terça-feira, janeiro 30, 2007
sábado, janeiro 13, 2007
Eu sei de mim
Alto lá...
você pode até pensar em ter o direito de se dirigir
a mim dessa forma,
eu sei, você é uma mulher realizada,
bem resolvida e ainda com um amor...
trabalhando no seu orgulhoso meio-horário...
Um arco-íris depois da tempestade,
que coisa mais linda!!!
Quanto amor pra dar não é mesmo?
O amargo é bem vindo ao resto...
Não agora, o ninho sou eu que faço.
Bom, os laços e nós posso escolher,
e vínculos morais não são o suficiente.
Não venha somente cobrar o que eu possa ser...
O que de fato foi você que sempre quis.
Não lhe peço nada,
poderia ser um pouco de amor,
quem sabe?
Aquele amor fraternal e materno que tantos falam.
Auto-comiseração?
ah...tudo bem, eu fico na "minha casa" e
inúltimente olho pro óleo de peixe
e eu já sei dizer do que preciso...
Portanto não venha exigir canudo
se não me dá nem um puto.
Nessa rima rídicula eu termino,
nessa angústia de pequenas coisas...
Escutando enxovalhos calada,
já bastam todas minhas próprias
cobranças de sucesso,
de um fim com sucesso.
Eu não entendo teu escárnio,
como você não me entende...
Mas agora pouco importa,
portanto acalme-se e somente
cuide-se...
Eu sei de mim.
Não preocupe-se, daqui a pouco
eu ligo pra perguntar sobre o que fazer no cabelo...
e logo vai saber que tudo continua bem,
ou simplesmente como é...
você pode até pensar em ter o direito de se dirigir
a mim dessa forma,
eu sei, você é uma mulher realizada,
bem resolvida e ainda com um amor...
trabalhando no seu orgulhoso meio-horário...
Um arco-íris depois da tempestade,
que coisa mais linda!!!
Quanto amor pra dar não é mesmo?
O amargo é bem vindo ao resto...
Não agora, o ninho sou eu que faço.
Bom, os laços e nós posso escolher,
e vínculos morais não são o suficiente.
Não venha somente cobrar o que eu possa ser...
O que de fato foi você que sempre quis.
Não lhe peço nada,
poderia ser um pouco de amor,
quem sabe?
Aquele amor fraternal e materno que tantos falam.
Auto-comiseração?
ah...tudo bem, eu fico na "minha casa" e
inúltimente olho pro óleo de peixe
e eu já sei dizer do que preciso...
Portanto não venha exigir canudo
se não me dá nem um puto.
Nessa rima rídicula eu termino,
nessa angústia de pequenas coisas...
Escutando enxovalhos calada,
já bastam todas minhas próprias
cobranças de sucesso,
de um fim com sucesso.
Eu não entendo teu escárnio,
como você não me entende...
Mas agora pouco importa,
portanto acalme-se e somente
cuide-se...
Eu sei de mim.
Não preocupe-se, daqui a pouco
eu ligo pra perguntar sobre o que fazer no cabelo...
e logo vai saber que tudo continua bem,
ou simplesmente como é...
