Eu nunca sei quando as estórias acabam. Por isso sempre
fico preso entre uma e outra, ou entre nenhuma e nenhuma
outra; entre um recomeço sem fim e um fim sem término.
Talvez por ser mais espectador, ou coadjuvante, do que
protagonista da minha vida, tenha essa enfermidade de
não dar conta de quando baixa o pano.
As luzes apagam, o público sai, os colegas limpam a
maquiagem e eu continuo lá: com a fala na cabeça, o
texto decorado, aguardando a deixa.
A deixa que nunca vem.
Sempre tive medo das coisas e das pessoas. Um pavor e
uma falta de fé. Talvez por isso eu tenha criado minha
própria companhia teatral, onde sou diretor; contra-
regra; atores e público.
Enceno só para mim uma tragicomédia.
A realidade me faz tão mal e me deixa tão fraco que
fico, no fundo do palco, muitas vezes, a sussurrar o
texto a mim mesmo.
Às vezes não ouço.
Quase sempre não ouço, porque sussurro baixo e minha voz
é trêmula...
O público não entende a peça, logo, não aplaude. Eu,
furioso, demito a todos: ao autor; ao diretor; aos
atores...
Expulso o público do teatro e ateio fogo a tudo.
E ali dentro fico eu, junto às cortinas e aos holofotes,
incandescentes; queimando, queimando, queimando...
Alejandro da Costa Carriles
sexta-feira, dezembro 29, 2006
Passei a noite toda, sem dormir...
Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distracção animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.
Alberto Caeiro
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distracção animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.
Alberto Caeiro
quinta-feira, dezembro 28, 2006
Momento de entropia...
Estale todos os dedos,
escute todas as canções,
olhe mais uma vez pela janela,
e em todas as direções,
não se perca mais uma vez.
Agitação de coisas nenhumas,
coisas que são umas coisas,
tão boas que, não querem o fim.
coisas que são só coisas,
e eu nem sei pelas ruas que eu passei.
Hoje, que é 29...
é um dia de fato,
ah...
que leveza insustentável nessa noite...
Esmagaram-me com o peso de tudo
que eu não gostaria que fosse.
Puxa, até a minha indiferença hoje pesa...
A grande leveza me pesa...
mas vai passar, eu sei...
eu vou pro mato,
serra, cachoeira...
...
repouso,
sol,
novo ano,
não...
eu tinha que ter lavado minhas roupas,
respingos aqui...
não...
tá eu quis lembrar...
ah que importa?
são tantas coisas,
eu não sei de nada.
Nenhuma certeza.
Aspirações lúcidas ou não,
falta a razão,
ah que me importa...
venha o que vier,
traga me cor,
metafísica, o que for.
Façamos o que desejamos, o que vier a frente.
O que for consagrado
ou deixado no abandondo,
será.
E é possível ser o que não se espera,
fazer o que não queira,
acordar desprezível,
e se não ficasse sempre existindo,
esperando.
ah que me importa,
sejamos ignorantes
e deixaremos o que?
ah...
dê-me ânimo!
pois eu,
eu não sei de nada...
Agora sim,
percebi o tamanho da tormenta...
não é nada interessante.
E eu agora só preciso esquecer,
e ruim é não fazer, não ser,
como deveria...
Sem justificações para nada,
volta pra cama, vai.
Talvez, acorde mais disposta.
escute todas as canções,
olhe mais uma vez pela janela,
e em todas as direções,
não se perca mais uma vez.
Agitação de coisas nenhumas,
coisas que são umas coisas,
tão boas que, não querem o fim.
coisas que são só coisas,
e eu nem sei pelas ruas que eu passei.
Hoje, que é 29...
é um dia de fato,
ah...
que leveza insustentável nessa noite...
Esmagaram-me com o peso de tudo
que eu não gostaria que fosse.
Puxa, até a minha indiferença hoje pesa...
A grande leveza me pesa...
mas vai passar, eu sei...
eu vou pro mato,
serra, cachoeira...
...
repouso,
sol,
novo ano,
não...
eu tinha que ter lavado minhas roupas,
respingos aqui...
não...
tá eu quis lembrar...
ah que importa?
são tantas coisas,
eu não sei de nada.
Nenhuma certeza.
Aspirações lúcidas ou não,
falta a razão,
ah que me importa...
venha o que vier,
traga me cor,
metafísica, o que for.
Façamos o que desejamos, o que vier a frente.
O que for consagrado
ou deixado no abandondo,
será.
E é possível ser o que não se espera,
fazer o que não queira,
acordar desprezível,
e se não ficasse sempre existindo,
esperando.
ah que me importa,
sejamos ignorantes
e deixaremos o que?
ah...
dê-me ânimo!
pois eu,
eu não sei de nada...
Agora sim,
percebi o tamanho da tormenta...
não é nada interessante.
E eu agora só preciso esquecer,
e ruim é não fazer, não ser,
como deveria...
Sem justificações para nada,
volta pra cama, vai.
Talvez, acorde mais disposta.
Noite que finda.
O dia de ontem acabou,
Deixemos a aurora invadir...
Alguma coisa esquecida ficou,
Se ao menos tivesse disposto a sentir
Realmente o silêncio que restou...
Confusões, refletem para perturbar,
Confusões, refletem para perturbar,
Tudo o que pode ser medido e desfeito,
Meneando a cabeça mirando pro ar,
Profundo, divinamente dentro do peito
Foi o que eu pensei, desejei projetar.
Negarás sempre, inflamado e ocioso,
Negarás sempre, inflamado e ocioso,
Cuspindo toda imundicíe provinda
De alvoroço em fim de noite, sobressalto duvidoso,
Memórias circulantes, sabe se ainda
Bom é querer-te em cada noite que finda.
S.A
O que há em mim é sobretudo cansaço
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos
Não, não é cansaço...
Não, não é cansaço...
Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Álvaro de Campos
Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Álvaro de Campos
Aprendendo sobre demônios...
Demônio
E se um dia um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse:" Esta vida, assim como a vives e sempre viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes, não haverá nela nada de novo!
Cada dor, cada pensamento, tudo que há de pequeno em tua vida há de retornar. Tudo, na mesma ordem e sequência. E, do mesmo modo, esse instante e eu próprio: o demônio.
O eterno relógio da existência reiniciará outra vez a contagem do seu tempo, e do tempo das tuas desgraças.
Não te lançarias ao chão rangendo os dentes e amaldiçoando o demônio?
Não, não. Responderias medrosamente que nunca te disseram algo mais divino. Diga, nunca te disseram algo mais divino?
Mentirias que queres para sempre a tua própria desgraça? Vê bem, se disseres que sim, estarás apenas piorando a eternidade.
Nietzsche
Interpretação de Antônio Abujamra
E se um dia um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse:" Esta vida, assim como a vives e sempre viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes, não haverá nela nada de novo!
Cada dor, cada pensamento, tudo que há de pequeno em tua vida há de retornar. Tudo, na mesma ordem e sequência. E, do mesmo modo, esse instante e eu próprio: o demônio.
O eterno relógio da existência reiniciará outra vez a contagem do seu tempo, e do tempo das tuas desgraças.
Não te lançarias ao chão rangendo os dentes e amaldiçoando o demônio?
Não, não. Responderias medrosamente que nunca te disseram algo mais divino. Diga, nunca te disseram algo mais divino?
Mentirias que queres para sempre a tua própria desgraça? Vê bem, se disseres que sim, estarás apenas piorando a eternidade.
Nietzsche
Interpretação de Antônio Abujamra
quarta-feira, dezembro 27, 2006
Alvoroço
O que eu devo fazer com
todas essas bobagens?
idiotices..
estou perplexa e dividida..
indesculpavelmente com toda
sujidade...
acabo de golfar-te...
desembucho-me de ti.
Vejo-o agora
opaco,
alheio...
indefinido...
partindo para o impossível,
"insuportable" e melindroso,
Num desprezo sem lágrimas...
irrompendo irascível,
e agora, onde está o verbo?
Separado de minhas entranhas
de que me valem?
Meu coração é carne
que não se deduz pela razão...
ou proposita algo...
Circunlóquio inconsiso,
impreciso,
somente...
Deslumbramento desconfortável,
inquieta estupidez
realidade reles de querer-te,
de não querer o querer-te...
Na saída fugaz dos pensamentos,
e especulações.
Apática à todo ideal que padece,
esquivando-me
numa ardente aspiração,
acabo em amar-te e odiar-te...
Talvez tenha existido apenas e não
incorre em nada besuntar-me com jorra
em meio à tua podridão.
Expectorar-te
lançar-te do meu peito, escarrar...
Aqui estão teus detritos esbulhados,
vacilantes não passaram em surdina;
torpe,
horrendo e disconforme.
Impregnando-me com suas
polvilhadas de enxofre,
Vagas mentiras,
versos que morrem
piando no buraco da agulha,
com expectatativas de fogo à pólvora.
Coibindo o peso de minhas pálpebras
tornando-me indolente
eriçando...
Arranhando-me a garganta,
náusea e mal-estar
um de frente o outro.
somente um gosto amargo na boca, fel..
Irreal
...
bem na hora!
as expectativas mudam,
vão pra longe,
me afastam do inferno...
e de Álvaro de Campos,
e nada mais é..
que espanto nauseabundo,
proferindo com violência
latejantes dores no estômago,
agora entretidas pela inquietação do vício,
da embriaguez adormentada,
e saltando com ímpeto
junto à pressa sem direção
uma volta no quarteirão,
nada mais que um edifício no centro,
vendo a chuva afilada,
que cai do ar na madrugada em desalento,
que se apaga,
que desprende...
Num desfecho desagradável...
com mosaico na calçada,
estranhos e dois semáforos,
siga e pare!
Cigarros,
que não me valeram de nada...
luzes que agora estão apagadas
na qualidade do que resta de real
e límpido,
transluzindo o que efetivamente
é.
todas essas bobagens?
idiotices..
estou perplexa e dividida..
indesculpavelmente com toda
sujidade...
acabo de golfar-te...
desembucho-me de ti.
Vejo-o agora
opaco,
alheio...
indefinido...
partindo para o impossível,
"insuportable" e melindroso,
Num desprezo sem lágrimas...
irrompendo irascível,
e agora, onde está o verbo?
Separado de minhas entranhas
de que me valem?
Meu coração é carne
que não se deduz pela razão...
ou proposita algo...
Circunlóquio inconsiso,
impreciso,
somente...
Deslumbramento desconfortável,
inquieta estupidez
realidade reles de querer-te,
de não querer o querer-te...
Na saída fugaz dos pensamentos,
e especulações.
Apática à todo ideal que padece,
esquivando-me
numa ardente aspiração,
acabo em amar-te e odiar-te...
Talvez tenha existido apenas e não
incorre em nada besuntar-me com jorra
em meio à tua podridão.
Expectorar-te
lançar-te do meu peito, escarrar...
Aqui estão teus detritos esbulhados,
vacilantes não passaram em surdina;
torpe,
horrendo e disconforme.
Impregnando-me com suas
polvilhadas de enxofre,
Vagas mentiras,
versos que morrem
piando no buraco da agulha,
com expectatativas de fogo à pólvora.
Coibindo o peso de minhas pálpebras
tornando-me indolente
eriçando...
Arranhando-me a garganta,
náusea e mal-estar
um de frente o outro.
somente um gosto amargo na boca, fel..
Irreal
...
bem na hora!
as expectativas mudam,
vão pra longe,
me afastam do inferno...
e de Álvaro de Campos,
e nada mais é..
que espanto nauseabundo,
proferindo com violência
latejantes dores no estômago,
agora entretidas pela inquietação do vício,
da embriaguez adormentada,
e saltando com ímpeto
junto à pressa sem direção
uma volta no quarteirão,
nada mais que um edifício no centro,
vendo a chuva afilada,
que cai do ar na madrugada em desalento,
que se apaga,
que desprende...
Num desfecho desagradável...
com mosaico na calçada,
estranhos e dois semáforos,
siga e pare!
Cigarros,
que não me valeram de nada...
luzes que agora estão apagadas
na qualidade do que resta de real
e límpido,
transluzindo o que efetivamente
é.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
Tirando os olhos de mim...
