domingo, dezembro 07, 2014

XV
        
         Para poder morrer
         Guardo insultos e agulhas
         Entre as sedas do luto.

         Para poder morrer
         Desarmo as armadilhas
         Me estendo entre as paredes
         Derruídas.

         Para poder morrer
         Visto as cambraias
         E apascento os olhos
         Para novas vidas.

         Para poder morrer apetecida
 
Me cubro de promessas
Da memória.

Porque assim é preciso
Para que tu vivas.

Hilda Hilst