SOMETHING
IN THE WAY SHE MOVES
ATTRACTS ME LIKE NO OTHER LOVER
SOMETHING IN THE WAY SHE WOOS ME
I DON´T WANT TO LEAVE HER NOW
YOU KNOW I BELIEVE AND HOW
SOMEWHERE IN HER SMILE SHE KNOWS
THAT I DON´T NEED NO OTHER LOVER
SOMETHING IN HER STYLE THAT SHOWS ME
I DON´T WANT TO LEAVE HER NOW
YOU KNOW I BELIEVE AND HOW
YOU´RE ASKING ME WILL MY LOVE GROW
I DON´T KNOW, I DON´T KNOW
YOU STICK AROUND NOW IT MAY SHOW
I DON´T KNOW, I DON´T KNOW
SOMETHING IN THE WAY SHE KNOW
SAND ALL I HAVE TO DO IS THINK OF HER
SOMETHING IN THE THINGS SHE SHOWS ME
I DON´T WANT TO LEAVE HER NOW
YOU KNOW I BELIEVE AND HOW
GEORGE HARRISSON
ATTRACTS ME LIKE NO OTHER LOVER
SOMETHING IN THE WAY SHE WOOS ME
I DON´T WANT TO LEAVE HER NOW
YOU KNOW I BELIEVE AND HOW
SOMEWHERE IN HER SMILE SHE KNOWS
THAT I DON´T NEED NO OTHER LOVER
SOMETHING IN HER STYLE THAT SHOWS ME
I DON´T WANT TO LEAVE HER NOW
YOU KNOW I BELIEVE AND HOW
YOU´RE ASKING ME WILL MY LOVE GROW
I DON´T KNOW, I DON´T KNOW
YOU STICK AROUND NOW IT MAY SHOW
I DON´T KNOW, I DON´T KNOW
SOMETHING IN THE WAY SHE KNOW
SAND ALL I HAVE TO DO IS THINK OF HER
SOMETHING IN THE THINGS SHE SHOWS ME
I DON´T WANT TO LEAVE HER NOW
YOU KNOW I BELIEVE AND HOW
GEORGE HARRISSON
quinta-feira, janeiro 11, 2007
Hilário
Ok...sejamos perseverantes...aff
http://www.youtube.com/watch?v=6ueWu6SluFk
http://www.youtube.com/watch?v=32-Aa0ibiHA poderia ser pior?
vá lá...perseverança!!!hauahaua
http://www.youtube.com/watch?v=6ueWu6SluFk
http://www.youtube.com/watch?v=32-Aa0ibiHA poderia ser pior?
vá lá...perseverança!!!hauahaua
terça-feira, janeiro 09, 2007
Contentamento
Um dia que soou em bom tom!
Entoando algo mais prazeroso em
júbilo jovial!
Contentamento,
Filha de Dionísio,
prestando ouvidos
a Beethoven, num
dia especial...
Sim! Ode à alegria!
Brindemos à vida,
Sequiosa por vinho e seus beijos,
pela magia que une
E não no costume que
rigorosamente dividiu.
E Todo o resto não nos detém
ali onde o doce vôo mantem.
Abrir um baú com tesouros,
qualquer que seja
aquele que conquistou apenas uma alma,
uma única alma em todo o mundo.
Rejubile conosco!
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Da alegria bebem os amantes
Todos os bons, todos os maus,
Seguem rastro de lírios e esmeraldas.
Dia pleno, deu-nos força para vingar o amor.
Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Extasiados pela graça profunda,
Terno, vida pura a brotar.
Ébrios pelo fogo entramos
e que com grande contentamento,
Muss es sein?
Es muss sein!
Es muss sein!
"Der schwer gefasste Entschluss"
Entoando algo mais prazeroso em
júbilo jovial!
Contentamento,
Filha de Dionísio,
prestando ouvidos
a Beethoven, num
dia especial...
Sim! Ode à alegria!
Brindemos à vida,
Sequiosa por vinho e seus beijos,
pela magia que une
E não no costume que
rigorosamente dividiu.
E Todo o resto não nos detém
ali onde o doce vôo mantem.
Abrir um baú com tesouros,
qualquer que seja
aquele que conquistou apenas uma alma,
uma única alma em todo o mundo.
Rejubile conosco!
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Da alegria bebem os amantes
Todos os bons, todos os maus,
Seguem rastro de lírios e esmeraldas.
Dia pleno, deu-nos força para vingar o amor.
Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Extasiados pela graça profunda,
Terno, vida pura a brotar.
Ébrios pelo fogo entramos
e que com grande contentamento,
Muss es sein?
Es muss sein!
Es muss sein!
"Der schwer gefasste Entschluss"
Os Três Mal-Amados
Joaquim:
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
João Cabral de Melo Neto.
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
João Cabral de Melo Neto.
segunda-feira, janeiro 08, 2007
Para o coração
Não estorvarei agora em meus pensamentos,
Para que em mim se reflitam
opada pelo cúmulo de poesia...
