Foi bom ver beleza e arte de novo
no Porto o sol apareceu, é o belo divino
o beleza das árvores e dos rios é diferente da beleza
que criam os homens
os joelhos com pregos a medir
os touros, os esqueletos
um às de espadas de ouro
um sonho, um burro
ainda não voltei para phantasia
estou em transe
em meus sentidos
preciso assentar a alma no corpo de novo
não quero mais sair da torre
o sol voltou a bater na minha janela
a mancha no chão
será uma memória em ti
tu és o chão
e eu a mancha de água
eu sei que tu carrega a história nos teus ombros
a estética do mal ainda continua presente
ainda sofrem com o passado
que nem sabemos direito
o que temos é agora agora agora agora
eu estava com medo de ti
e ao mesmo tempo parecia tão gentil
e tão cortante
talvez aprendi a não ver amor
é mais fácil amar as árvores, rios, pássaros
o sol
os phantasmas da cultura te transformaram
no que és
quem és?
a fábrica de chocolates vazia
que antes tinha cheiro de chocolate e marzipan
com luzes acesas durante a noite
parece mais com o pesadelo da história
morando ao lado
e a cerca mais de um campo de concentração
concentrado e curvado, torto, roto
não saberemos, o que irás mostrar é o que há de maior
em ti, teu passado pesando em tuas costas
não consegues estar no agora
a mover com os astros, pássaros, árvores,
rios
o tempo em que viajas não é o mesmo do meu
por que o que move-me é o sol, a lua
a magia da vida
e em ti
a da morte.