Eu poderia escrever um poema,
algumas bobagens e filosofar precariamente
num fim de tarde natalino...
logo, lembro advertindo-me
diante à mesa farta de comilanças,
sobre minhas vãs filosofias...
ah! família...
sim, não há nada tão óbvio e também propício...
família X Natal,
que tal a nossa?
e mesmo que pareça piegas,
cada qual com seus "probleminhas".
Lembrei-me de você;
assustada com o nível do seu colesterol...
preocupa-me tudo isso,
agora estou preocupada até com suas preocupações atuais,
tuas...somente;
do alcoolismo e tabagismo, meu...
e do caçula mimado...exageradamente
frizado por você...
É mais um natal... e eu escrevo à lápis,
coisas que logo serão esquecidas até o próximo,
(como já foi o gosto amargo de meu mousse de limão!)
É bem verdade que não cuidamos de nós mesmos
como deveríamos e,
estamos cientes das grandes diferenças
entre vícios e virtudes.
Estamos falindo temporariamente,
não é nada permanente.
como também não o é, teu colesterol.
Invariavelmente o natal acaba,
o dia de...
E a esperança, (sebe se lá, é essa palavra mesmo),
não se encontra somente na Vitória,
na linda Vitória prematura.
Está conosco, mesmo que pareçamos indiferentes à
construção de filhos desta terra, mesmo que nos
digam o que fazer
com esse monte de coisas a fazer,
limitadas num tempo previsto e imprevisto,
num espaço contínuo,
circunferência vivida
é a vida.
É cada filho teu,
parte de tua visão,
não sinta-se ferida por não poder prever,
os nossos caminhos...
não se pode prever o imprevisível.
Estamos todos somente andando,
para no fim chegarmos,
talvez,
donde partimos ou
a lugar nenhum...
Portanto, andaremos atentos,
(incluso ao nível do colesterol..),
conscientes da volta
do contorno e o circuito;
dos arrabaldes visitados..
do ir e vir,
das ésferas,
das rodas,
do nascer ao morrer,
dos amores,
"de uma estação à outra",
de nada,
de só dormir e sonhar ou não...
sonhar acordado...
da hora,
da volta...
Cada passo, é um...
Cuide-se, cuidaremos de..?
(de não nos cuidar!)
Os seus passos, os nossos passos.
Sâmara
algumas bobagens e filosofar precariamente
num fim de tarde natalino...
logo, lembro advertindo-me
diante à mesa farta de comilanças,
sobre minhas vãs filosofias...
ah! família...
sim, não há nada tão óbvio e também propício...
família X Natal,
que tal a nossa?
e mesmo que pareça piegas,
cada qual com seus "probleminhas".
Lembrei-me de você;
assustada com o nível do seu colesterol...
preocupa-me tudo isso,
agora estou preocupada até com suas preocupações atuais,
tuas...somente;
do alcoolismo e tabagismo, meu...
e do caçula mimado...exageradamente
frizado por você...
É mais um natal... e eu escrevo à lápis,
coisas que logo serão esquecidas até o próximo,
(como já foi o gosto amargo de meu mousse de limão!)
É bem verdade que não cuidamos de nós mesmos
como deveríamos e,
estamos cientes das grandes diferenças
entre vícios e virtudes.
Estamos falindo temporariamente,
não é nada permanente.
como também não o é, teu colesterol.
Invariavelmente o natal acaba,
o dia de...
E a esperança, (sebe se lá, é essa palavra mesmo),
não se encontra somente na Vitória,
na linda Vitória prematura.
Está conosco, mesmo que pareçamos indiferentes à
construção de filhos desta terra, mesmo que nos
digam o que fazer
com esse monte de coisas a fazer,
limitadas num tempo previsto e imprevisto,
num espaço contínuo,
circunferência vivida
é a vida.
É cada filho teu,
parte de tua visão,
não sinta-se ferida por não poder prever,
os nossos caminhos...
não se pode prever o imprevisível.
Estamos todos somente andando,
para no fim chegarmos,
talvez,
donde partimos ou
a lugar nenhum...
Portanto, andaremos atentos,
(incluso ao nível do colesterol..),
conscientes da volta
do contorno e o circuito;
dos arrabaldes visitados..
do ir e vir,
das ésferas,
das rodas,
do nascer ao morrer,
dos amores,
"de uma estação à outra",
de nada,
de só dormir e sonhar ou não...
sonhar acordado...
da hora,
da volta...
Cada passo, é um...
Cuide-se, cuidaremos de..?
(de não nos cuidar!)
Os seus passos, os nossos passos.
Sâmara
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Vida Corriente
La misma luz del sol el mismo sol y el mismo desayuno
—recuelo tibio y pan duro de recoleta—
el mismo beso y el mismo sombrero.
El periódico y siempre paralela
la calle a lado y lado su lectura
mismas letras igual nomenclatura
marcha del hambre sobre el capitolio
gobierno de los mismos misma guerra
siempre hacia el paredón o hacia el telonio.
Y el carro colectivo y su destino
de alfoz a plaza en alternada meta
a la misma hora con la misma gente
en la esquina de siempre pero siempre
fatal itinerario y rauda suerte
la misma ruta la misma rutina
alguien viene de lejos y aún le queda
alguien apenas entra ya se apea
alguien se baja acá y alguien avanza
alguien de pie adelante atrás sentado
alegre triste distraído humilde
estrecho holgado libre perseguido
a éste dónde lo he visto qué más vale
uno habla dos replican ella otea
yo en silencio tú sueñas él dormita
soledad recordando compañías
Juan rozagante Pedro deslardado
pobre al trabajo rico a su mercado
un hombre una mujer una familia
viejos al parque niños a la escuela
ruanas y diores chompas prendedores
ajos y gasolina anís espliego
no se puede fumar apague el fuego
una mano en bolsillo equivocado
calderón calderilla tango roto
tocata en Bach y fuga de Gorgona
y moto con andante moderato
una limosna una canción protesta
el agente y el árbol cuánto falta
déjeme por favor perdón señora
el seguro de muerte en la cabrilla
cómo no te había visto adiós y ciao
de dónde viene aunque subió en la esquina
adónde va aunque vaya aquí conmigo
tan pronto como estamos ya no estamos
es que la vida es este bus corriendo
que de pronto paró y hemos llegado.
RogelioEchavarría (1926- )
—recuelo tibio y pan duro de recoleta—
el mismo beso y el mismo sombrero.
El periódico y siempre paralela
la calle a lado y lado su lectura
mismas letras igual nomenclatura
marcha del hambre sobre el capitolio
gobierno de los mismos misma guerra
siempre hacia el paredón o hacia el telonio.
Y el carro colectivo y su destino
de alfoz a plaza en alternada meta
a la misma hora con la misma gente
en la esquina de siempre pero siempre
fatal itinerario y rauda suerte
la misma ruta la misma rutina
alguien viene de lejos y aún le queda
alguien apenas entra ya se apea
alguien se baja acá y alguien avanza
alguien de pie adelante atrás sentado
alegre triste distraído humilde
estrecho holgado libre perseguido
a éste dónde lo he visto qué más vale
uno habla dos replican ella otea
yo en silencio tú sueñas él dormita
soledad recordando compañías
Juan rozagante Pedro deslardado
pobre al trabajo rico a su mercado
un hombre una mujer una familia
viejos al parque niños a la escuela
ruanas y diores chompas prendedores
ajos y gasolina anís espliego
no se puede fumar apague el fuego
una mano en bolsillo equivocado
calderón calderilla tango roto
tocata en Bach y fuga de Gorgona
y moto con andante moderato
una limosna una canción protesta
el agente y el árbol cuánto falta
déjeme por favor perdón señora
el seguro de muerte en la cabrilla
cómo no te había visto adiós y ciao
de dónde viene aunque subió en la esquina
adónde va aunque vaya aquí conmigo
tan pronto como estamos ya no estamos
es que la vida es este bus corriendo
que de pronto paró y hemos llegado.
RogelioEchavarría (1926- )
Algum espasmo
Sem graça,
vazia
noite
onde não se viveu nada
só fez morrer
expectativas
ganhos ou saldos de vida
perdas
ou ganhos.
Dados jogados à meia-luz
frases ditas
frases não ditas
e depois
a demora
a tardança
o querer contínuo
taciturno
drogado
vamos lá, rápido!
enojado
torturado
arrependido
amargurado
revoltado
talvez
nuvem
já é de manhã
evidente
passou
e brando
a brisa
acalma
dá aliento
folêgo
sono
sono
sono
ternura
torcicolo de novo
facilitasse as coisas,
complicado isso...
que correria não?
agora vamos devagar...
que grande ilusão não é tudo isso?
lembranças de uma ilha...
do riso,
da viagem...
meu deslumbramento
o meu querer em ti
o meu desprender-me de ti...
o meu escurecer ao longe
da chama acesa daquela frágil vela.
vazia
noite
onde não se viveu nada
só fez morrer
expectativas
ganhos ou saldos de vida
perdas
ou ganhos.
Dados jogados à meia-luz
frases ditas
frases não ditas
e depois
a demora
a tardança
o querer contínuo
taciturno
drogado
vamos lá, rápido!
enojado
torturado
arrependido
amargurado
revoltado
talvez
nuvem
já é de manhã
evidente
passou
e brando
a brisa
acalma
dá aliento
folêgo
sono
sono
sono
ternura
torcicolo de novo
facilitasse as coisas,
complicado isso...
que correria não?
agora vamos devagar...
que grande ilusão não é tudo isso?
lembranças de uma ilha...
do riso,
da viagem...
meu deslumbramento
o meu querer em ti
o meu desprender-me de ti...
o meu escurecer ao longe
da chama acesa daquela frágil vela.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Ausente
Em ruas distantes que andastes,
continuam ali as portas e janelas que então
olhavas. Os que ouviram casualmente teu passo
haviam todavia muros que te escondiam
agora, pouco a pouco, em tua mente, apagados.
Pelas noites, há vezes, os que foram amigos
teus, bebem e riem nos bares.
De vez em quando, eles convidam sem querer-te;
as gargalhadas ficam convertidas em um
olhar no escuro, raro, vago e distante.
Um que já não és, sombra de ti, se formam
com escombros de imagens que guardas
em turvo lugar na memória,
incoerentes pedaços do que foi, troféus...
das batalhas entre amor e esquecimento.
continuam ali as portas e janelas que então
olhavas. Os que ouviram casualmente teu passo
haviam todavia muros que te escondiam
agora, pouco a pouco, em tua mente, apagados.
Pelas noites, há vezes, os que foram amigos
teus, bebem e riem nos bares.
De vez em quando, eles convidam sem querer-te;
as gargalhadas ficam convertidas em um
olhar no escuro, raro, vago e distante.
Um que já não és, sombra de ti, se formam
com escombros de imagens que guardas
em turvo lugar na memória,
incoerentes pedaços do que foi, troféus...
das batalhas entre amor e esquecimento.
Los lobos
Los lobos andan en parejas.
Azules en la noche, sus cuerpos
se extienden entre las sombras.
Son sólo dos lobos
pintados en el Museo de Ciencias Naturales
y yo siento gratitud al vidrio
que me resguarda de sus furias.
Los lobos son altos como yo,
aún más altos, y están colocados
al lado de las marmotas y de los conejos.
Los lobos se mueven en un paisaje nocturno,
y la nieve cubre los bosques
y el cielo está empapado de estrellas.
Hay algo que yo quiero preguntarles a los lobos,
y sin embargo no me atrevo.
Los lobos son todos dientes y furia.
Hay un vidrio que nos separa
y, de quererlo, ellos podrían devorarme
en un instante.
Yo también he andado en parejas
a través de una noche oscura.
Este es un rincón oscuro del Museo.
Este es el rincón de las confesiones y de los desvaríos.
Este es el rincón de los lobos.
Esta es la trampa letal al que anda sin guía.
El amor también es un lobo,
es un andar por un bosque oscuro,
es una noche peligrosa con promesas de estrellas.
Es tan sólo un vidrio que nos separa.
Es tan sólo un momento de indecisión
para romper el vidrio y tocar al lobo.
Azules en la noche, sus cuerpos
se extienden entre las sombras.