Abrirei agora a garganta
até que vejam o coração,
que nem tem a ver com
ácido lático
no gastrocnêmio...que só causa
tensão...ai!
Foram muitos andares,
e agora lhe escrevo pela tarde,
Na tardança,
de quem se espera...
Para sentir lhe a carícia,
de nadar em minhas águas,
para então fixar o vôo dos píndaros,
nos píncaros da montanha.
junto à marcha das nuvens.
Correr por suas entranhas.
E se, na sabatina de hoje,
em minhas águas,
Houver o espelho nítido e profundo
Onde se reflita o gesto de tuas mãos
E a graça do teu rosto.
Então adormecerei no fundo de mim mesma
Assim como as flores que murcham
e o crepúsculo de hoje que jaz no chão.
A cada apelo da vida deve o coração,
âmago coração...
Dizer-nos que sim e não.
Nos espaços que deixamos vagos,
sustento-me
numa anatomia que é só coração.
Sobranceiro às ameaças errantes,
do torpor de amantes.
Transparência é também mal-estar ao
abrir o coração,
matando aranhas com a palma da mão.
Para que em mim se reflitam
opada pelo cúmulo de poesia...
Abrirei agora a garganta
até que vejam o coração,
que nem tem a ver com
ácido lático
no gastrocnêmio...que só causa
tensão...ai!
Foram muitos andares,
e agora lhe escrevo pela tarde,
Na tardança,
de quem se espera...
Para sentir lhe a carícia,
de nadar em minhas águas,
para então fixar o vôo dos píndaros,
nos píncaros da montanha.
junto à marcha das nuvens.
Correr por suas entranhas.
E se, na sabatina de hoje,
em minhas águas,
Houver o espelho nítido e profundo
Onde se reflita o gesto de tuas mãos
E a graça do teu rosto.
Então adormecerei no fundo de mim mesma
Assim como as flores que murcham
e o crepúsculo de hoje que jaz no chão.
A cada apelo da vida deve o coração,
âmago coração...
Dizer-nos que sim e não.
Nos espaços que deixamos vagos,
sustento-me
numa anatomia que é só coração.
Sobranceiro às ameaças errantes,
do torpor de amantes.
Transparência é também mal-estar ao
abrir o coração,
matando aranhas com a palma da mão.
Os Imortais
Dos vales terrenos
chega até nós o anseio da vida:
impulso desordenado, ébria exuberância,
sangrento aroma de repastos fúnebres.
São espasmos de gozo, ambições sem termo,
mãos de assassinos de usurários, de santos,
o enxame humano, fustigado pela angústia e o prazer.
Lança vapores asfixiantes e pútridos, crus e cálidos,
respira beatitude e ânsia ensopitada,
devora a si mesmo para depois se vomitar.
Manobra a guerra e faz surgir as artes puras
adorna de ilusões a casa do pecado,
arrasta-se, consome-se, prostitui-se todo
nas alegrias de seu mundo infantil;
ergue-se em ondas ao encalço de qualquer novidade
para de novo retombar na lama.
Já nós vivemos
no gelo etéreo transluminado de estrelas;
não conhecemos os dias nem as horas,
não temos sexos nem idades.Vossos pecados e angústias,
vosso crimes e lascivos gozos,
são para nós um espetáculo como o girar dos sóis.
Cada dia é para nós o mais longo.
Debruçados tranqüilos sobre as nossas vidas,
contemplamos serenos as estrelas que giram,
respiramos o inverno do mundo sideral;
somos amigos do dragão celeste:
fria e imutável é nossa eterna essência,
frígida e astral o nosso eterno riso.
Herman Hesse
chega até nós o anseio da vida:
impulso desordenado, ébria exuberância,
sangrento aroma de repastos fúnebres.
São espasmos de gozo, ambições sem termo,
mãos de assassinos de usurários, de santos,
o enxame humano, fustigado pela angústia e o prazer.
Lança vapores asfixiantes e pútridos, crus e cálidos,
respira beatitude e ânsia ensopitada,
devora a si mesmo para depois se vomitar.
