
Às vezes,
Vida me parece...
Cinza, desbotada,
Onde andam as cores?
Um tal de arco-íris...
Tudo tão confuso,
Parece um acidente,
Uma explosão...
pensamentos correm, colidem,
Não se entendem.
Estou sob ameaça purpúrea,
Tu derramarás comigo como água entornada,
Selaremos o silêncio.
Não há respostas,
Sobram desejos...
Vida misteriosa,
Momentos abstratos,
Respostas que não respondem...
Azar, sorte, devaneios...
Estou atada...
Tudo poderia ser...
Uma aventura,
Um caso, uma desventura,
Não foi!
Quero ver-te, razão e amor como duas asas gêmeas.
Se puderes falar,
Se puderes ouvir,
Sinta, ao menos...
Veja...
Quem sabe?
Este sentimento,
Não me deixa pensar,
Quem te ensinou os passos que até mim te levaram?
Não consigo apagar o ardor,
Alguns tolos tentam.
Muito longe,
Extremamente perto,
É tão patético...
Me faça entender,
Onde nossa covardia vai nos levar?
A lugar nenhum,
Divididos serão os pesares:
A alma dará um golpe de vento,
Faminta buscando-te,
buscando teu coração e teu riso resvalado.
Você pode me ouvir?
Sentir meu toque?
Vamos pular,
Vamos viver,
Cantar...
Falo da fome de tua boca,
De tua voz, de teu pêlo,
pelas ruas vou sem nutrir-me, calada...
Não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra,
busco o som líquido de teus pés no dia.
Não deixemos a ilusão chegar...
Não poderás me esquecer,
Nem deverá tentar.
Vivemos e sonhamos o dia que...
Vida pura brotará.
Você faz parte do meu ser,
Eu faço parte de você.
Somos um só.
Amantes...
presentes, ausentes, longe, divinamente perto.
Como negar...
É mais forte que a esplêndida razão, demônio claro.
Mais alegre, colorido,
Vida plena, teu desejo mais profundo...
Aquele que não consegue disfarçar.
Então assim se construiu a tranparência.
Neste momento penso em você...
Sinta,
Você é meu anjo,
Não saia voando, venha me ter...