Son sólo dos lobos
pintados en el Museo de Ciencias Naturales
y yo siento gratitud al vidrio
que me resguarda de sus furias.
Los lobos son altos como yo,
aún más altos, y están colocados
al lado de las marmotas y de los conejos.
Los lobos se mueven en un paisaje nocturno,
y la nieve cubre los bosques
y el cielo está empapado de estrellas.
Hay algo que yo quiero preguntarles a los lobos,
y sin embargo no me atrevo.
Los lobos son todos dientes y furia.
Hay un vidrio que nos separa
y, de quererlo, ellos podrían devorarme
en un instante.
Yo también he andado en parejas
a través de una noche oscura.
Este es un rincón oscuro del Museo.
Este es el rincón de las confesiones y de los desvaríos.
Este es el rincón de los lobos.
Esta es la trampa letal al que anda sin guía.
El amor también es un lobo,
es un andar por un bosque oscuro,
es una noche peligrosa con promesas de estrellas.
Es tan sólo un vidrio que nos separa.
Es tan sólo un momento de indecisión
para romper el vidrio y tocar al lobo.
Jaime Manrique Ardila (1949)
domingo, dezembro 17, 2006
sábado, dezembro 16, 2006
Ich...tédio
Trabalhe em prol de sua própria causa.
Você passou toda a semana fazendo lindos planos,
imaginando,
esperando ter tempo para cuidar de suas coisas e agora fica aí,
com o controle remoto na mão,
zapeando todos os canais,
sem chegar nunca à sua estação.
Essas e outras armadilhas,
você só cai nelas porque quer...
Você passou toda a semana fazendo lindos planos,
imaginando,
esperando ter tempo para cuidar de suas coisas e agora fica aí,
com o controle remoto na mão,
zapeando todos os canais,
sem chegar nunca à sua estação.
Essas e outras armadilhas,
você só cai nelas porque quer...
sexta-feira, dezembro 15, 2006
to repeat,
repeat,
to repeat the same music...
"I've still got sand in my shoes
And I can't shake the thought of you
I should get on, forget you"...
e toda vez esqueço meu cigarro no cinzeiro...
I know you think that I shouldn't still love you,
I'll tell you that.
But if I didn't say it, well I'd still have felt it
where's the sense in that?
I promise I'm not trying to make your life harder
Or return to where we were...
And when we meet
Which I'm sure we will
All that was then,
Will be there still
I'm coming round to open the blinds...
I should get on, forget you
But why would I want to?
Anything else would've been confused but
I wanna see you again
And I can't shake the thought of you
I should get on, forget you
But why would I want to?
Anything else would've been confused but
I wanna see you again....
repeat,
to repeat the same music...
"I've still got sand in my shoes
And I can't shake the thought of you
I should get on, forget you"...
e toda vez esqueço meu cigarro no cinzeiro...
I know you think that I shouldn't still love you,
I'll tell you that.
But if I didn't say it, well I'd still have felt it
where's the sense in that?
I promise I'm not trying to make your life harder
Or return to where we were...
And when we meet
Which I'm sure we will
All that was then,
Will be there still
I'm coming round to open the blinds...
I should get on, forget you
But why would I want to?
Anything else would've been confused but
I wanna see you again
And I can't shake the thought of you
I should get on, forget you
But why would I want to?
Anything else would've been confused but
I wanna see you again....
I'm no angel - Dido
If you gave me just a coin
for every time we say goodbye ...
Well, I'd be rich beyond my dreams
I'm sorry for my weary life
I know I'm not perfect
but I can smile
And I hope that you see this heart
behind my tired eyes
If you tell me that
I can'tI will, I will, I'll try all night
And if I say I'm coming home
I'll probably be out all night
I know I can be afraid
but I'm alive
And I hope that you trust this heart
behind my tired eyes
'cause
I'm no angel, but please don't think that I won't try and try
I'm no angel, but does that mean that I can't live my life?
I'm no angel, but please don't think that I can't cry
I'm no angel, but does that mean that I won't fly?
I know I'm not around each night
and I know I always think I'm right
and I can believe that you might look around
'cause I'm no angel, but please don't think that I won't try and try
I'm no angel, but does that mean that I can't live my life?
I'm no angel, but please don't think that I can't cry
I'm no angel, but does that mean that I won't fly?
Dido
for every time we say goodbye ...
Well, I'd be rich beyond my dreams
I'm sorry for my weary life
I know I'm not perfect
but I can smile
And I hope that you see this heart
behind my tired eyes
If you tell me that
I can'tI will, I will, I'll try all night
And if I say I'm coming home
I'll probably be out all night
I know I can be afraid
but I'm alive
And I hope that you trust this heart
behind my tired eyes
'cause
I'm no angel, but please don't think that I won't try and try
I'm no angel, but does that mean that I can't live my life?
I'm no angel, but please don't think that I can't cry
I'm no angel, but does that mean that I won't fly?
I know I'm not around each night
and I know I always think I'm right
and I can believe that you might look around
'cause I'm no angel, but please don't think that I won't try and try
I'm no angel, but does that mean that I can't live my life?
I'm no angel, but please don't think that I can't cry
I'm no angel, but does that mean that I won't fly?
Dido
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Espasmo de loucura...
Joder!
é inútil olhar pra si mesmo,
ter consciência disso,
de si...
Como um idiota que tivesse consciência
que é idiota!
Onde fui que eu me perdi?
Já sei...
Dionísio!
insight...
É a dança, a leveza e a éféméridade,
de todas as coisas!
ótimo!
olvida-te.
E páre de esperar explosões emocionais,
esses seus ataques de paixonite...rídicula...
se atropelando com essas manifestações barulhentas.
Vamos manter os pratos da balança bem alinhados...
Sim, vamos dançar,
Mira...aqui se baila así!
traz mais um anestésico...
Brindemos a leveza...
a falta de esperança em coisa alguma,
é inútil olhar pra si mesmo,
ter consciência disso,
de si...
Como um idiota que tivesse consciência
que é idiota!
Onde fui que eu me perdi?
Já sei...
Dionísio!
insight...
É a dança, a leveza e a éféméridade,
de todas as coisas!
ótimo!
olvida-te.
E páre de esperar explosões emocionais,
esses seus ataques de paixonite...rídicula...
se atropelando com essas manifestações barulhentas.
Vamos manter os pratos da balança bem alinhados...
Sim, vamos dançar,
Mira...aqui se baila así!
traz mais um anestésico...
Brindemos a leveza...
a falta de esperança em coisa alguma,
não! não é esperança, a segunda das virtudes...
nem é espera,
sei lá o que é!
tá, eu sei que preferiria estar sozinha,
numa constante incógnita
andando do quarto pra cozinha...
e vice-versa.
Tá bom! eu sou flexível...
Vamos respirar a noite!
Eu vou, ver no que dá...
Vamos curtir no arco-íris!
Eu, junto a Pequena e Cheia de Graça!
Ficarei suspirando por minhas perdas a noite toda,
se não te importa?
Vamos...
tá, eu sei que preferiria estar sozinha,
numa constante incógnita
andando do quarto pra cozinha...
e vice-versa.
Tá bom! eu sou flexível...
Vamos respirar a noite!
Eu vou, ver no que dá...
Vamos curtir no arco-íris!
Eu, junto a Pequena e Cheia de Graça!
Ficarei suspirando por minhas perdas a noite toda,
se não te importa?
Vamos...
quarta-feira, dezembro 13, 2006
Insônia e noite derrogadas
Quanta coisa...
dois telefones, fumaça, café gelado, biscoito frito...que asia...
insônia, femproporex, omeprazol...
sem sono, sem sombra,
cortinas bem fechadas,
esmalte vermelho, cortinas...vermelho...
Noites com burriqueiros nos contaminam assim...
Coisas e lousas...
Meus olhos mentiram,
não adormecem e todavia não quero calar-me...
Inventando motivos para continuar.
Vá se acostar, que o tempo não está fixado,
e o equilíbrio talvez venha após o repouso.
já não adianta ficar a balbuciar;
desassido e fastidioso;
quem vai digerir essa porcaria?
náuseas...
vertigens.
Vivi muito hoje e o que ficou?
Foram mais algumas horas que não duraram,
simplesmente passaram...
uma noite em vão,
assuntos medíocres, pessoas medíocres...néscios insignificantes.
que me deixam assim,
olhando pra toda a bagunça a minha volta...
nada eloqüente pra dizer.
O efêmero abreviado,
o desprazer em consentir tacitamente;
ser indulgente;
deixar passar;
permitir;
desculpar;
suportar.
S.A
dois telefones, fumaça, café gelado, biscoito frito...que asia...
insônia, femproporex, omeprazol...
sem sono, sem sombra,
cortinas bem fechadas,
esmalte vermelho, cortinas...vermelho...
Noites com burriqueiros nos contaminam assim...
Coisas e lousas...
Meus olhos mentiram,
não adormecem e todavia não quero calar-me...
Inventando motivos para continuar.
Vá se acostar, que o tempo não está fixado,
e o equilíbrio talvez venha após o repouso.
já não adianta ficar a balbuciar;
desassido e fastidioso;
quem vai digerir essa porcaria?
náuseas...
vertigens.
Vivi muito hoje e o que ficou?
Foram mais algumas horas que não duraram,
simplesmente passaram...
uma noite em vão,
assuntos medíocres, pessoas medíocres...néscios insignificantes.
que me deixam assim,
olhando pra toda a bagunça a minha volta...
nada eloqüente pra dizer.
O efêmero abreviado,
o desprazer em consentir tacitamente;
ser indulgente;
deixar passar;
permitir;
desculpar;
suportar.
S.A
Poema em linha reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Fernando Pessoa
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Fernando Pessoa
terça-feira, dezembro 12, 2006
Autopsicografia
Autopsicografia
Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Para "tu"..
A lareira era você,
e assim percorria o fogo de tua
forma beijando-te...
sim, chovia e estava frio...
eu, alma frágil te procuraria onde agora?
Minhas memórias circulantes?
meus vícios, poemas de Álvaro Campos,
e a voz eloqüente ao fundo?
onde estaria agora?
onde eu estaria agora?
retalhos expostos e devorados no varejo,
nessa vitrina de imbecilidades,
fugindo... eu te encontro,
falando e cantando, como pode ser assim?
Cinzas espalhadas, respingos não falam de mim...
Enquanto ias comigo te toquei,
te amei sem que eu o soubesse, e busquei tua memória.
Entreguei-te minha nudez e muito mais espesso
foi o que eu te dei.
Além de nomes...discursos e declarações.
Sim, também acordei triste,
longe da perseverança dos pingüins.
e assim percorria o fogo de tua
forma beijando-te...
sim, chovia e estava frio...
eu, alma frágil te procuraria onde agora?
Minhas memórias circulantes?
meus vícios, poemas de Álvaro Campos,
e a voz eloqüente ao fundo?
onde estaria agora?
onde eu estaria agora?
retalhos expostos e devorados no varejo,
nessa vitrina de imbecilidades,
fugindo... eu te encontro,
falando e cantando, como pode ser assim?
Cinzas espalhadas, respingos não falam de mim...
Enquanto ias comigo te toquei,
te amei sem que eu o soubesse, e busquei tua memória.
Entreguei-te minha nudez e muito mais espesso
foi o que eu te dei.
Além de nomes...discursos e declarações.
Sim, também acordei triste,
longe da perseverança dos pingüins.
Do riso e do esquecimento...
Me propusera a falar de amor...
sim, eu iria começar a dizê-lo,
contemplar a amenização do tédio de rotina,
não se pode tê-la com a cabeça nas nuvens...
transportados
pelo que chamamos amor.
Eu, estalando os dedos para mudar de dimensão,
e ir habitar o mundo dos enamorados,
tolos e encharcados de engano,
num prazer que sempre morre.
Num vazio que estando vivo, não manifesta os sintomas próprios da vida.
Desenganos...
mais uma vez me faz calar,
bocejar,
enojar...disso, de tudo isso..
Fazer muita fumaça e não dar a mínima ao porvir,
afinal,
tudo cai no esquecimento,
e todas as alegrias e divertimentos se esgotam
na repetição.
