Primavera, tempestade de areia da vindas d´Africa
um céu um pouco rosado de poeira ao longe, ao alto
as temperaturas vão cair drasticamente segunda
ao menos a primavera começou calorosa
amei filósofos analíticos por alguns dias
e bem, mudei de ideia
quando são livres podem misturar analítica com Merleau-POnty
eu disse ontologia, ele disse poesia
é o que sempre digo
já sem medo de responder
já sem medo de funcionalistas
já sem medo que me queiram do outro lado do Atlântico
já sem medo de querer estar lá
enfim,
o Ken disse keep working
eu amei todos
sentei à beira da estudante militante foi bem chato competir no mimimi
Eu pedi à Sofia para ir ao Brasil, ela me perguntou para fazer o que?
eu calei,
lembrei da utophia
só mirei as mãos daquele que eu sabia que não poderia olhar, já estava cercado
pela organização
depois vi algumas estratégias para se fazer networking
eu sempre cara de pau, escutando ironias
desejo mesmo
mas enfim,
sempre nas pontas das mesas
eu era lançada da depressão para a excitação
Juliet disse que Ryle no...esqueci de perguntar por que
e assim segue ontem li a tese toda num dia
como um zumbi
havia perdido o celular
foi devolvido no dia seguinte,
hoje tento ler de novo e estou mais lenta
ele disse do Schneider, eu estava num teste
já sabia da importância do que ele dizia, e não iriam sacar
os analíticos restringem o significado, repeti o Ryle falando pro POnty
estava com um paraatleta mas fui tão intensa que voltei
pra torre assim que o congresso acabou
fui ao jantar
consegui ir aos almoços
sempre o que mais me atrai é o que mais tenho medo
ele perguntou de onde eu era e riu
to meio eclipsada novamente
zerando de novo
cheia de impressões, ou melhor formas haha
cheia de formas em mim
eu senti esperança, perguntava a todos o que devia fazer
fiquei triste quando disseram-me que inteligentes foram os que já voltaram pra sua terra
senti o tombo
fui ao chão e calei, o excesso de internacionalização
e nacionalização
calou-se
ouvi ecos de Andromeda
e consegui força
o eclipse da lua cheia em sombra que chega com tempestade de areia
eu voltando pra torre olhando a poeira passar
tendo a certeza da solidão da revisão
e dos olhares dos outros do outro lado da rua
olhando devagar o meu atravessar
indo para os seus hotéis, receio que todos queriam passar a noite a conversar
eu senti, e todos saíram correndo
a organização delimitou os grupos
eu senti que uns querem dizer quais caminhos devemos ir
um disse que precisava apenas caminhar
eu saí em direção à que me disseram ir
despedi-me da francesa e da militante, gritei
fui pra casa e dei de cara com o grupo novamente
sabia que queríamos todos conversar
mas as conversas também são limitadas por diversos interesses distintos
eu desejava mas não aproximava
Boa sorte
sobre as filosofias que tinham dentro
eu lhe escrevi e deixei claro que a filosofia que trazias
como a que todos traziam
eram parte deles
e eu amava a cada um deles por apresentarem o estilo analítico
mas sofisticado
talvez foi por que eu estava mais confiante no inglês?
eu não sei,
talvez foi por tudo que hoje é como a poeira
que voa pelo ar
e pesa, mas é bonito
poesia, isso dói no pescoço
é quando a cabeça pesa um pouco
os olhos ardem
e não se consegue passar da página 51
sei lá, a minha escrita está diferente por causa da escrita
dos textos aristotélicos
e eu to achando isso demais
e lembrei da era Andromeda que dizias obscuro
ou algo como não esqueça o rigor filosófico
pendendo para o literário
acho que tá parecendo agora
fase metafísica
e to pensando em mudar o título pra Psicologia aristotélica
e se eu continuar a encontrar passagens, isso nunca vai acabar
eu vou focar na tradução das passagens e nas citações todas
e sei lá...
eu não sei por que tanto medo.