Manobra a guerra e faz surgir as artes puras
adorna de ilusões a casa do pecado,
arrasta-se, consome-se, prostitui-se todo
nas alegrias de seu mundo infantil;
ergue-se em ondas ao encalço de qualquer novidade
para de novo retombar na lama.
Já nós vivemos
no gelo etéreo transluminado de estrelas;
não conhecemos os dias nem as horas,
não temos sexos nem idades.Vossos pecados e angústias,
vosso crimes e lascivos gozos,
são para nós um espetáculo como o girar dos sóis.
Cada dia é para nós o mais longo.
Debruçados tranqüilos sobre as nossas vidas,
contemplamos serenos as estrelas que giram,
respiramos o inverno do mundo sideral;
somos amigos do dragão celeste:
fria e imutável é nossa eterna essência,
frígida e astral o nosso eterno riso.
Herman Hesse
Dedução
Não acabarão com o amor
nem com as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.
Maiakovsky (1922)
nem com as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.
Maiakovsky (1922)
domingo, janeiro 07, 2007
Versos Intímos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Augusto dos Anjos
Ah! quem há-de exprimir, alma impotente e escrava,
O que a boca não diz, o que a mão não escreve
Ardes, sangras, pregada à tua cruz e, em breve,
Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava...
O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava:
A forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve...
E a Palavra pesada abafa a Idéia leve,
Que, perfume e clarão, refulgia e voava.
Quem o molde achará para a expressão de tudo
Ai! quem há-de dizer as ânsias infinitas
Do sonho e o céu que foge à mão que se levanta
E a ira muda e o asco mudo e o desespero mudo
E as palavras de fé que nunca foram ditas
E as confissões de amor que morrem na garganta.
O que a boca não diz, o que a mão não escreve
Ardes, sangras, pregada à tua cruz e, em breve,
Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava...
O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava:
A forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve...
E a Palavra pesada abafa a Idéia leve,
Que, perfume e clarão, refulgia e voava.
Quem o molde achará para a expressão de tudo
Ai! quem há-de dizer as ânsias infinitas
Do sonho e o céu que foge à mão que se levanta
E a ira muda e o asco mudo e o desespero mudo
E as palavras de fé que nunca foram ditas
E as confissões de amor que morrem na garganta.
Luz pequena se apagou.
O que foi?
Eu voltei no tempo,
onde existem os jardins destruídos
por filhotes mimados.
Chega de ofensas...
desacato, desconsideração,
acometendo para além do bem
ou do mal.
Está certo, o Diabo passou por aqui e eu o vi.
Eu vi o que te torna capacitado...a desmoronar...
A manhã foi um universo de trevas,
e quem foi que me disse em sonho?
Possa ser Deus...
Encarnado "borracho" não se viu,
e se perdeu.
Lançou sonhos pela janela,
quebrou copos e firmou a tristeza de todo um domingo.
E o que faremos agora?
a efemeridade de todos os momentos justificam
dores e agressões?
Não podes falar por ninguém além de ti,
estourar todas as bolhas-de-sabão,
teu inferno é a ignorância.
Condenado e vagando,
assustando com sua negridão.
Não venha dizer que são influências malígnas...
que hilário,
você é algum tipo de fantoche?
Exorcise-se então,
e não destrua o que tens de mais belo,
o resto de um amor
luz pequena apagado hoje
nas trevas desta casa,
que neste domingo habitou a dor.
Eu voltei no tempo,
onde existem os jardins destruídos
por filhotes mimados.
Chega de ofensas...
desacato, desconsideração,
acometendo para além do bem
ou do mal.
Está certo, o Diabo passou por aqui e eu o vi.
Eu vi o que te torna capacitado...a desmoronar...
A manhã foi um universo de trevas,
e quem foi que me disse em sonho?
Possa ser Deus...
Encarnado "borracho" não se viu,
e se perdeu.
Lançou sonhos pela janela,
quebrou copos e firmou a tristeza de todo um domingo.
E o que faremos agora?
a efemeridade de todos os momentos justificam
dores e agressões?
Não podes falar por ninguém além de ti,
estourar todas as bolhas-de-sabão,
teu inferno é a ignorância.