Exausta vou perdendo minhas forças
para alcançar boa reputação...
de autorizar junto a ti metáforas num texto sem nexo,
poesia, metafísica e mentiras...
ilusões,
torno-me escrava de uma dívida que fiz ao espelho.
E agora esqueci, já são 4:20 e preciso dormir...
sim, eu iria começar a dizê-lo,
contemplar a amenização do tédio de rotina,
não se pode tê-la com a cabeça nas nuvens...
transportados
pelo que chamamos amor.
Eu, estalando os dedos para mudar de dimensão,
e ir habitar o mundo dos enamorados,
tolos e encharcados de engano,
num prazer que sempre morre.
Num vazio que estando vivo, não manifesta os sintomas próprios da vida.
Desenganos...
mais uma vez me faz calar,
bocejar,
enojar...disso, de tudo isso..
Fazer muita fumaça e não dar a mínima ao porvir,
afinal,
tudo cai no esquecimento,
e todas as alegrias e divertimentos se esgotam
na repetição.
Exausta vou perdendo minhas forças
para alcançar boa reputação...
de autorizar junto a ti metáforas num texto sem nexo,
poesia, metafísica e mentiras...
ilusões,
torno-me escrava de uma dívida que fiz ao espelho.
E agora esqueci, já são 4:20 e preciso dormir...
sábado, dezembro 09, 2006
O que é positivo em Nietzsche? - Por Paulo Ghiraldelli Jr.
Ao avaliar alguns passos da história da filosofia, o filósofo estadunidense Richard Rorty disse que ao final do século XIX jamais poderíamos imaginar que ao final do século XX os únicos dois filósofos daquela época que ainda apresentariam interesse ao público seriam Nietzsche e Frege. Penso que Rorty está certo. Atualmente, se alguém se dedica a fazer filosofia analítica, então ganha o direito de filosofar. Nesse caso, a base é a compreensão de Frege e a tradição da nova lógica e os problemas da filosofia da linguagem atual. Se alguém se recusa a isto, então resta se transformar em professor de história da filosofia ou, se quer continuar filósofo, pode seguir Nietzsche ou alguns daqueles que trilharam seus caminhos ou aderiram a posições também anunciadas por ele.
Mas, apesar de Nietzsche ainda ser um filósofo lido, será que ele é bem lido?
Deleuze dizia que não se poder ler Nietzsche sem rir. Rorty disse que rimos muito, sim, ao ler Nietzsche, mas que rimos mais quando rimos de termos ficado rindo de Nietzsche. Em um primeiro momento, como foi o caso de Deleuze, rimos muito ao ler Nietzsche porque ele não deixa de ser engraçado com suas frases duras contra tudo que é o moderno, iluminista e crítico. Tudo aquilo que acostumamos a chamar de “ponto de vista filosófico”, distante do senso comum, é tomado por Nietzsche como sendo o senso comum de fato. Lemos Platão e seguimos com Marx, e então aprendemos que há algo como a ilusão dos sentidos ou então a ideologia, e nos tornamos críticos, ou seja, os que podem escapar da ilusão ou da ideologia e enxergar o que está por detrás das coisas. Nietzsche nos pega: quem disse a vocês que essa idéia de que existe algo por detrás das coisas não é, ela própria, uma grande invenção? Ora, então, não há como não rir.
Mas o que Rorty fala é que essa visão de Nietzsche, que nos faz rir, só é engraçada quando, depois de um tempo, vemos que a verdadeira graça está em acharmos que ela era engraçada. Como pudemos rir do que Nietzsche dizia? Achar que aquilo era engraçado, eis aí a verdadeira coisa engraçada. Pois, de fato, do mesmo modo que podemos rir da idéia de que há algo por detrás das coisas, também podemos rir da idéia de desmascarar quem diz que não há algo por traz das coisas. Pois se o primeiro riso foi por conta do filósofo parecer pedante diante do que ele chama de senso comum, e então ser desestabilizado pelo riso contra a pedanteria, no segundo caso o riso vem de percebermos que aquele que diz que não há máscaras, ilusões e ideologias está, ele também, naquele momento, mesmo que não queira, tentando tirar uma máscara, desfazer uma ilusão, destruir uma ideologia.
Assim, ler Nietzsche nos levaria a um abismo. A denúncia da denúncia é também ela nada mais que uma denúncia.
Mas Nietzsche, então, é só isso, só aquele que nos leva ao abismo? Seria ele apenas o criador do jogo de espelhos, como chamou a isso Foucault?
Não, Nietzsche deixa várias coisas positivas. Uma delas é sua própria doutrina da “vontade de potência”, que alguns acham que se trata de metafísica, e outros acham que é uma proposta de um modo de filosofar diferente – uma cosmologia em vez de uma metafísica ou qualquer outra coisa. O que vejo em Nietzsche, além disso, é que ele nos remete à percepção do caráter completamente metafórico de nossa linguagem. E isso me parece tão interessante quanto a sua proposta de filosofar como cosmólogo e não como metafísico ou filósofo moral ou como filósofo social.
Como Nietzsche faz isso? Simples. Em sua época, ou melhor, pouco depois de sua época, vários atacaram o positivismo, dizendo que este usava de uma linguagem das ciências físicas para querer compreender as ciências sociais e humanas, e que isso, ao não ser aceito como um procedimento metafórico, nos daria uma compreensão errada – coisificada – da vida humana. Nietzsche inverteu a seta. Ele disse que nossa aceitação da vida social como ela havia se organizado modernamente, ou seja, de modo democrático, é que havia conformado nosso modo de conversar e teorizar sobre a natureza. Assim, ele escreveu que era do fato de não vivermos mais sob as hierarquias do mundo dos nobres que havíamos achado natural que nada tivesse hierarquia. Por conta disso, teríamos inventado a idéia da regularidade e igualdade das leis naturais (Galileu e Newton à frente). Toda a nossa física, ao achar que leis universais podem ser aplicadas em todo e qualquer lugar, de modo equivalente, nada mais seria que a vitória, na cabeça científica, de um tipo de “sociologia” ou, melhor, de pré-sociologia feita sob a batuta da Revolução Francesa, a que instaurou no mundo a tal da igualdade.
Nietzsche foi quem alertou: acreditar que estamos sob leis, que todos nós estamos sob leis – as mesmas – nada mais é que a incorporação, por parte dos físicos, da idéia de “igualdade perante a lei”, algo próprio da Revolução Francesa e da Revolução Americana, algo do mundo moderno, algo do homem moderno, democrático e fraco. O homem que não suporta hierarquias.
Considero esse insight nietzschiano o suficiente para mostrar a positividade de Nietzsche. Se aprendemos algo de positivo com Nietzsche, esse algo é a idéia de que nunca falamos de modo literal, sempre estamos, quando nos expressamos, “figurando”, fazendo metáforas, metonímias, etc. Aliás, é isso mesmo que é a definição de verdade de Nietzsche: um bando de metáforas. Uma concepção da nossa linguagem, quando ela fala o que chamamos de verdade, como sendo um bando de metáforas, não é algo positivo? Não nos ensina algo, filosoficamente falando, que nos ajuda a ter uma espécie de “teoria da linguagem”?
Paulo Ghiraldelli Jr. é filósofo e diretor do Centro de Estudos em Filosofia Americana e Coordenador do GT-Pragmatismo da ANPOF.
Tolices...do senso comum...
Por que deveria eu pensar em você?
em mim?
isso só me faz esquecer, e eu sei que é chato o verbo conjugado
sempre na 1º pessoa.
Mas o que posso fazer se somente sei falar de mim?
e mesmo que queira traduzir uma alma,
ou que sejam muitas...
total realidade minha
de tão infinita e eloqüente na ausência, na necessidade de sentidos...
pobres mortais...
desprezível singularidade,
autêntica indiferença, provinda de uma imbecilidade de inseto...
e com sentidos maiores,
vamos comer juntos?
sentarmos em um grande banquete onde todos estão felizes,
celebraremos, brindaremos,
e mesmo assim...
insatisfeitos questionaremos...
ou questionarei...como é mais confortável a primeira pessoa...
egocentrismo?
ah! que me importa,
questionarei a efêmeridade e significados de todas as coisas.
O que não passa de tolices ao senso comum,
ao ridículo senso comum.
sexta-feira, dezembro 08, 2006
Ócio e baboseiras...
Por não ter nada a fazer,
procuro algo pra roer,
rimas?
não! nada disso.
Que vontade de nada,
sem o adjetivo de niilista,
é pura ociosidade mesmo..
além do mais não dá pra fazer muita
coisa com esse torcicolo...
feriado e noite...
perfeito!
Ócio que nem Dostoievski
traz entusiasmo...
nem mesmo regueton,
nenhum brinde e saldos de vida,
já me anestesiei...
num ócio empobrecido, sem cor...
e se me fazem aquela perguntinha peculiar de
feriado a noite...tá de bobeira em casa?
é realmente tudo uma bobeira..
e com mais uma única rima...
uma baboseira!
procuro algo pra roer,
rimas?
não! nada disso.
Que vontade de nada,
sem o adjetivo de niilista,
é pura ociosidade mesmo..
além do mais não dá pra fazer muita
coisa com esse torcicolo...
feriado e noite...
perfeito!
Ócio que nem Dostoievski
traz entusiasmo...
nem mesmo regueton,
nenhum brinde e saldos de vida,
já me anestesiei...
num ócio empobrecido, sem cor...
e se me fazem aquela perguntinha peculiar de
feriado a noite...tá de bobeira em casa?
é realmente tudo uma bobeira..
e com mais uma única rima...
uma baboseira!
Ode triunfal
Para Theron de Acragás (a II Olímpica
Sempre em noites iguais,
em dias iguais
com sol, isenta de penas
os bons recebem a vida, e a terra
não revolvem com a força de seus braços,
nem a água do mar,
ao longo de uma vida vazia; pelo
contrário, junto dos que são caros
aos deuses, aqueles que se
regozijaram com a fidelidade aos juramentos
passam uma vida
sem lágrimas.
Os outros padecem
uma provação
que o olhar não suporta.
Píndaro
Sempre em noites iguais,
em dias iguais
com sol, isenta de penas
os bons recebem a vida, e a terra
não revolvem com a força de seus braços,
nem a água do mar,
ao longo de uma vida vazia; pelo
contrário, junto dos que são caros
aos deuses, aqueles que se
regozijaram com a fidelidade aos juramentos
passam uma vida
sem lágrimas.
Os outros padecem
uma provação
que o olhar não suporta.
Píndaro
Esternocleiodomastódeo
Ainda bem que cheguei a ver o sol,
acordar duas vezes não é bom...
a primeira muito cinza e agora
raios solares...ah! que bom!
tudo anda noturno demais...
só faltou o píndaro pra assoviar
aos meus ouvidos!
Acordei...
acordei?
feriado cansativo com esse
latente e inflamado
esternocleidomastódeo
é pra pedir cama,
massagem, contos de Tolstoi, que bom!
O problema é a distância entre dois pontos...
dois bem-te-vis...
dois esternocleidomastódeos..
que dói.
acordar duas vezes não é bom...
a primeira muito cinza e agora
raios solares...ah! que bom!
tudo anda noturno demais...
só faltou o píndaro pra assoviar
aos meus ouvidos!
Acordei...
acordei?
feriado cansativo com esse
latente e inflamado
esternocleidomastódeo
é pra pedir cama,
massagem, contos de Tolstoi, que bom!
O problema é a distância entre dois pontos...
dois bem-te-vis...
dois esternocleidomastódeos..
que dói.
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Pensamentos vários...
Como meus horários estão confusos,
e o meu tempo passa com maior
facilidade
do que
dos outros...
ultimamente
ele
o meu tempo
vai se perdendo...
pensando que talvez pudesse morrer
de amores;
de sei lá o quê...?...
as coisas acontecem e ficam aqui
na lembrança,
e vem outra,
outra,
mais aquela,
não...olvida te..
e vem uma nova,
e surge um sonho,
um anseio,
um querer, um livro,
uma fome do que me faz bem...
do que eu quero ser,
do que eu gosto...
ich...da minha melancolia,
de meu desespero,
do que eu sei, e recorrer aos primórdios de filosofias...
saber de nada, duvidar de tudo.
Penso, penso em que?
