não adianta se paro dois ou três dias em cárcere
privado na aldeia
quando se volta pra torre
não se come direito
não se dorme direito
e sempre parece que se está a revisar e nada está a mudar
eu penso, mas eu já não corrigi isso?
mas eu já não fiz isso?
e ainda encontro mais e mais gaps
e coisas sem sentido
tirei a seção do Ryle com o exemplo do palhaço
por que realmente eu sou o palhaço
que nos tombos, nas risadas há mente
e há mente em todo lugar, na torre só uma alma, a minha a revisar
e os outros atrapalham-me com suas tentativas de afetar-me
vesti uma meia arrastão para provocar-lhes, e fui à churrascaria
com meu fake português francês e gritávamos um ao outro a mesa
falando francês, foi como se eu estivesse num filme, de aldeia claro,
e eu disse alto racista em francês, para todos entenderem
e mesmo assim estou tão cansada de todos os olhares
cansada de existir
e quase que queria ficar em cárcere privado treinando meu francês
com o legionário
passivo-agressivo, mais agressivo
e passando os dias com Simba e Loba, uma pitbull e uma pinche
fêmeas
enfim, eu olhava para o horizonte
para a lua
para o pé de limão
escutava o vizinho a gritar Maria, Maria, Maria, Maria
e nada mudava o meu cansaço
essas notas nunca que ficam perfeitas e eu nunca terei citações
e comentários suficientes
por que agora que já penso que são insuficientes
eu já decidi finalizar o inacabado
e Júpiter e Urano
podiam mesmo fazer com que eu enviasse pela primeira vez isso
antes da conjunção.