não se esquece dos dias da semana, pra mim ontem era sexta
enfim, não fui despedida, tive que ir correndo à 1 da tarde
mas era pra ter entrado às 7:30
estava a estudar tranquilamente num café,
depois de fazer exames pela minha vida saudável longe da morte
decidi que é tempo de sober men
saí com meu lenço e levei uma garrafa de Porto
que um hóspede me deu, e outra de água
achava toda a gente feia pela cidade
a beleza é tão difícil
o amigo palhaço daquele que era pra ser bom pra mim, mas foi tão mau..
sentou ao meu lado,
veio aquele cheiro de álcool
eu decidi não deixar invadir minha aura e não perguntei nada
nem como tinha sido o Brasil
ou se estava bem, é claro, que com aquele cheiro, não estava
encontrei a Tay, sentamos na Cordoaria,
lembro-me que antes me sentia bem no meio dos jovens Erasmus
agora pareceu me que eu era um e.t. e não há um lugar na cidade
que eu possa me sentir como antes,
a não ser a mirar o rio ou o mar,
acho que mais o mar por que sei que dali as águas
vão pra todos os lugares, lugares longe daqui
o Douro já me parece velho e mofado preso entre velharias
com suas águas escuras e seus redemoinhos assassinos
É bonito apenas quando reflete alguma luz
e hoje é realmente o dia de folga
disseram-me que agora estou a dever à casa
os meninos da recepção claro devem estar a falar bem mal de mim
mas preocupo-me com o livro e com o projeto
acordo cansada do vinho do Porto
já são quase duas da tarde e ainda estou na cama, uau
grande dia de folga
vou tomar um banho e tentar enviar um artigo
o livro
e olhar para o projeto
não vou lavar as roupas, nem fazer as unhas
talvez corra agora pro restaurante brasileiro
procurando alguma comida que lembre minha terra
e pronto
esquecer que houve algum amor pra viver,
esquece, os homens nunca amaram as mulheres.