quarta-feira, novembro 22, 2023

Merlin Teufel

Foi bom ver beleza e arte de novo

no Porto o sol apareceu, é o belo divino

o beleza das árvores e dos rios é diferente da beleza 

que criam os homens

os joelhos com pregos a medir

os touros, os esqueletos

um às de espadas de ouro

um sonho, um burro 

ainda não voltei para phantasia

estou em transe

em meus sentidos

preciso assentar a alma no corpo de novo

não quero mais sair da torre

o sol voltou a bater na minha janela

a mancha no chão 

será uma memória em ti

tu és o chão 

e eu a mancha de água

eu sei que tu carrega a história nos teus ombros

a estética do mal ainda continua presente

ainda sofrem com o passado 

que nem sabemos direito

o que temos é agora agora agora agora

eu estava com medo de ti

e ao mesmo tempo parecia tão gentil

e tão cortante

talvez aprendi a não ver amor

é mais fácil amar as árvores, rios, pássaros

o sol

os phantasmas da cultura te transformaram 

no que és

quem és?

a fábrica de chocolates vazia

que antes tinha cheiro de chocolate e marzipan

com luzes acesas durante a noite

parece mais com o pesadelo da história 

morando ao lado

e a cerca mais de um campo de concentração

concentrado e curvado, torto, roto

não saberemos, o que irás mostrar é o que há de maior

em ti, teu passado pesando em tuas costas

não consegues estar no agora

a mover com os astros, pássaros, árvores,

rios

o tempo em que viajas não é o mesmo do meu

por que o que move-me é o sol, a lua

a magia da vida

e em ti 

a da morte.