Pensamentos vários...
e não importa qual vai a frente de...hã?
e o meu tempo passa com maior
facilidade
do que
dos outros...
ultimamente
ele
o meu tempo
vai se perdendo...
pensando que talvez pudesse morrer
de amores;
de sei lá o quê...?...
as coisas acontecem e ficam aqui
na lembrança,
e vem outra,
outra,
mais aquela,
não...olvida te..
e vem uma nova,
e surge um sonho,
um anseio,
um querer, um livro,
uma fome do que me faz bem...
do que eu quero ser,
do que eu gosto...
ich...da minha melancolia,
de meu desespero,
do que eu sei, e recorrer aos primórdios de filosofias...
saber de nada, duvidar de tudo.
Penso, penso em que?
Pensamentos vários...
e não importa qual vai a frente de...hã?
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Estranho, muito estranho...
Outra vez fui pega desprevenida,
e além de ter intenção para falar do meu dia,
tento entender o que se passou,
o que poderia ser mais nostalgico...?
e muito mais filosófico e atraente,
você é tudo o que eu queria ser!
O que de verdade queremos é alguém que veja
o mundo parecido com os nossos olhos,
com o que vemos...
e numa perspectiva de um futuro;
de construção de mim???
talvez.
Não são títulos, são almas afins...
cheias de símbolos, cobertos por razão
e muita dúvida...
Estranho, muito estranho...
mais uma vez posso dizer o que vem
em memórias circulantes,
de um prazer louco e desesperado,
numa entrega de afinidades,
agradeço mais uma vez a Nietzsche...
e além de ter intenção para falar do meu dia,
tento entender o que se passou,
o que poderia ser mais nostalgico...?
e muito mais filosófico e atraente,
você é tudo o que eu queria ser!
O que de verdade queremos é alguém que veja
o mundo parecido com os nossos olhos,
com o que vemos...
e numa perspectiva de um futuro;
de construção de mim???
talvez.
Não são títulos, são almas afins...
cheias de símbolos, cobertos por razão
e muita dúvida...
Estranho, muito estranho...
mais uma vez posso dizer o que vem
em memórias circulantes,
de um prazer louco e desesperado,
numa entrega de afinidades,
agradeço mais uma vez a Nietzsche...
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Tardes Cinzas...
Agora, por párar um pouco e
tentar simplesmente descobrir
o que se passou...
e que já não seja mais a mesma,
desses últimos dias que se passaram.
Onde eu me encontrava doente,
Sócraticamente falando viver estava sendo uma
enfermidade,
tudo porque???
mais tolices, e efemêridades que
tentaram aprisionar-me,
eu ainda não sei quem sou, sempre
perco-me em amores vãos...
E prefiro muito mais agora minha
melancolia latente de ânsia de não saber de
que,
agora já entendo,
como dizia Nietzsche,
o desespero é o preço que
se paga pela autoconsciência.
tentar simplesmente descobrir
o que se passou...
e que já não seja mais a mesma,
desses últimos dias que se passaram.
Onde eu me encontrava doente,
Sócraticamente falando viver estava sendo uma
enfermidade,
tudo porque???
mais tolices, e efemêridades que
tentaram aprisionar-me,
eu ainda não sei quem sou, sempre
perco-me em amores vãos...
E prefiro muito mais agora minha
melancolia latente de ânsia de não saber de
que,
agora já entendo,
como dizia Nietzsche,
o desespero é o preço que
se paga pela autoconsciência.
terça-feira, novembro 28, 2006
Dia de chuva
Muitos litros de água vem despencando dos céus
neste dia,
uma terça às 4 da tarde,
o dia não importa...é mais um dia sem você,
e o que se pensa numa horas dessas?
o que vem pensando sucessivamente...no meu caso,
estás agora com o coração partido e sentir-se assim
é penoso,
eu, literalmente quero voltar a pisar em terra firme,
não numa razão sem emoções...
mas viver romances impossíveis é minha praxis..
sou tão ambígua que mesmo achando o amor
muitas vezes, ou na maioria delas...
ridículo,
eu o busco a cada momento...
Nossa! e como minha busca vai longe,
hoje tá passeando em Guadalajara,
e eu nem sei como está o céu por lá...e tampoco devo perguntar.
Sem esperar regresso,
só desejo minha sanidade de volta.
E logo eu,
que sempre digo...
não coloque sua felicidade nas
mãos de nada...sob o julgo de nada...
blá blá blá
e mais uma vez não entendi nada do que se passou,
de que me adianta Nietzsche agora?
me enojo de toda essa gente,
simplesmente,
por não poder tê-lo
eu o desejo mais que tudo que tenho...
neste dia,
uma terça às 4 da tarde,
o dia não importa...é mais um dia sem você,
e o que se pensa numa horas dessas?
o que vem pensando sucessivamente...no meu caso,
estás agora com o coração partido e sentir-se assim
é penoso,
eu, literalmente quero voltar a pisar em terra firme,
não numa razão sem emoções...
mas viver romances impossíveis é minha praxis..
sou tão ambígua que mesmo achando o amor
muitas vezes, ou na maioria delas...
ridículo,
eu o busco a cada momento...
Nossa! e como minha busca vai longe,
hoje tá passeando em Guadalajara,
e eu nem sei como está o céu por lá...e tampoco devo perguntar.
Sem esperar regresso,
só desejo minha sanidade de volta.
E logo eu,
que sempre digo...
não coloque sua felicidade nas
mãos de nada...sob o julgo de nada...
blá blá blá
e mais uma vez não entendi nada do que se passou,
de que me adianta Nietzsche agora?
me enojo de toda essa gente,
simplesmente,
por não poder tê-lo
eu o desejo mais que tudo que tenho...
domingo, novembro 26, 2006
Sunday, down...
Depois de esperar um dia inteiro por um telefonema,
ou uma video conferência,
até o amor está modernizando,
mas a chuva cai la fora,
e o dia já se despede,
eu cheia de vícios latentes,
escrevo tolices ao vento,
canto amores que não existem,
ou existem,
eu nem sei...
ainda te espero,
e esperarei pelo o que?
não me faça suplicar por teu amor,
o meu amor é somente um regalo...
e exprimindo o que de mais belo há em
mim,
e que antes era somente virtude,
hoje se fez, vício, depressão e melancolia,
num pálido e domingo cinzento e em vez de
crepúsculo,
me veio a tempestade,
e a agora queria estar em um sonho,
aquele sonho onde teve aquela lagoa,
aquele céu, aquela lua, aquele espanhol roto,
como estampado em um quadro,
e agora em minha alma poética,
que me faz rir,
que me faz chorar de saudade...
e o que não gosto em você é a minha
ausência.
ou uma video conferência,
até o amor está modernizando,
mas a chuva cai la fora,
e o dia já se despede,
eu cheia de vícios latentes,
escrevo tolices ao vento,
canto amores que não existem,
ou existem,
eu nem sei...
ainda te espero,
e esperarei pelo o que?
não me faça suplicar por teu amor,
o meu amor é somente um regalo...
e exprimindo o que de mais belo há em
mim,
e que antes era somente virtude,
hoje se fez, vício, depressão e melancolia,
num pálido e domingo cinzento e em vez de
crepúsculo,
me veio a tempestade,
e a agora queria estar em um sonho,
aquele sonho onde teve aquela lagoa,
aquele céu, aquela lua, aquele espanhol roto,
como estampado em um quadro,
e agora em minha alma poética,
que me faz rir,
que me faz chorar de saudade...
e o que não gosto em você é a minha
ausência.
É melhor esquecer...
Não saberei o que fazer agora diante dessa
próxima fase...
sem ter poemas direcionados...
de uma fragilidade, de uma poesia
do amor,
estou novamante "enojada"
de tais entregas...
puxa! eu outra vez me senti perdida,
entrei em realidades que já não eram minhas,
me senti em um pesadelo,
de uma efêmeridade, e de sentidos...
que ora bonitos, ora tão feios,
eu sinto muita saudade,
e as novidades?
que novidades?
meu mundo se desabou,
eu me perdi em confiar além de
minhas possibilidades reais...
Alguém me salve desse mundo,
agora sim estou no esquecimento,
e o meu riso?
esse se perdeu com a partida de sentimentos,
emoções poéticas...
e que agora não passam de arquivos memorizados
e que levemente vão mofando e se perdendo com
o tempo...
e na distância eu posso te ver,
te sentir,
me odiar por isso,
chorar só por isso...
me cansar desse mundo por não ter você por perto,
como um abismo entre lembranças,
e uma realidade que me pede os
dias que estive ao teu lado.
Mas que agora tenho que esquecer...
ou melhor olvidalos...
próxima fase...
sem ter poemas direcionados...
de uma fragilidade, de uma poesia
do amor,
estou novamante "enojada"
de tais entregas...
puxa! eu outra vez me senti perdida,
entrei em realidades que já não eram minhas,
me senti em um pesadelo,
de uma efêmeridade, e de sentidos...
que ora bonitos, ora tão feios,
eu sinto muita saudade,
e as novidades?
que novidades?
meu mundo se desabou,
eu me perdi em confiar além de
minhas possibilidades reais...
Alguém me salve desse mundo,
agora sim estou no esquecimento,
e o meu riso?
esse se perdeu com a partida de sentimentos,
emoções poéticas...
e que agora não passam de arquivos memorizados
e que levemente vão mofando e se perdendo com
o tempo...
e na distância eu posso te ver,
te sentir,
me odiar por isso,
chorar só por isso...
me cansar desse mundo por não ter você por perto,
como um abismo entre lembranças,
e uma realidade que me pede os
dias que estive ao teu lado.
Mas que agora tenho que esquecer...
ou melhor olvidalos...
segunda-feira, novembro 20, 2006
Hoje...
Depois de ter sido atropelada
a nível de ônibus e caminhão,
que me pegou destraídamente,
deixando lesões, arranhões...
e estou sangrando...
ah..que nostalgia a minha,
foi só um amor que não me deixa pensar,
me faz pensar,
me deixa ridícula, me faz esperar...
que tolice,
que lindo...
muda todos os meus planos e,
me inspira momentos maravilhosos,
impossível olvidar tudo o que se passou,
minha alma precisa de cura,
e é de uma cura desconhecida,
não pergunte se é amor...eu não sei,
me atropelou e não me deixa em paz,
agora não sei mais muito bem o que escrevo,
entrei no mundinho dos tolinhos...
que se entregam para
um outro ser cuidar,
dar carinho,
beijinho,
cheiro...
e literalmente ambos verbalizarem a realização do amor,
em todas suas formas e expressões,
símbolos e fantasia...
alguém me liberte
dessas amarras
lembranças
assim
não me curo...
Meu Deus...
o que é isto?
já estou apelando para os céus...
é meu fim...vou morrer de amores,
posso até ser perdoada de tantos errores....
Sâmara
"Aún ni siquiera te tengoy ya tengo miedo de perderte,
amor que rápido se me ha clavadoque dentro todo esté dolor.
Es poco lo que te conoscoy ya pongo todo el juego a tu favor no tengo miedo de apostarte,
perderte si me da pavor.
No me queda más refugio que la fantasíano me queda más que hacer
que hacerte una poesía.
por que te vi venir y no dudéte
vi llegar y te abrazé
y puse toda mi pasión para que te quedaras
y luego te besé y me arriesgue con la verdad te acaricié
y al fin abrí mi corazón para que tú pasaras.
Mi amor te di sin condición para que te quedaras.
Ahora esperaré algunos días para ver se lo que te di fue suficiente
no sabes que terror se siente
espera cada madrugada
si tú ya no quisieras volverse perdería el sentido del amor por siempre
no entenderia ya este mundo
me alejaria de la gente
No me queda más refugio que la fantasía
no me queda más que hacer
que hacerte una poesía.
por que te vi venir y no dudé
te vi llegar y te abrazé
y puse toda mi pasión para que te quedara
sy luego te besé y me arriesgue con la verdad
te acaricié y al fin abrí mi corazón para que tú pasaras.
Mi amor te di sin condición para que te quedaras.
Mi amor te di sin condición para que te quedaras.