Condenado e vagando,
assustando com sua negridão.
Não venha dizer que são influências malígnas...
que hilário,
você é algum tipo de fantoche?
Exorcise-se então,
e não destrua o que tens de mais belo,
o resto de um amor
luz pequena apagado hoje
nas trevas desta casa,
que neste domingo habitou a dor.
sábado, janeiro 06, 2007
.......
Não dá pra dizer tudo,
mas talvez o suficiente,
para entender o todo,
o muito é insuficiente.
Nada parece dizer o que realmente é,
o que merece não parece,
o que se perde padece.
O dia já acabou, se foi...
dormir e acordar no amanhã,
me falta algo.
Vontade de saber,
o jogo não está sob controle...
e daí?
Frescobol...
o tempo passa e você não mudou nada.
Ah! sim, estamos bem mais amargos...
Falem, falem o que quiser,
basta a minha consciência...
de coisa alguma,
de criar um grande martírio para tentar
salvar algo.
Nada compreenderá e,
desnecessário pra mim, agora.
ah...tô cansada..
buenas noches....
mas talvez o suficiente,
para entender o todo,
o muito é insuficiente.
Nada parece dizer o que realmente é,
o que merece não parece,
o que se perde padece.
O dia já acabou, se foi...
dormir e acordar no amanhã,
me falta algo.
Vontade de saber,
o jogo não está sob controle...
e daí?
Frescobol...
o tempo passa e você não mudou nada.
Ah! sim, estamos bem mais amargos...
Falem, falem o que quiser,
basta a minha consciência...
de coisa alguma,
de criar um grande martírio para tentar
salvar algo.
Nada compreenderá e,
desnecessário pra mim, agora.
ah...tô cansada..
buenas noches....
sexta-feira, janeiro 05, 2007
Social dispensável
Para que sair da concha confortável?
Para que vejam meu desalento para com todos?
Sim, pesados são vocês...
Eu não molesto a nada...
ah! minha cara?
o que tem ela, de merda?
você acha mesmo?
então não olhe para ela sua tola!
tenho sempre que estar revelando minha
nobre benevolência?
vá para os diabos!
são todos uns desinteressantes,
drogadas...decadentes...inaladores de merda!
E eu que ainda insisto nesse inútil social...
como é melhor meu ócio caseiro!
nem me sabe o quanto...
e quanto agradeço por existirem táxi's...
Só eu poderia ficar bêbada hoje,
mas como não aconteceu,
prefiro não amanhecer conversando
com biltres, patifes...
Rameiras à paisana,
inconvenientes...
Bagatelas que pra mim pouco importam.
Se soubessem ao menos pequenas porções
do que realmente importa...
Ah! são todos cansativos, como também é a
boêmia tão aclamada, proferida com orgulho,
inútil...
Eu nem sei o que dizer,
enoja-me saber que pude
estar à mesa com gente...
gente...
gente de merda...
que não sabem de nada,
vomitando asneiras...
putz...enchem o saco...
me faz chegar em casa e amar muito mais estar
aqui,
sã e salva...
longe do repelido.
A minha recusa é que vocês,
nunca me conhecerão e tampouco serão meus amigos...
ah...tolices...
suspiro..
Alívio.
Para que vejam meu desalento para com todos?
Sim, pesados são vocês...
Eu não molesto a nada...
ah! minha cara?
o que tem ela, de merda?
você acha mesmo?
então não olhe para ela sua tola!
tenho sempre que estar revelando minha
nobre benevolência?
vá para os diabos!
são todos uns desinteressantes,
drogadas...decadentes...inaladores de merda!
E eu que ainda insisto nesse inútil social...
como é melhor meu ócio caseiro!
nem me sabe o quanto...
e quanto agradeço por existirem táxi's...
Só eu poderia ficar bêbada hoje,
mas como não aconteceu,
prefiro não amanhecer conversando
com biltres, patifes...
Rameiras à paisana,
inconvenientes...
Bagatelas que pra mim pouco importam.
Se soubessem ao menos pequenas porções
do que realmente importa...
Ah! são todos cansativos, como também é a
boêmia tão aclamada, proferida com orgulho,
inútil...
