Alva Nöe
muitos tomam por certo que presença é representação
que representamos o mundo em experiência e pensamento
presença é reapresentá-lo
a partir deste ou outro ponto de vista
como nossos cérebros fazem isto é estudo da neurociência
a ideia de representação como presença não está correta
a experiência que está sempre a se ligar no modelo
mas cada um de nós explora o mundo tateando-o, tais informações
usamos para construir um modelo de experiência?? aí temos um mundo, uma ilusão de mundo....
há problemas nisso
a imagem que tenho da torre Eiffel explica o sentido que tenho da mesma ali do outro lado da rua?
a experiência perceptiva não é pictórica
a natureza é repleta de reflexões e imagens
representações não explicam o mundo
pra que inspecionar o modelo se temos o mundo?
O'Regan o mundo como memória externa
Brooks o mundo como seu próprio modelo
o mundo está disponível, presença como disponibilidade
nós temos acesso somente ao que existe, mas nem tudo no mundo é acessível
o que podemos fazer é nos mover
saber como
com dinheiro e linguagem é possível explorar mais o mundo...rsrs boa Nöe
eu não posso explorar o mundo pela mente
o mundo aparece disponível dentro do alcance
é um erro pensar que representamos o mundo a fim de internalizá-lo
experimentá-lo
quando pensamos em um amigo ele existe no mundo
ele se faz presente, pelo pensamento e imaginação
ele se faz minha paisagem
ele se mostra para mim
Sua presença para mim agora, como ele é, se fundamenta emfatos como estes: que eu tenho as habilidades e conhecimentos para fazer contatocom ele.
e assim eu posso sentir sua presença, mesmo que ele esteja a milhares de quilômetros
Presença é uma questão de grau
a presença de um amigo é maior quando está diante de mim
e menor quando ele está em "Madrid" ....rsrs no original "Berlin"
as coisas podem ficar mais ou menos perto dependendo de nosso
saber como fazer
como mover
podemos também falar em qualidade da presença
Fernando está em meus pensamentos e ações...no original Dominic..rsrs
seria estranho dizer que ele está presente para mim perceptualmente
afinal de contas, eu não o vejo, ouço, sinto o seu cheiro, toco
ele está muito longe pra isso
mas isso não impede que ele esteja presente em algum grau
A teoria geral de acesso
Do ponto de vista do que podemos pensar como a teoria geral do acesso, pensamento e percepção diferem apenas como modalidades de acesso.
espaço do pensamento como espaço da consciência perceptiva
as diferenças são fundamentadas em diferentes habilidades de acesso
o conceito como uma técnica e habilidade de acesso
um conceito como técnica para agarrar alguma coisa...Begriff no alemão
a percepção sonda o que existe
a relação de percepção e conceito
a presença de Fernando ao meu pensamento, é claro, no meu caso é imaginação..rsrs
mas ele existe...e que a percepção se difere apenas em graus...
volta pro texto Sâmara
o que parece intrometer aqui é a ideia de representação em teorias da mente
supomos que os conceitos são maneiras de representar o mundo
e que compõem a representação do mundo
há uma maneira não representacional de pensar conceitos...??
que não são categorias ou conjuntos, protótipos
nem sentidos como em Frege
conceitos não representacionais são habilidades para a tomada de posse do que existe
dizer que a experiência perceptual é conceitual
não rola..rs o Noë sabe explicar..rs
qual seria a natureza dos conceitos?
como posso ter o conceito de vermelho sem habilidades incorporadas?
a percepção sensorial é uma dinâmica, uma troca de duas vias entre o observador
e o que é percebido, uma transação....
percebo X, há mudanças no meu corpo em relação à X, como aparece para mim
uma sensibilidade ao movimento e ação é a marca da percepção
o pensamento é relativamente insensível a mudanças de movimentos
posso pensar em alguém distante, mas há uma relação causal que infere
no que eu posso pensar e falar
para pensar em água, uma vez existe uma relação causal entre nós...rs
o que varia é a influência da cultura, onde estou no mundo ...como pensaria a água
um mundo limitado sociolinguístico........
como alcançar o objeto do meu pensamento?
uma ligação muito mais entre o nome e seu portador
do que com o nome e associação com sua descrição
eu preciso ter conhecimento para pensar
eu preciso saber que Fer está em Madrid para poder acessar o objeto
é preciso conhecimento para que as coisas se mostrem
o acesso não é uma noção semântica...mas é óbvio!!!! q não!
saber que está Fer en Madri possibilita o meu acesso a ele,
pelo menos explica o fato dele poder aparecer em pensamento.
mas isso não implica o que eu represento
ir fazer um intercâmbio implica em ser possível o acesso
conhecimento não corrige referência
conhecimento permite o acesso
Variedades de acesso
vc pode pensar sobre o que quiser, Cézanne, Jardim do Éden,
até em filhos que ainda não nasceram
como também sobre a laranja que está ali no chão
até sobre um número primo que não existe ainda...
até sobre o DNA entre primos...
pensar em coisas é como apanhar bolas
há muitas maneiras de pegar uma bola
requer domínio, exercício,
como em diferentes habilidades, exemplos dos vários
esportes com bolas....
o sucesso da ação depende em qual atividade pretende realizar
tanto minha mãe e Elis Regina se mostram para o meu pensamento
minha mãe está perto de mim, eu posso ligar pra ela agora, eu posso visitá-la
se eu quiser
eu tenho lembranças da minha mãe, eu a conheço bem
sinto presenças distintas, sei algumas coisas da Elis tbm...