Mi amor te di sin condición para que te quedaras...." Cancion Te vi venir (Sin Banderas)
a nível de ônibus e caminhão,
que me pegou destraídamente,
deixando lesões, arranhões...
e estou sangrando...
ah..que nostalgia a minha,
foi só um amor que não me deixa pensar,
me faz pensar,
me deixa ridícula, me faz esperar...
que tolice,
que lindo...
muda todos os meus planos e,
me inspira momentos maravilhosos,
impossível olvidar tudo o que se passou,
minha alma precisa de cura,
e é de uma cura desconhecida,
não pergunte se é amor...eu não sei,
me atropelou e não me deixa em paz,
agora não sei mais muito bem o que escrevo,
entrei no mundinho dos tolinhos...
que se entregam para
um outro ser cuidar,
dar carinho,
beijinho,
cheiro...
e literalmente ambos verbalizarem a realização do amor,
em todas suas formas e expressões,
símbolos e fantasia...
alguém me liberte
dessas amarras
lembranças
assim
não me curo...
Meu Deus...
o que é isto?
já estou apelando para os céus...
é meu fim...vou morrer de amores,
posso até ser perdoada de tantos errores....
Sâmara
"Aún ni siquiera te tengoy ya tengo miedo de perderte,
amor que rápido se me ha clavadoque dentro todo esté dolor.
Es poco lo que te conoscoy ya pongo todo el juego a tu favor no tengo miedo de apostarte,
perderte si me da pavor.
No me queda más refugio que la fantasíano me queda más que hacer
que hacerte una poesía.
por que te vi venir y no dudéte
vi llegar y te abrazé
y puse toda mi pasión para que te quedaras
y luego te besé y me arriesgue con la verdad te acaricié
y al fin abrí mi corazón para que tú pasaras.
Mi amor te di sin condición para que te quedaras.
Ahora esperaré algunos días para ver se lo que te di fue suficiente
no sabes que terror se siente
espera cada madrugada
si tú ya no quisieras volverse perdería el sentido del amor por siempre
no entenderia ya este mundo
me alejaria de la gente
No me queda más refugio que la fantasía
no me queda más que hacer
que hacerte una poesía.
por que te vi venir y no dudé
te vi llegar y te abrazé
y puse toda mi pasión para que te quedara
sy luego te besé y me arriesgue con la verdad
te acaricié y al fin abrí mi corazón para que tú pasaras.
Mi amor te di sin condición para que te quedaras.
Mi amor te di sin condición para que te quedaras.
Mi amor te di sin condición para que te quedaras...." Cancion Te vi venir (Sin Banderas)
segunda-feira, novembro 13, 2006
Agora lo sé...
Todos los dias me acuerdo de ti,
y no hay nada que cambie lo mas belo que siento,
y como duele por que esteas tan lejos...
ahora sí,
escribo para otro corazón específico,
y no hay distancias que no me llevam a ti.
Y lo amor me mata
se no me deja mirar tus ojos, tu boca,
y que seas solo estar contigo,
y que sepas lo amo demasiado,
no se porque, no se como,
no nada,
pero te amo.
Y ahora entiendo las músicas de los enamorados,
me muero, te quiero.
Te busco y mi tiempo solo és para esperar,
la demasiada gana que tengo de ver te otra vez.
Y no importa cuanto tiempo tenemos,
estas clavado en mi corazón,
desde que llegaste a mi vida...
No hay noches belas sin ti.
Y desde que te vi entrego todo,
y simpre sepas que soy tua,
y no hay raziones para solamente una razion,
el amor que siento por ti.
y no hay nada que cambie lo mas belo que siento,
y como duele por que esteas tan lejos...
ahora sí,
escribo para otro corazón específico,
y no hay distancias que no me llevam a ti.
Y lo amor me mata
se no me deja mirar tus ojos, tu boca,
y que seas solo estar contigo,
y que sepas lo amo demasiado,
no se porque, no se como,
no nada,
pero te amo.
Y ahora entiendo las músicas de los enamorados,
me muero, te quiero.
Te busco y mi tiempo solo és para esperar,
la demasiada gana que tengo de ver te otra vez.
Y no importa cuanto tiempo tenemos,
estas clavado en mi corazón,
desde que llegaste a mi vida...
No hay noches belas sin ti.
Y desde que te vi entrego todo,
y simpre sepas que soy tua,
y no hay raziones para solamente una razion,
el amor que siento por ti.
quarta-feira, outubro 25, 2006
Volta e meia a viagem habitual do "é estranho, muito estranho"
Lembro quando li "Um lugar ao sol" de Érico Veríssimo,
aquela bíblia de um cotidiano
chato e monótono,
a saga de um jovem,
e não sei pq lembrei agora,
acho que foi um feixe de luz...
um lugar ao sol...
o que ele queria dizer eu ainda não sei
bem o que era...
o sol brilha hoje e sempre...
e daí?
me deixe falar de minha angústia latente,
de não saber bulhufas de coisa alguma,
de querer sempre me dar alguma chance,
em uma espera que eu não sei bem de que...
e como dizem esses terroristas de almas,
se o inferno existe,
e se toda uma filosofia cristã me vem destorcida,
meu fim lá seria,
mas hoje como Sartre disse,
O inferno são os outros...
e a minha cabeça está confusa,
é culpa de quem?
essa minha insistente faculdade de cogitar,
imaginar,
viajar num mar desconhecido...
Óh imenso besteirol de coisas,
fadigada estou com meus 23 anos...
e meu grito é cada vez mais alto,
e perco a voz,
e me canso de gritar...
e minhas feridas da alma se dilatam com
cada grito meu...
pedem-me para calar,
numa melancolia transparente...
não, eu já me escondo,
ninguém sabe quem sou...
dentro de mim
ecoa..
e eu fico a escutar os ecos...
e ouvir minha própria voz me é ainda estranho,
porque eu nem sei quem sou,
e as demais perguntas existencialistas...materialistas...
e todas as esperas e memórias,
é estranho, muito estranho.
aquela bíblia de um cotidiano
chato e monótono,
a saga de um jovem,
e não sei pq lembrei agora,
acho que foi um feixe de luz...
um lugar ao sol...
o que ele queria dizer eu ainda não sei
bem o que era...
o sol brilha hoje e sempre...
e daí?
me deixe falar de minha angústia latente,
de não saber bulhufas de coisa alguma,
de querer sempre me dar alguma chance,
em uma espera que eu não sei bem de que...
e como dizem esses terroristas de almas,
se o inferno existe,
e se toda uma filosofia cristã me vem destorcida,
meu fim lá seria,
mas hoje como Sartre disse,
O inferno são os outros...
e a minha cabeça está confusa,
é culpa de quem?
essa minha insistente faculdade de cogitar,
imaginar,
viajar num mar desconhecido...
Óh imenso besteirol de coisas,
fadigada estou com meus 23 anos...
e meu grito é cada vez mais alto,
e perco a voz,
e me canso de gritar...
e minhas feridas da alma se dilatam com
cada grito meu...
pedem-me para calar,
numa melancolia transparente...
não, eu já me escondo,
ninguém sabe quem sou...
dentro de mim
ecoa..
e eu fico a escutar os ecos...
e ouvir minha própria voz me é ainda estranho,
porque eu nem sei quem sou,
e as demais perguntas existencialistas...materialistas...
e todas as esperas e memórias,
é estranho, muito estranho.
terça-feira, outubro 24, 2006
Saberei eu?
Eu insisto em escrever,
e hoje me parece tolice,
enfim um Diazepan de ontem
me deixou indiferente...
será?
nossa, que ócio...
é como olhar pro infinito
e ficar sem palavras...
como um obelisco apontando pro
nada...
um nada infinito...
e se tudo for uma mentira,
uma tremenda brincadeira de mal gosto,
onde pelo menos pra mim
poucas coisas fazem sentido...
e eu tô perdida?
sim, lhe pedi conselhos...
mas somente quis ouvir sua opinião,
já sei o que quero...
e se for efemêro e fugaz,
o que é fato,
pra mim, pouco importa,
tô sendo levada?
nada, eu tô é bem sóbria...
narcóticos ineficientes...
transcendência do nada...
pseudotranscendência do nada...
e ao fim,
e ao infinito,
e ao prazer,
e ao desprazer,
saberei eu?
sexta-feira, outubro 20, 2006
Procurando...
Eu nesse fim de tarde,
procurando palavras,
sem me espelhar num horizonte
no finalzinho de um outono
e mesmo tendo as cortinas vermelhas
o crepúsculo não ficou mais
colorido que poderia...
Uma abelinha passeou por aqui...
e eu não tenho palavras pra falar de mim ou do meu "grande dia"...
me faltam símbolos, sentidos...
por isso os diários sempre se tornam um pouco exagerados,
tudo tem sua metáfora aumentada,
seja o que for...
fiz um chazinho de canela,
estou me animando para algum exercício...
físico...aff..
tenho que dar sentido pra isso?
procurando palavras e inspiração...
e nem no céu e nas cortinas estão...
bom, o chá tá gostoso!
sim...esse sim tá uma delícia...
e nem a abelinha a procura do mel sobre a mesa
o encontrou....
portanto,
o que são palavras?
O que vejo...
Vejo dor,
como sempre luzes acesas,
leio o amor,
sinto fragmentos de momento de solidão,
acompanhado ao ócio, ao tédio...
o que me satisfaria?
Simplesmente estar aqui?
Olhar pro céu?
O que torna agradável a relação do meu eu
com as satisfações que imprimo pra o meu
meio?
Linhas de pensamento me atraem, a confissão de um
empirismo sobrecarregado de epistemologias.
As idéias são mais enriquecedoras quando
florescem em almas inquietas,
como a minha...
Me detenho ao existêncialismo e a nada
no caos de minhas memórias, só sei onde parei,
agora,
minhas faculdades pensantes,
meus questionamentos crescem...
afloram...com ou sem filosofias,
e isento de ideologias falidas...
A razão sugeriu que eu visse o mundo
"além do véu",
eu sei descrever horizontes
e hei de fazê-lo muito mais...
quinta-feira, outubro 19, 2006
Sem saber..
Sem saber o porquê das coisas, perguntas na qual se fazem vários mortais.
Os que estão acordados,
olhando pela janela,
há algumas luzes acesas,
o Itaú me informa a temperatura e as horas por toda noite...
Lendo os "Cem sonetos de amor" de Neruda, sinto surgir em mim pensamentos
tediosos,
não pela estética em si,
mas estes me traem,
não posso evitá-los...
Por isso os questiono, tolice minha é claro,
mas de que me importa se a cada dia vou acostumando
com a vida que me aparece,
eu aprendo de vida, aprendo de morte.
Nunca estarei madura pra perceber o céu que me mostram.
Eu o vejo com olhos curiosos,
tudo é ambíguo demais..
e há homens que vivem dormindo,
como todos que não sabem
exatamente onde estão,
mas numa grande angústia vivem em vão,
são levados com o tempo...
Enfim, como disse Platão... uma vida não questionada, não merece
ser vivida.
Os que estão acordados,
olhando pela janela,
há algumas luzes acesas,
o Itaú me informa a temperatura e as horas por toda noite...
Lendo os "Cem sonetos de amor" de Neruda, sinto surgir em mim pensamentos
tediosos,
não pela estética em si,
mas estes me traem,
não posso evitá-los...
Por isso os questiono, tolice minha é claro,
mas de que me importa se a cada dia vou acostumando
com a vida que me aparece,
eu aprendo de vida, aprendo de morte.
Nunca estarei madura pra perceber o céu que me mostram.
Eu o vejo com olhos curiosos,
tudo é ambíguo demais..
e há homens que vivem dormindo,
como todos que não sabem
exatamente onde estão,
mas numa grande angústia vivem em vão,
são levados com o tempo...
Enfim, como disse Platão... uma vida não questionada, não merece
ser vivida.
domingo, outubro 15, 2006
Equilíbrio..
Vieram me pedir e chamar a atenção pra minha
instabilidade de humor...
e não acreditei no que estava escutando...
pediram-me equilíbrio...
e ainda me questionaram,
como poderia eu estar um dia tão contente e outro tão triste...
ah...puta merda...
tive que explicar que o que sinto não é tristeza e sim
melancolia...