Eu nem sei o que dizer,
enoja-me saber que pude
estar à mesa com gente...
gente...
gente de merda...
que não sabem de nada,
vomitando asneiras...
putz...enchem o saco...
me faz chegar em casa e amar muito mais estar
aqui,
sã e salva...
longe do repelido.
A minha recusa é que vocês,
nunca me conhecerão e tampouco serão meus amigos...
ah...tolices...
suspiro..
Alívio.
quinta-feira, janeiro 04, 2007
Durmo ou não? Passam juntas em minha alma
Durmo ou não? Passam juntas em minha alma
Coisas da alma e da vida em confusão,
Nesta mistura atribulada e calma
Em que não sei se durmo ou não.
Sou dois seres e duas consciências
Como dois homens indo braço-dado.
Sonolento revolvo omnisciências,
Turbulentamente estagnado.
Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.
Disperto. Enfim: sou um, na realidade.
Espreguiço-me. Estou bem... Porquê depois,
De quê, esta vaga saudade?
Fernando Pessoa
Coisas da alma e da vida em confusão,
Nesta mistura atribulada e calma
Em que não sei se durmo ou não.
Sou dois seres e duas consciências
Como dois homens indo braço-dado.
Sonolento revolvo omnisciências,
Turbulentamente estagnado.
Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.
Disperto. Enfim: sou um, na realidade.
Espreguiço-me. Estou bem... Porquê depois,
De quê, esta vaga saudade?
Fernando Pessoa
Lampejos
É... eu sei, pode ser indescritível,
o fato é que eu estava bem ali,
e como a lâmpada impressa nos gibis,
lampejos de coisa alguma,
interessantes só pra mim...
Bom, é o ácido,
eu estaria me deterrendo,
mas nada aconteceu...faíscas.
Eu só vi o que era mais que claro,
mas que maneira inefável de ver,
de sentir.
Eu me vi, ridícula,
com espasmos de lucidez,
de loucura,
de sei lá o quê,
o silêncio era céu e estrela...
e as pessoas eram noite,
só eu me fiz dia,
iluminei minha volta,
vi a luz que emanava de tudo.
Do teu rosto refletido em minha memória
poética,
sim, quanta poesia...
clara, límpida...
mas também insondável,
na devida profundidade de inferno e mar...
de quase poder apalpar lua cheia, Três Marias,
não, o Cruzeiro do Sul é ali...
é, isso mesmo uma cruz.
Eu entranhada em mim,
em tudo.
Com a certeza de entender
o não entendido.
E agora tentaria descrever
e dito,
que em verdade
eu nem sei bem o que
de fato foi...
o fato é que eu estava bem ali,
e como a lâmpada impressa nos gibis,
lampejos de coisa alguma,
interessantes só pra mim...
Bom, é o ácido,
eu estaria me deterrendo,
mas nada aconteceu...faíscas.
Eu só vi o que era mais que claro,
mas que maneira inefável de ver,
de sentir.
Eu me vi, ridícula,
com espasmos de lucidez,
de loucura,
de sei lá o quê,
o silêncio era céu e estrela...
e as pessoas eram noite,
só eu me fiz dia,
iluminei minha volta,
vi a luz que emanava de tudo.
Do teu rosto refletido em minha memória
poética,
sim, quanta poesia...
clara, límpida...
mas também insondável,
na devida profundidade de inferno e mar...
de quase poder apalpar lua cheia, Três Marias,
não, o Cruzeiro do Sul é ali...
é, isso mesmo uma cruz.
Eu entranhada em mim,
em tudo.
Com a certeza de entender
o não entendido.
E agora tentaria descrever
e dito,
que em verdade
eu nem sei bem o que
de fato foi...
quarta-feira, janeiro 03, 2007
Às vezes...

Às vezes,
Vida me parece...
Cinza, desbotada,
Onde andam as cores?
Um tal de arco-íris...
Tudo tão confuso,
Parece um acidente,
Uma explosão...
pensamentos correm, colidem,
Não se entendem.
Estou sob ameaça purpúrea,
Tu derramarás comigo como água entornada,
Selaremos o silêncio.
