segunda-feira, janeiro 21, 2013

Vazão

Já ganhei do Freud  o perdão do Édipo
se fez necessário
e deixei de lado as projeções doentias
afinal a patologia da paixão
não tem nada a ver com minhas neuroses..
passado a terapia,
ficam
as férias
as expectativas e
a vida que reluz
recebe a volta do sossego..
depois do surto.
Fico em casa em paz mais o universo inteiro
Já não ouço perturbações
Vi a lua hoje e uma estrela mais a nuvem
estavam bonitos juntos..
E é assim que é..
Mas agora vai tudo dormir
O desejo de sair começa a invadir
amanhã devo sentir a noite tocar-me
fora das raízes daqui
espero sempre algo antes de ir
gostaria mesmo
e nem é meia-noite ainda
os gozos foram pelas paixões
e mesmo que se tornem ou sejam inúteis
já não me importa.
Eu declaro-me sem medo de sentir idealizar
sim vazão, sem medo de ser eficaz ou não..
Passas lento o querer-te perto
e ainda ouço uma buzina
havia algo na frente, como um transeunte
que vira ausente, preso na mente
vai te de dentro de mim,
vete, vete,
passa, passa da minha vista
segue teu destino e deixa que a paixão fique aqui..
Quem és tu para que intimides meu desejo?
E quem sou eu para dizer que o tens todo?
Larga tua vida, e vens
faça como pedes a mim
ou no próximo feriado
perseguindo a pigmentação translúcida
galopa meu desejo.