Merleau-Ponty considera nossa coexistência encorporada com outros, é um dos mais originais e importantes elementos em sua fenomenologia. Tendo em conta como uma resposta, mas não uma contestação para a questão de outras mentes, não uma solução como dissolução para o que Merleau-Ponty acredita como um problema não genuíno. Para o problema de outras mentes, toma como garantia uma distinção entre mente e corpo que não ecoa em nossa mais básica experiência de nós próprios e outros. Merleau-Ponty antes disso rejeita a teoria de Husserl sobre a "percepção analógica" , segundo a qual estou consciente dos outros como seres conscientes, graças a um emparelhamento associado com minha própria consciência de mim mesmo como "unidade psicofísica", ou composição mente-corpo. Ele também rejeita a explicação polarizada de Sartre de que os outros com um olhar não objetivado fixam-me como um objeto, para isso têm em conta habitar arbitrariamente numa dramática cena de conflito e suspeita, meu encontro com o outro numa subjetividade estranha apresentando defronte de mim, em contraste com nossa mais experiência mundana de outros, simplesmente estão conosco num mundo compartilhado.
Merleau-POnty em sua própria descrição fenomenológica de nossa experiência de outros, numa extensão de sua explicação do esquema corporal e intencionalidade motora. Outros são para mim não visíveis objetos nem invisíveis sujeitos, nem corpos materiais ou mentes imateriais. De fato, eles não estão presentes para mim como alvos da observação ou julgamento como um todo, mas como pessoas, agentes encorporados, eu imediatamente e involuntariamente identifico em minhas próprias sensibilidades e comportamentos. Faço a inferência da existência de outras mentes a partir de observações de seus corpos; isto não é uma "analogia" sobre tudo entre mim e eles, pois eles são tão diretamente e inegavelmente presente para mim como meu próprio corpo é, embora, é claro, de uma modo diferente. Somente em circunstâncias problemáticas devo colocar eu mesmo em suas posições, pensando sobre suas perspectivas sobre as coisas, seus pensamentos, seus sentimentos. Mesmo adultos, nós somos no fundo como crianças, para quem pessoas são totalmente simplesmente "cabeças vazias" abertas para o mesmo mundo.
Embora, salvo insanidade, os outros - de fato, não podem- constituir um genuíno problema epistemológico, eles são no entanto, sempre mais ou menos, como uma fonte de perturbação prática, ética e política. Outros não são um problema, mas são problemas. A razão para isso é que a nossa perspectiva sobre nós mesmos e sobre eles é essencialmente assimétrica: obviamente, mas profundamente, eu sou o único eu. Como os deuses do politeísmo, nós encontramos a pluralidade de eus soberanos perpetuamente enigmática e desestabilizadora.
Taylor Carman.