensar de ti

são sobre as melhores ideias dos melhores filósofos

e juntá-las para depois descobrir que não descobrimos nada

ficaríamos rindo deles pois era

melhor mesmo, ah se era, sim eu poder fazer poesia

de toda filosofia

mas não sei 

eu não sei 

a tua imagem começa a entrar em mim

e eu começo a ficar tonta

tomo duas pílulas de quietipina pra ficar quietinha

E parece que hoje meu rosto derrete

E a escuridão em mim sai pelos meus olhos

sim aceitas que não consegues lidar com os contrários

precisava ficar normal

acho que agora estou normal

e não tenho medo de andar por aí

eu penso que o Stian podia me amar

mas nem ligo se ele não amar

pois não há nada nele pra eu admirar

o que eu aprendo com ele?

aprendo que o prazer não tem fim

mas até gozar cansa

é por isso que as pessoas se casam?

desculpa, sou estúpida, 

parece estar a provocar-me

parece que sabes que sou louca

e pedes paciência

eu devo estar louca de novo

mas Andromeda, cade você?

ando perdida

por onde andas?

que música pra hoje? estou flutuante naquela flauta...

não estou pronta pra nada

nem para o dia, nem para a noite,

não sei mais onde piso

ando por lamaçais que crescem lótus

e girassóis que ficam acenando 

pedindo atenção

e eu acho que essas flores são gente

compro sapatos que são grandes pra mim

e fico deslizando, escorregando ali dentro deles

Merlin dorme, descobri-me maga

lenta, lenta, lenta

observo a chama da vela 

e todo o movimento do fogo

não termino o último capítulo

nem quero ir ao Brasil

nem escrevo nada

publico o impublicável

escrevo tolices sobre nada

olho uns currículos, apresentações

só tu parece incrível agora

o resto parece tão estúpido

é possível que seja como Andromeda

mas um repele e tu parece acender

um esquece e outro parece enfurecer

parece que quer que eu exploda 

e vire poeira com tudo que o que diz

e a menina de Paris já veio dizer do meu tesão

e fascinação na minha cara

pareço excitada?

não, é pura invenção,

tu precisa tanto amar

que se aprende achas que amas

o conhecimento é perigoso

e poderoso

e eu pareço enfeitiçada

eros, conhecimento

pelos teus truques

que me parecem mais platônicos

que aristotélicos

mas misturas, com os melhores sempre

trouxe Ryle, Freud eu costuma zombar dele como tu

Fazes, comer a mãe, matar o pai, e tu fazes o mesmo 

acrasia,

Sobre cakes

eu podia pensar na noite com Stian

mas não há conhecimento ali

tens razão

do poder erótico de Platão.