Não há respostas,
Sobram desejos...
Vida misteriosa,
Momentos abstratos,
Respostas que não respondem...
Azar, sorte, devaneios...
Estou atada...
Tudo poderia ser...
Uma aventura,
Um caso, uma desventura,
Não foi!
Quero ver-te, razão e amor como duas asas gêmeas.
Se puderes falar,
Se puderes ouvir,
Sinta, ao menos...
Veja...
Quem sabe?
Este sentimento,
Não me deixa pensar,
Quem te ensinou os passos que até mim te levaram?
Não consigo apagar o ardor,
Alguns tolos tentam.
Muito longe,
Extremamente perto,
É tão patético...
Me faça entender,
Onde nossa covardia vai nos levar?
A lugar nenhum,
Divididos serão os pesares:
A alma dará um golpe de vento,
Faminta buscando-te,
buscando teu coração e teu riso resvalado.
Você pode me ouvir?
Sentir meu toque?
Vamos pular,
Vamos viver,
Cantar...
Falo da fome de tua boca,
De tua voz, de teu pêlo,
pelas ruas vou sem nutrir-me, calada...
Não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra,
busco o som líquido de teus pés no dia.
Não deixemos a ilusão chegar...
Não poderás me esquecer,
Nem deverá tentar.
Vivemos e sonhamos o dia que...
Vida pura brotará.
Você faz parte do meu ser,
Eu faço parte de você.
Somos um só.
Amantes...
presentes, ausentes, longe, divinamente perto.
Como negar...
É mais forte que a esplêndida razão, demônio claro.
Mais alegre, colorido,
Vida plena, teu desejo mais profundo...
Aquele que não consegue disfarçar.
Então assim se construiu a tranparência.
Neste momento penso em você...
Sinta,
Você é meu anjo,
Não saia voando, venha me ter...
O outro

Certa vez, alguém, perguntou-me quem era o outro. Fácil de responder, diria prontamente se não tivesse parado para pensar... Em tese, o outro seria todo aquele que não sou eu. Métrica simetria ortográfica que não permite dúvidas.
Talvez, apenas uma... Quem sou eu, afinal?
Obviamente sonho em ser único, diferente de todos, especialmente de mim mesma... Mas não consigo! Podemos apresentar lampejos de criatividade...
Sentimo-nos como se fossemos verdadeiramente fazer a diferença...Não por muito tempo;
não por toda a vida, apenas e tão somente por momentos especiais, onde os sentimentos apresentam-se com a força dos Deuses do Olimpo, como Anjos caídos que fazem questão de levantar na euforia de provar momento singular, imperfeito e finito, sem travas e retoques.
Chego perto deste momento quando estou apaixonada, febril, praticamente em cólera por alguém, que em geral não posso ter... Lembro dos outros, pois geralmente o empecilho para ter a pessoa amada, costuma invariavelmente ser o outro.
Talvez não exista o outro, muito menos o eu. É tudo uma brincadeira de mal gosto, feita por alguém diferente de nós. Ou mais provavelmente o eu tenha sido absolvido pelo "nós" que dita o que vários "eus" acreditam, de alguma maneira ser o certo.
Eu, outro, nós certos e errados, somos emaranhados que tentamos desembaraçar, na esperança de achar, o que de fato nos remete aos significados da vida, que pode e deve perdurar, apenas enquanto emaranhados puderem continuar.
Somos a ânsia do afogado misturado ao fraco desbotado dos dentes amarelados do monge enclausurado. De toda forma não faz sentido, pois, ser é único na alma de quem sente, individualmente o que foi padronizado pelo outro que não pode apresentar-se por não existir.
Somos a mais bela confusa criatura que ousou existir...Não nos explicamos por achar uma tarefa demasiada difícil; mas cobramos que todos se expliquem.
Devaneios, surtos, ataques de nervos... Por não poder ser eu que o outro desaprova sob a luz da lareira na sala do Diabo que aquece o inferno da nossa própria consciência vil e profana dos belos sonhos arcanjos que harpas parecem tocar...
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