Em ruas distantes que andastes,
continuam ali as portas e janelas que então
olhavas. Os que ouviram casualmente teu passo
haviam todavia muros que te escondiam
agora, pouco a pouco, em tua mente, apagados.
Pelas noites, há vezes, os que foram amigos
teus, bebem e riem nos bares.
De vez em quando, eles convidam sem querer-te;
as gargalhadas ficam convertidas em um
olhar no escuro, raro, vago e distante.
Um que já não és, sombra de ti, se formam
com escombros de imagens que guardas
em turvo lugar na memória,
incoerentes pedaços do que foi, troféus...
das batalhas entre amor e esquecimento.