O pior foi ainda escutar que isso não é saudável e eu tenho que mudar...
buscar o equilíbrio...ah...que asco...
essa foi boa,
vou cantar Raul...
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante,
do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...
na verdade não é bem isso que eu queria dizer...
o fato é que meu humor é muito mais volúvel,
e confesso isso não me incomoda...
sou introspectiva e te mostrarei o que eu quiser,
minha felicidade sou eu quem crio...
disseram que isso dá medo de se relacionar...
ah me poupem outra vez...
como o mar que a pouco eu mirava,
ele é constante na sua instabilidade...
se eu não sou tão previsível
isso me torna perigoso?
pode ser que sim...
melhor seria dizer
confuso demais pra mentes que procuram
a normalidade,
o padrão...
o óbvio.
Amo tanto minha melancolia e tudo que ela me proporciona
como fonte de inspiração que seria incapaz de imaginar
viver sem a mesma...
o hilário,
o cômico pra mim vem em segundo plano...
talvez eu seja cabeção demais mesmo!
instabilidade de humor...
e não acreditei no que estava escutando...
pediram-me equilíbrio...
e ainda me questionaram,
como poderia eu estar um dia tão contente e outro tão triste...
ah...puta merda...
tive que explicar que o que sinto não é tristeza e sim
melancolia...
O pior foi ainda escutar que isso não é saudável e eu tenho que mudar...
buscar o equilíbrio...ah...que asco...
essa foi boa,
vou cantar Raul...
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante,
do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...
na verdade não é bem isso que eu queria dizer...
o fato é que meu humor é muito mais volúvel,
e confesso isso não me incomoda...
sou introspectiva e te mostrarei o que eu quiser,
minha felicidade sou eu quem crio...
disseram que isso dá medo de se relacionar...
ah me poupem outra vez...
como o mar que a pouco eu mirava,
ele é constante na sua instabilidade...
se eu não sou tão previsível
isso me torna perigoso?
pode ser que sim...
melhor seria dizer
confuso demais pra mentes que procuram
a normalidade,
o padrão...
o óbvio.
Amo tanto minha melancolia e tudo que ela me proporciona
como fonte de inspiração que seria incapaz de imaginar
viver sem a mesma...
o hilário,
o cômico pra mim vem em segundo plano...
talvez eu seja cabeção demais mesmo!
terça-feira, outubro 10, 2006
Meu narcisismo de hoje...
Estava eu a mirar uma foto minha,
bom,
tentava procurar em meus olhos não sei o que...
ver a cor que são realmente..
ou como seria olhar pra mim mesma...
confesso que senti esperança,
um otimismo qualquer que baixou...
queria escrever algo
e logo percebi que sou narcisista...
só falo de mim...
os outros só me servem de análise,
ultimante...
hoje fiquei assoviando...hahauhauah
as vezes é estranho,
falo de coisas que só eu sei...
acho que por querer falar tanto de mim,
o faço somente pra quem realmente quer escutar...
eu!
Nossa...cadê a minha hulmidade?
ultimamente costumo falar com Deus
só quando aperta mesmo...
e bombas nucleares em baixo da Terra,
coincidentemente o embaixador geral da
ONU é coreano...
mas isso pra mim pouco importa,
nunca gosto de falar de guerra,
tampouco de genocídios...
Política???
ah, não...é tão perca de tempo...
de religião talvez já gosto muito de discutir, de pensar de escrever...
não de fundamentalismos, por favor...
se for assim prefiro falar de meus dias sem importância
em vez de valores de uma humanidade desumana.
Eu busco pela transmutação dos valores que Nietzsche dizia,
sim, fui bastante influenciada...
confesso que acho Nietzsche bastante narcisista e presunçoso...
mas adoro a descrição de seu "Super-Homem"...são tão excitantes,
e os conselhos de Zaratustra são bem mais humanos,
não nos tornam decadentes humildes...
Ele não diz quem se humilha será exaltado...
mas sim que se humilha quer ser exaltado.
é muito mais perto de minha realidade,
uma realidade que me recuso a interpretar,
minha função, penso eu,
é de conseguir não me encaixar numa moral consumista,
parece de fato,
para recordar uma palavra de Zaratustra, que as coisas
se aproximam com vontade própria,
se oferecendo a comparações,
"aqui todas as coisas vêm acariciantes em busca
do teu discurso e te adulam: pois elas querem
cavalgar sobre tuas costas. Sobre todas as comparações tu cavalgas
em direção a todas as verdades; tudo o que é ser quer se tornar
palavra, tudo o que é vir-a-ser quer aprender a falar contigo"
Esta é a minha experiência com a inspiração,
libertadora,
e ao mesmo tempo que nos acorrenta,
por querer sempre falar de nossas
carentes pretensões...
memórias latentes,
traduzir o empírico, transformá-lo
em símbolos...
dar algum sentido na angústia
pela falta do mesmo.
E melhor voltar ao verde do olhos
que me dá esperanças
e deixa mais feliz! Em estado de graça...
e hipnotizado pelos símbolos de beleza
em si encotrados,
cai no lago do esquecimento.
segunda-feira, outubro 09, 2006
Ultimamente...
Olho pra vida com olhos cansados,
como se tudo que há já se tornou gasto...
Ultimamente a casa da mamãe tá dando
medo,
aliás quando eu estava me conformando
com a idéia de viver ali,
sai de casa...isso é ótimo!
todo mundo me pergunta se é revolta,
enfim,
quer que eu lhes deem motivos "mui fuertes"
para sair do ninho...
já não aguento mais responder,
é um saco.
Acabei de ler meu último livro,
e tô perdida...acho que vou começar A náusea...
de Sartre,
vamos lá..de dionísiaco ao existencialismo,
me pergunto o que eu estou fazendo comigo mesma...
que figurinha estou pintando,
não olho muito ao espelho...cada dia me vejo de um jeito...
e isso me é sempre muito esquisito!
acho graça na minha ociosidade por todas as noites...
é muita fumaça que eu faço!
e pouco fogo...haha
é claro algumas mais calorosas que outras...
ontem assisti 9 e 1/2 semanas de amor
estou forçadamente romântica,
recuo sempre ao amor,
tenho medo dessa coisa que já me mostrou ser
de tamanha
sagacidade em nos tornar e a ter
objetos de desejo...
e penso comigo,
como tá o meu desejo?
puxa..ultimamente não tô desejando ninguém...
e os desejos que são
não me satisfazem...
o que busco?
ah...não me perguntem pois não sei...
o amor?
ich...o amor é bem-vindo,
mas não venha sem avisar...hehe
como se tudo que há já se tornou gasto...
Ultimamente a casa da mamãe tá dando
medo,
aliás quando eu estava me conformando
com a idéia de viver ali,
sai de casa...isso é ótimo!
todo mundo me pergunta se é revolta,
enfim,
quer que eu lhes deem motivos "mui fuertes"
para sair do ninho...
já não aguento mais responder,
é um saco.
Acabei de ler meu último livro,
e tô perdida...acho que vou começar A náusea...
de Sartre,
vamos lá..de dionísiaco ao existencialismo,
me pergunto o que eu estou fazendo comigo mesma...
que figurinha estou pintando,
não olho muito ao espelho...cada dia me vejo de um jeito...
e isso me é sempre muito esquisito!
acho graça na minha ociosidade por todas as noites...
é muita fumaça que eu faço!
e pouco fogo...haha
é claro algumas mais calorosas que outras...
ontem assisti 9 e 1/2 semanas de amor
estou forçadamente romântica,
recuo sempre ao amor,
tenho medo dessa coisa que já me mostrou ser
de tamanha
sagacidade em nos tornar e a ter
objetos de desejo...
e penso comigo,
como tá o meu desejo?
puxa..ultimamente não tô desejando ninguém...
e os desejos que são
não me satisfazem...
o que busco?
ah...não me perguntem pois não sei...
o amor?
ich...o amor é bem-vindo,
mas não venha sem avisar...hehe
quinta-feira, outubro 05, 2006
Fala sério...
Ostracismo...
Esses dias atrás sem nenhuma inspiração...
foram os mais inspiradores...
foi quando não escrevi e nem li...
simplesmente escutei e falei,
numa dialética onde línguas se perderam...
me diz de ostracismo,
confesso que não soube o que era,
no meu real vocabulário essa expressão
ainda não tinha ganhado forma,
eu procurei e encontrei termos gregos para exilados políticos...
que boa...é quando alguém é expulso da cidade por 10 anos...
puxa,
pensei que eu me resumo no atual momento como
ostracismo voluntário
onde caímos no esquecimento
e queremos passar dez longos anos
longe
de coisas...
digamos pra nós,
de
escadinhas que impõem uma subida.
Eu simplesmente estou surpreendida
por tamanha crueldade
e curso que se faz numa vida,
sem melancolias,
mas realidades contraditórias,
tempos confusos,
memórias latentes...
mutantes,
logo voltou a inspiração a pairar...
Sâmara
terça-feira, outubro 03, 2006
quarta-feira, setembro 27, 2006
Fredom...
Me falam e depois dizem que não..
que controvérsia,
da liberdade que me disse..
não abrirei mão do que mais me feliz..
e eu me lembro, me lembro
de quando me disse ser louca,
e estranha...
um enigma,
mas e quem não o é...
seu cheiro se foi,
mas ficou gravado em minha memória poética,
pra me mostrar que sou livre,
e que não posso perder o que prego...
afinal estou viva
e nunca me senti tão melhor..
Dionísiacamente livre...
sexta-feira, setembro 22, 2006
Olhe isto!
Que glória quando você olha
pra si mesmo
e sente algo de estranho no ar...
você não quer perder o momento
por querer saber onde está...
tudo se torna maravilhoso aos teus olhos
e o que vê é pouco para o que és...
talvez um anjo caído...
ou mais tolices;
o que importa é ver toda a sua volta
e não deixar que se perca a beleza
pela repetição...
pela rotina...
Como Thomas Morus poder inventar
uma Utopia...
e saber que são seus olhos que podem
dizer pra ti
que poderás ir mais alto!
eita inspiração, hein...hauahauahauha acho que lembrei da teoria de àguias e galinhas de Boff....hahauahaa muito bom!
pra si mesmo
e sente algo de estranho no ar...
você não quer perder o momento
por querer saber onde está...
tudo se torna maravilhoso aos teus olhos
e o que vê é pouco para o que és...
talvez um anjo caído...
ou mais tolices;
o que importa é ver toda a sua volta
e não deixar que se perca a beleza
pela repetição...
pela rotina...
Como Thomas Morus poder inventar
uma Utopia...
e saber que são seus olhos que podem
dizer pra ti
que poderás ir mais alto!
eita inspiração, hein...hauahauahauha acho que lembrei da teoria de àguias e galinhas de Boff....hahauahaa muito bom!
quinta-feira, setembro 21, 2006
Hoje eu acordei...
Buenos Dias son para la mañana!!
Não poderia deixar de passar,
eu comigo mesma,
num leve momento de admiração...
e como isso é bom!
o entendimento dionísiaco descrito por Nietzsche
hoje me parece fabuloso...
e acordei mais cedo,
momentos oportunos
pela manhã...
o dia será longo,
mas fabuloso!
ou não...
e se foi bom ou mal
só o amanhã dirá...
Não poderia deixar de passar,
eu comigo mesma,
num leve momento de admiração...
e como isso é bom!
o entendimento dionísiaco descrito por Nietzsche
hoje me parece fabuloso...
e acordei mais cedo,
momentos oportunos
pela manhã...
o dia será longo,
mas fabuloso!
ou não...
e se foi bom ou mal
só o amanhã dirá...
quarta-feira, setembro 20, 2006
...NO COMENTS
Adivinharia qualquer coisa,
que aprimoramento...
esse empirismo prático me torna cada vez
mais cética...
e só agora;
acordei...
como se nesse exato momento,
alguém sussurrasse ao meu ouvido...
Palavra que se torna somente eficaz
no meu português,
em que perco palavras e sensações...
e confesso que perdi,
e previsívelmente
somente vício...
nada de virtudes...
As conheço e sei onde obtê-las , -as palavras-
mas que simplesmente já não tem mais
eficácia...
a repetição fez perder o entusiasmo...
