segunda-feira, dezembro 18, 2006

Ausente

Em ruas distantes que andastes,

continuam ali as portas e janelas que então

olhavas. Os que ouviram casualmente teu passo

haviam todavia muros que te escondiam

agora, pouco a pouco, em tua mente, apagados.

Pelas noites, há vezes, os que foram amigos

teus, bebem e riem nos bares.

De vez em quando, eles convidam sem querer-te;

as gargalhadas ficam convertidas em um

olhar no escuro, raro, vago e distante.


Um que já não és, sombra de ti, se formam

com escombros de imagens que guardas

em turvo lugar na memória,

incoerentes pedaços do que foi, troféus...

das batalhas entre amor e esquecimento.