E
precisamente essas diferenças de modalidades de acesso, corresponde
o manifesto de diferença, com experiência em sua presença para mim.E
precisamente essas diferenças de modalidades de acesso, corresponde
o manifesto de diferença, com experiência em sua presença para mim.E
precisamente essas diferenças de modalidades de acesso, corresponde
o manifesto de diferença, com experiência em sua presença para mim.
são modalidades distintas de acesso
com experiência de presença pra mim
há várias coisas que precisamos fazer para agarrar os objetos do nosso pensamento
amigos, artistas, filósofos, problemas...blá blá imaginação
estão perto ou longe
em espaços diferentes
de várias formas e tamanhos
pensar em algo é exercer o conhecimento de como chegar a ele......a coisa pensada
como para pensar num problema matemático é preciso demonstrá-lo
para pensar no homem é a saber participar de uma estrutura de práticas
assim o significado é antecede à linguagem e a prática cognitiva
Significados
não são fixadas por relações independente de práticas entre
palavras e coisas
significado não está preso na linguagem....?
a presença não nos vem gratuitamente
é preciso alcançá-la
Presence does not come for free; we achieve it. It is hard-won, if it is won at all. Take the perceptual case: perceptual experience is an activity where by we bring things near us into focus for perceptual consciousness. We peer, and squint, and move, and adjust ourselves, nearly continuously, in order to come near to, achieve access to and stabilize our contact with the world around us. Objects are not transcendent. But they transcend what can be taken in at a glance. The fact of this transcendence bespeaks a certain vulnerability; to know the world, we must move and inquire and explore and exercise our practical and conceptual knowledge. In this sense, we manifest, in our experience itself, our implicit appreciation that perceptual presence is always a work in progress. Noë
percepção como atividade
assim como a relação com o objeto depende da visão
de um certo uso do olhar....
exige virar-se com o corpo, a cabeça, olhos, atenção
o acesso ao objeto no pensamento também exige esforço
para conhecer..
biblioteca, internet, universidade...blá blá que podem falhar..rs
o significado não é transcendente
é preciso chegar até a presença, que é frágil
o fato de pensar em MOisés e que ele possa ser um mito
está imbutido no que podemos pensar sobre ele
que aparece em nossos pensamentos muito longe
apenas vagamente presente, e não gostamos dessas operações não é mesmo?
não é por acaso que é questão de fé....
Eu exponho a minha própria sensibilidade e fragilidade e finitude da minha
própria experiência perceptual
não é possível ver o que está muito longe....ou muito perto....
eu sinto a mesa sob as minhas mãos
não posso ver além das paredes ou ter uma visão raio-x
tanto o toque como a visão possuem limites para a percepção
quando vista de longe, parece um grão de areia...ela não tem este tamanho
apenas está muito longe
nossas habilidades ao pensamento são análogas
posso pensar no último teorema de Fermat?
posso apontar pra ele...mas compreendê-lo?
não posso pensar sobre tomates inexistentes...
vc não pode pensar o que ainda não é....pq pensamento e experiência
são maneiras de engajamento na transação das coisas
se o objeto não existe na experiência perceptiva, como pensá-lo?
como terá presença?
há apenas a falsa aparência de presença....
presença falsa não é presença!
se o objeto não existe pra mim como percebido, como apreendê-lo? impossível.....
dá pra se pensar quando se dizem que filosofia são análise de textos....ah me poupem.....
textos dizem do mundo, joder....
a presença é conquistada
e todas as realizações humanas dependem da nossa presença no ambiente
que nos abrange e nos permite agir..
como pensar que as coisas que estão em minha volta, que se mostram para mim
e fazem eu ser quem sou
possam ser ilusórias? isso é só uma possibilidade lógica, Descartes....seu fumo...
alucinação é colapso de experiência perceptiva
e a engenharia de mostrar o quanto a percepção falha
ok...tratemos da presença neste mundo como o vemos
mesmo com muitas ilusões...
experiências e pensamentos não são estados
são habilidades deste mundo
exigem ajustes
uma aderência ao mundo...
a presença é frágil...
é preciso sempre ser alcançada...
Estilos da mente
presença perceptual e presença pensamento?
uma linha diz que pensamento e experiência são diferentes
quando se vê, não está pensando o que se vê
as categorias de percepção já foram exaustivamente estudadas
a filosofia vem brigando em apostar quem vem primeiro...
percepção ou pensamento
Empiristas
argumentam que a experiência perceptiva vem em primeiro lugar; é
o que primeiro faz pensamento e conversa sobre o mundo possível.
Antiempiricistas (Racionalistas, idealistas, conceptualistas) têm opinião contrária
que de alguma forma pensamento que vem em primeiro lugar.
é possível sem pensamento e entendimento perceber???
sei que não é possível percepção sem ação.....
pensamento e percepção são estilos diferentes de explorar o mundo
de acesso ao que existe
como estilos distintos de explorar o mundo como
cantar, pintar, escrever
Merleau-Ponty desenvolve bem a ideia de estilo
como sentido
como fazer
formas de ser
maneiras de alcançar a presença do mundo
a aderência
o body schema
pensar e perceber não são formas de representação
como no classicismo
são formas de acesso ao real.