terça-feira, dezembro 12, 2006

Para "tu"..

A lareira era você,
e assim percorria o fogo de tua
forma beijando-te...
sim, chovia e estava frio...
eu, alma frágil te procuraria onde agora?
Minhas memórias circulantes?
meus vícios, poemas de Álvaro Campos,
e a voz eloqüente ao fundo?
onde estaria agora?
onde eu estaria agora?
retalhos expostos e devorados no varejo,
nessa vitrina de imbecilidades,
fugindo... eu te encontro,
falando e cantando, como pode ser assim?
Cinzas espalhadas, respingos não falam de mim...
Enquanto ias comigo te toquei,
te amei sem que eu o soubesse, e busquei tua memória.
Entreguei-te minha nudez e muito mais espesso
foi o que eu te dei.
Além de nomes...discursos e declarações.
Sim, também acordei triste,
longe da perseverança dos pingüins.