Quando me dei ao luxo de tê-lo,
me perdi...
sim!
meus desejos nada mais importavam
se meu corpo se embriagasse,
e foi o que eu fiz...
sóbria ou não,
em tolos pensamentos vãos,
que vão e vêm com o vento...
e que hoje me incomodam...
por não terem o mesmo ar de ontem...
que estava tão bom!
volta e meia,
já estou,
aqui,
e a melancolia ao meu lado...
essa bastarda que insiste em me afligir,
como assim me instruiram...
esteja aflita ao tempo,
que perco,
que ganho....
não importo,
e não se importam...
o hilário se tornou banal,
a entrega se perdeu em sua efêmeridade,
instântaneo
como o àlcool,
numa pseudotranscendência
falida e tola,
repetitiva,
idealista,
décadent,
Já não tem importância...
não pergunte o porquê...
no coments
terça-feira, setembro 19, 2006
Nietzsche
"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida,
ninguém,
exceto tu,
só tu.
Existem,
por certo,
atalhos sem números,
pontes e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio;
mas isso te custaria a tua própria pessoa;
tu te hipotecarias e te perderias.
Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar.
Onde leva?
Não perguntes,
segue-o."
Nietzsche
A vós,
os que buscam com ousadia,
a vós, os que tentam,
a todos que um dia se lançaram ao mar terrível com suas velas cheias de manha,
a vós,
os bêbados-de-enigmas,
os alegres-do-lusco-fusco,
cuja alma é atraída por flautas a todo abismo enaganador:- a vós,
que não quereis tatear em busca de um fio com mão covarde;
onde vós podeis adivinhar,
ali odiais calcular...
Citação de Zaratustra - Friedrich Nietzsche
Tolices...
Eu sei que a mamãe nasceu na hora certa...
foi uma hippie urbana e politizada...
mas tbm que inventava moda,
era anarquista e ao mesmo tempo "paz e amor"!
meio que partidária do entendimento dionisíaco...
que está passando pra filha...
influências das neuroses de Nietzsche?
talvez...
instintivo, super-homem,
ah quanta tolice...
Freud explica...no mal estar da civilização...
quase que indica o sexo, muito sexo...
traduzindo hoje...não se reprima, não se reprima!!!hahauahaaaa
Nietzsche fazia apologia a narcóticos calmantes....companhia de sua doença e neuroses...
só que indicava Wagner na música o que não dá pra mim,
agora...
clássicos são clássicos...ficou muito mais respeito...
salve os anos o início do séc. XXI!!!
onde os gregos inventaram,
Nietzsche entendeu...a glória dionisíaca,
e o caos se instalou sobre a Moral...
que se escandaliza quando vê
o que se tornou...
a que humanidade se fez, e é...
foi uma hippie urbana e politizada...
mas tbm que inventava moda,
era anarquista e ao mesmo tempo "paz e amor"!
meio que partidária do entendimento dionisíaco...
que está passando pra filha...
influências das neuroses de Nietzsche?
talvez...
instintivo, super-homem,
ah quanta tolice...
Freud explica...no mal estar da civilização...
quase que indica o sexo, muito sexo...
traduzindo hoje...não se reprima, não se reprima!!!hahauahaaaa
Nietzsche fazia apologia a narcóticos calmantes....companhia de sua doença e neuroses...
só que indicava Wagner na música o que não dá pra mim,
agora...
clássicos são clássicos...ficou muito mais respeito...
salve os anos o início do séc. XXI!!!
onde os gregos inventaram,
Nietzsche entendeu...a glória dionisíaca,
e o caos se instalou sobre a Moral...
que se escandaliza quando vê
o que se tornou...
a que humanidade se fez, e é...
Coincidências, à parte...
Vamos! como diria Jason...
por partes!!!
hoje estou hilária, e pode até parecer tolo
pra alguns,
pois,
pra mim,
tá sendo ótimo!
O correto seria o previsível,
mas não foi.
Com todos confundidos,
entre homens e mulheres,
estranhos...
Haverá solidão em
tua companhia?
Pode ser que não,
e ainda não me vi em seus olhos
que podem dar luz,
como minha janela aberta,
Como um lindo poema de Cecília:
"Te amo, sim, mas não é bem a ti que eu amo.
Amo uma outra coisa misteriosa, que não conheço,
mas que me parece ver aflorar no seu rosto.
Eu te amo porque no teu corpo um outro objeto se revela.
Teu corpo é lagoa encantada onde reflexos nadam como peixes fugidios...
Como Narciso, fico diante dele...
No fundo de tua luz marinha nadam meus olhos, à procura...
Por isto te amo, pelos peixes encantados..."(Cecília Meireles)
Peixes fugitivos, escorregadios,
escapam, escondem, zombam de mim...
deslizam entre meus dedos...
e não esquecendo
o título...
coincidências, à parte.
por partes!!!
hoje estou hilária, e pode até parecer tolo
pra alguns,
pois,
pra mim,
tá sendo ótimo!
O correto seria o previsível,
mas não foi.
Com todos confundidos,
entre homens e mulheres,
estranhos...
Haverá solidão em
tua companhia?
Pode ser que não,
e ainda não me vi em seus olhos
que podem dar luz,
como minha janela aberta,
Como um lindo poema de Cecília:
"Te amo, sim, mas não é bem a ti que eu amo.
Amo uma outra coisa misteriosa, que não conheço,
mas que me parece ver aflorar no seu rosto.
Eu te amo porque no teu corpo um outro objeto se revela.
Teu corpo é lagoa encantada onde reflexos nadam como peixes fugidios...
Como Narciso, fico diante dele...
No fundo de tua luz marinha nadam meus olhos, à procura...
Por isto te amo, pelos peixes encantados..."(Cecília Meireles)
Peixes fugitivos, escorregadios,
escapam, escondem, zombam de mim...
deslizam entre meus dedos...
e não esquecendo
o título...
coincidências, à parte.
Nada soube desde o dia que me perdi...
Não soube achar idéias brilhantes que um dia tive,
sem saber onde as havia perdido,
era como eu me encontrava,
e ao me perder me encontrava...
agora,
me perdi novamente...
em sonhos que me fazem olhar para o alto,
sem nem mesmo olhar a minha volta,
pois agora sei mais que sempre
estar sozinha,
e desejar sê-lo sempre que precisar...
pois é nesse momento que se faz necessário
olhar pro alto,
desejar o por detrás,
e como disse Drummond:
"Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura."
Sâmara
sem saber onde as havia perdido,
era como eu me encontrava,
e ao me perder me encontrava...
agora,
me perdi novamente...
em sonhos que me fazem olhar para o alto,
sem nem mesmo olhar a minha volta,
pois agora sei mais que sempre
estar sozinha,
e desejar sê-lo sempre que precisar...
pois é nesse momento que se faz necessário
olhar pro alto,
desejar o por detrás,
e como disse Drummond:
"Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura."
Sâmara
segunda-feira, setembro 18, 2006
...bem? ah sim, tô bem!
Desculpe-me os clichês, mas
ninguém merece
o que gera na famosa segunda-feira,
em luto pela morte do fim de semana,
que poderia ter acontecido muita coisa boa,
e de fato por ser titulado melhor que qualquer
dia sem importância da semana...
já passou,
e a rotina vem em cima como um trator gigante...
as noites de finais de semana são intensas,
pelo menos as minhas...!
e as anteriores vi o sol nascer melancólico como
vejo com frequência o crepúsculo,
e pessoas nas ruas davam boas vindas ao novo dia
que se inciava,
e eu ainda me despedindo do anterior que morria,
com nostalgia, muita por sinal...
meu domingo vazio, cheio de sétima arte...
no fim um social que não me dizia nada
finalizado por uma carona "salvação" de volta
pra casa,
de lucro gerando a programação do próximo domingo...
não mudando em nada a apatia
nessa segunda cinza...
dias...pra quê nomes???
importantes ou não,
sou eu que dou os nomes...
os sentidos.
ninguém merece
o que gera na famosa segunda-feira,
em luto pela morte do fim de semana,
que poderia ter acontecido muita coisa boa,
e de fato por ser titulado melhor que qualquer
dia sem importância da semana...
já passou,
e a rotina vem em cima como um trator gigante...
as noites de finais de semana são intensas,
pelo menos as minhas...!
e as anteriores vi o sol nascer melancólico como
vejo com frequência o crepúsculo,
e pessoas nas ruas davam boas vindas ao novo dia
que se inciava,
e eu ainda me despedindo do anterior que morria,
com nostalgia, muita por sinal...
meu domingo vazio, cheio de sétima arte...
no fim um social que não me dizia nada
finalizado por uma carona "salvação" de volta
pra casa,
de lucro gerando a programação do próximo domingo...
não mudando em nada a apatia
nessa segunda cinza...
dias...pra quê nomes???
importantes ou não,
sou eu que dou os nomes...
os sentidos.
sexta-feira, setembro 15, 2006
O nascimento de Tragédia
Cap. 2
Este começo é singular acima de todas as medidas.
Este começo é singular acima de todas as medidas.
Eu havia descoberto a única comparação, o único parelelo à minha própria experiência interna que a história possui - e justamente com isso fui o primeiro a compreender o fenômeno maravilhoso do dionisíaco.
Ao mesmo tempo, com o fato de reconhecer em Sócrates um décadent, estava dada uma prova irrefutável de quão pouco seria o perigo de a certeza do meu alcance psicológico sofrer ataques vindos do lado de idiossincrasia moral qualquer...
A própria moral na condição de sintoma de decadência é uma aspecto novo, uma unicidade de primeiro nível na história do conhecimento.
A que alturas, além da lamentável conversa fiada sobre otimismo e pessimismo, eu não chegava com as duas conclusões!...
Eu fui o primeiro a perceber a verdadeira antítese: o intinsto degenerado, que se volta contra a vida com uma fúria vingativa subterrânea (-o cristianismo, a filosofia de Schopenhaurer, em certo sentido até mesmo a filosofia de Platão e o idealismo inteiro como formas típicas) e uma fórmula da mais alta afirmação, nascida da abundância, da superabundância, um dizer-sim sem reservas, até mesmo para o sofrimento, para a culpa, para tudo o que é discutível e estranho na própria existência...
Esse útimo, alegríssimo, mais grávido, mais excitado sim para a vida não é apenas a maior e a mais clara entre as compreensões, ele é também a mais profunda, a que mais foi confirmada e comprovada pela verdade e pela ciência.
Nada nesse sim pode ser subtraído, nada nele pode ser considerado dispensável - os aspectos da existência negados pelos cristãos e outros niilistas inclusive têm uma posição infinitamente superior na ordem dos valores do que aquilo que o instinto de décadent aprovaria, do que aquilo que ele poderia provar.
Para compreender isso é preciso ter coragem e a condição para que ela exista: um excedente de forças - pois precisamente tão longe quanto a coragem pode ousar adiantar-se é o que determina a medida das forças com as quais a gente se aproxima da verdade.
O discernimento, o dizer-sim à realidade é, para o forte, uma necessida tão grande quanto a covardia e a fuga da realidade - o "ideal" - o é para o fraco, subjugado sob a inspiração da fraqueza...
Eles não têm liberdade para reconhecer: os décadents têm necessidade da mentira; a mentira é uma das condições de sua conservação... Quem não apenas compreende na palavra "dionisíaco", mas também se compreende na palavra "dionisíaco, não tem necessidade de refutar Platão, ou o cristianismo, ou Shopenhauer - ele fareja a decomposição...
do Livro Ecce Homo de Friedrich Nietzsche
quinta-feira, setembro 14, 2006
Crepúsculo melancólico...
Ai de mim, nessa tarde lenta...
desventuras do mês de Setembro,
onde já não acontece disritimias
fazem tempo...
te amei sem ver-te,
sem lembranças...
sem reconhecer teu olhar, sem fitar-te,
em regiões contrárias, num meio-dia queimante.
Talvez te vi, te supus...
te subestimei por rotina,
e na melancolia do crepúsculo,
um fogo arde em mim.
Senão assim deste modo em que não sou
nem és,
sem saber como,
nem quando, nem onde,
selamos um silêncio,
e dessa vez foi como nunca e sempre:
vamos ali onde não espera nada
e achamos tudo o que está esperando.
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